Cinco conquistas e três em mira para uma nova hegemonia?
O Porto desloca-se este sábado ao João Rocha focado numa vitória que lhe daria praticamente o bicampeonato. Será um pau de dois gumes, dado que, ao arriscar no ataque, o Porto arrisca-se a ser apanhado em contra-golpe. E, se os leões vencerem, reclamam para si o título de campeão e põem de imediato fim a uma série de conquistas dos dragões.
Se conquistar os três pontos, o Porto, actualmente segundo, passa para a liderança. "Bastar-lhe-á" na derradeira jornada, para ser campeão, não perder no Dragão Caixa, onde só o Benfica roubou pontos, com o Infante Sagres... já despromovido.
O empate também não hipoteca definitivamente a conquista do título, mas os dragões ficariam dependentes da perca de pontos do Sporting em Oliveira de Azeméis na jornada seguinte, a última da edição 2017/18 do Campeonato Nacional.
Se no Campeonato houver, literalmente, ouro sobre azul, o Porto conquista o sexto título nacional consecutivo (depois de Taça de Portugal em 2015/16, triplete em 2016/17 e Supertaça em 2017/18) e aponta desde logo a uma possível oitava conquista. O Porto partirá como favorito na Final Four da Taça de Portugal (em que estão também Riba d'Ave, Valongo e Tomar) e, garantiria a presença na Supertaça, onde, frente ao finalista da Taça, independentemente de quem seja, seria novamente favorito.
Por outras palavras, este Porto de Guillem Cabestany, pródigo em talento e juventude, persegue uma hegemonia em termos de conquistas que só aconteceu por ocasião do "deca", então sob o comando técnico do agora "team manager", Franklim Pais.
No encalce de duas séries invejáveis... que podia ser apenas uma, épica
Entre 2005 e 2010, o Porto conquistou - entre Supertaça, Campeonato Nacional e Taça de Portugal - 15 títulos, que só não foram 16 consecutivos porque, em 2007, a Taça "escapou" para um inusitado Académico de Cambra.
A primeira série vitoriosa (com sete conquistas) começou com a conquista do Nacional, o quarto do "deca", em 2004/05, depois do Óquei de Barcelos ter conquistado Taça e Supertaça. A série terminaria, surpreendentemente, quando o Porto foi afastado pelo Braga, então na II Divisão, nas meias-finais da Taça de Portugal 2006/07. Nélson Filipe, Reinaldo Garcia e Jorge Silva (já de azul-e-branco nessa temporada) terão essa história para contar na decisão da edição deste ano da prova rainha, quando, também nas "meias", o Porto defrontar também uma equipa da II Divisão e também minhota: o Riba d'Ave.
Depois da "distracção" de 2007 em São João da Madeira, o Porto regressou ao registo triunfal, quase banal na facilidade com que era conseguido, começando logo a vencer na Supertaça. Conquistou o triplete em 2007/08 e novo triplete em 2008/09. No arranque de 2009/10 conquistou a Supertaça e, na mesma temporada, conquistou o Campeonato Nacional pela nona vez consecutiva. Mas, na Taça de Portugal, seria travado em Torres Vedras, pela Física, no caminho para a Final Four. O Benfica conquistaria a prova que fechava em oito títulos esta série e terminava com um período histórico para os azuis-e-brancos.
Nesse plantel dos dragões, de 2009/10, estavam Nélson Filipe, Jorge Silva e Rafa, mas também Pedro Gil e Henrique Magalhães, agora no Sporting.
Dinastia em renovação
As conquistas do Porto vão-se fazendo de poucas mudanças.
Quando Guillem Cabestany chegou em 2015, houve um claro corte com o passado, mas, consolidado o grupo, os ajustes foram cirúrgicos.
No defeso em 2016, após a conquista da Taça de Portugal em Ponte de Lima, saiu o jovem Álvaro Morais ("Alvarinho"), cedido por empréstimo ao Barcelos, e o veterano Edo Bosch, chegando os catalães Ton Baliu e Carles Grau.
No defeso em 2017, depois do triplete, e porque em equipa que ganha, não se mexe (ou mexe pouco), regressou Alvarinho, saindo Vítor Hugo, agora em destaque no rival directo na corrida ao título nacional.
No defeso que se avizinha, são já certas três saídas. Alvarinho, sem se conseguir afirmar, regressará ao Barcelos, Ton Baliu regressa ao "seu" Igualada e Jorge Silva vai reforçar o projecto da Oliveirense. Jorge Silva é um dos sete nomes em comum nas cinco conquistas já garantidas, com Gonçalo Alves, Hélder Nunes, Nélson Filipe (gr), Rafa, Reinaldo Garcia, Telmo Pinto.
Certas são, para já, as entradas de Giulio Cocco e Daniel Oliveira ("Poka"), sobrando uma vaga no plantel. Há rumores que destinam essa vaga a um jogador da formação do clube (perfilando-se João Lima e Andrés Castaño como os mais fortes candidatos ao lugar), mas nada de concreto.
Para já, o plantel conhecido para a próxima temporada terá certos Carles Grau (gr), Giulio Cocco (ex-Lodi), Gonçalo Alves, Hélder Nunes, Nélson Filipe (gr), Poka (ex-Valongo), Rafa, Reinaldo Garcia e Telmo Pinto.
Sexta-feira, 1 de Junho de 2018, 22h26