Porto é tri na Taça
O Porto venceu o Valongo por 3-2 e garantiu a conquista da Taça de Portugal pela terceira vez consecutiva. O jogo, depois de uma igualdade a dois, só seria decidido perto do final da segunda parte do prolongamento, com um golo de Reinaldo Garcia.
Na véspera, o Valongo fora obrigado a tempo-extra para passar o Tomar, mas tal não se notou na primeira final da Taça de Portugal que jogava. Como o adjunto Jorge Vieira referira na conferência de imprensa após o jogo das meias-finais, depois de um jogo em que tiveram de dar tudo, sobrou... tudo para dar.
O Valongo surgiu autoritário e a contrariar por completo os demolidores arranques de partida dos azuis-e-brancos, mas a primeira grande oportunidade até seria para os dragões. Gonçalo Alves sofreu falta para grande penalidade, mas o próprio, melhor marcador do Porto na presente campanha, acertou no ferro.
De resto, Gonçalo tentava no ataque, quase sozinho, contrariar o claro ascendente do Valongo nos 10 primeiro minutos de jogo. Um ascendente quebrado depois de azul a Reinaldo Garcia e Guilherme Silva e as primeiras substituições.
Jorge Silva e Baliu trouxeram um momento de posse de bola em ataque que os dragões ainda não tinham tido, mas o atacante português nem "durou" em pista. Um azul cerca de minuto e meio depois de entrar, colocaria Rúben Pereira na marca de livre directo. O jogador do Valongo não conseguiu bater Nelson Filipe e até preferiu conservar a posse de bola - para aproveitar o powerplay - que perdê-la. No entanto, o Porto defendeu bem e não permitiu que a desvantagem numérica em pista se traduzisse em desvantagem no marcador.
Apesar de pressionar para a recuperação de bola, o Valongo só lhe viu ser assinalada a primeira falta aos 16 minutos, ia o Porto com cinco. Mas muitas se seguiriam...
A cinco minutos e meio do intervalo, Miguel Viterbo pediu um minuto para intervir, mas o que quer que tenha planeado saiu furado. Minuto e meio volvido, Gonçalo Alves - quase sempre ele - arrancou em slalom e rematou em queda para o fundo das redes à guarda de Leonardo Pais. E, com mais minuto e meio passado, Hélder Nunes aumentou para 2-0 de livre directo (na recarga), depois de um azul a Rúben Pereira.
Tal como na véspera, o Valongo sofria dois golos na fase final da primeira parte, mas tal não demovia a equipa do seu objectivo.
A segunda parte começou com uma igualdade a sete em faltas e o intenso calor que se fazia sentir a ditar leis. Quase todas as quedas obrigavam a pausa para limpeza do piso e as quebras - como as forças, que já não eram as mesmas - obrigavam a um ritmo consideravelmente mais baixo.
Voltou o Valongo a assumir o jogo, agora mais com o consentimento do Porto, em vantagem, do que por imposição. A equipa de Miguel Viterbo não teve o vigor da primeira metade... mas teve golos.
Aos sete minutos, num lance que começou num alívio de Leonardo Pais, Diogo Fernandes reduziu para 2-1. E, já nos cinco minutos finais (que afinal não seriam tão "finais" assim...), Rúben Pereira fez o 2-2 que levaria o jogo para prolongamento.
Entre os dois golos do Valongo, não faltaram incidências. E muitas paragens. Neste período, caíram as décimas faltas para cada lado - nem Diogo Fernandes, nem Hélder Nunes conseguiriam bater Nelson Filipe e Leonardo Pais - e um azul a Hélder Nunes motivou um episódio quase caricato.
No livre directo, Rúben Pereira fez um movimento lento - muito lento - do stick para a bola e Nelson Filipe foi avisado... À segunda viu azul, sendo que era praticamente impossível de evitar, dado o movimento de Rúben. Entrou Carles Grau e... foi avisado. Já se tentava imaginar quem iria pôr a "armadura" para se colocar entre os postes, mas, à quarta, Rúben rematou directo. Não marcou de bola parada e o jogo prosseguiu com o Porto a defender com dois jogadores de pista, não evitando a igualdade, assinada pelo mesmo Rúben Pereira.
Os azuis-e-brancos continuaram ainda mais dois minutos com menos um, mas aí foram bem sucedidos na missão de evitar o golo adversário.
O tempo escoava - devagarinho, dadas as paragens - para um prolongamento que parecia inevitável, mas que Gonçalo Alves quase evitava... Mesmo sobre o apito, o mais acutilante do Porto "roubou" uma bola e ficou cara-a-cara com Leonardo Pais, mas não conseguiria bisar.
A necessidade de recorrer a tempo-extra agravava ainda mais o cansaço, do jogo e de toda a época, condimentado em Tomar com muito calor, dos jogadores. Nelson Filipe regressou à baliza dos dragões e teve trabalho, mas o grande duelo da primeira parte do prolongamento foi na outra baliza. Sobre o apito para o intervalo, "caiu" a 15ª falta do Valongo, levando Gonçalo Alves para a marca de livre directo. Mas, sem tempo no marcador (que por acaso até marcava demasiado, mas porque já estava a ser acertado para a segunda parte), o atacante do Porto teve de rematar directo e não foi feliz.
A segunda parte do prolongamento, parecia caminhar para o mesmo final sem golos, mas Reinaldo Garcia, o mais experiente dos jogadores em pista, evitou essa derradeira emoção. Gonçalo Alves, depois de um movimento, já várias vezes ensaiado, a contornar a baliza adversária, descobriu "Nalo" com espaço e este não enjeitou, rematando forte para o 3-2.
Com apenas 36 segundos para jogar, o Valongo não conseguiria evitar o 17º troféu na prova para os dragões.
Marcha do marcador
Gonçalo Alves (1-0), Hélder Nunes (2-0) - intervalo -, Diogo Fernandes (2-1), Rúben Pereira (2-2) - fim do tempo regulamentar - e Reinaldo Garcia (3-2).
Domingo, 17 de Junho de 2018, 20h42