Casanovas apresentado na Luz
Albert Casanovas foi esta quarta-feira apresentado na Luz.
O quarto reforço - depois de Marco Barros, Xavier Cardoso e Lucas Ordoñez - para Pedro Nunes foi apresentado por Domingos Almeida Lima, vice-presidente para as modalidades do Benfica.
"É um atleta que já há muito tempo queríamos ter no nosso clube", revelou o dirigente, que apontou a falta de oportunidade para o "casamento" entre águias e Casanovas não se ter dado mais cedo. "O Benfica está sempre interessado nos melhores jogadores e, obviamente, que o Casanovas era um atleta que estava nesse perfil. Há oportunidades, e ele também teve esta oportunidade agora, e conciliámos o desejo que tínhamos de o ter entre nós com esta vontade enorme de ele querer estar connosco", explicou. "É uma questão de conjugação de momento, mas que é um atleta referenciado há muito pelo Benfica, é", resumiu.
Natural de Reus, Albert Casanovas chega ao Benfica aos 33 anos, seguindo, cinco anos depois, os passos de Guillem Trabal, de quem herdou em 2013 a braçadeira de capitão no Reus.
No entanto, só envergaria a braçadeira do clube que o viu crescer durante uma temporada, tornando-se em 2014 uma das primeiras apostas do forte investimento da Oliveirense no mercado do país vizinho.
Deixaria Portugal em 2016, sem títulos, mas levando a equipa de Oliveira de Azeméis à sua primeira final da prova máxima de clubes, a Liga Europeia.
O regresso à Catalunha e ao Reus foi como que rejuvenescedor. Casanovas venceu a Liga Europeia pelo "seu" clube, merecendo a confiança de Alejandro Dominguez para um regresso que já poucos esperavam à selecção espanhola. E Casanova venceu o campeonato do Mundo em Setembro de 2017 e, em Julho último, o campeonato da Europa.
É um defensor vencedor que agora se vincula ao Benfica.
E, se quando deixou Portugal, o Benfica era campeão nacional e europeu, nenhum desses dois títulos voltaria a ser conquistado pelos encarnados nas duas temporadas em que Casanovas esteve no Reus. Uma responsabilidade acrescida? "Sim, e gosto", afirmou o jogador catalão taxativamente. "Sei que um clube como o Benfica não pode dar-se ao luxo de não ganhar títulos, e sei que venho para uma equipa em que temos obrigação de ganhar. Adoro essa responsabilidade, essa pressão, e sei que posso dar o melhor de mim, nestas condições", prometeu.
Reencontros reusences
No Benfica, Albert Casanovas terá Pedro Henriques, seu companheiro na conquista europeia de 2017, como guarda-redes. E promete protegê-lo. "Sou um jogador de equipa, que procuro que o nosso guarda-redes sofra o menor número de golos possível. Temos o melhor guarda-redes do Mundo e devo evitar que os rivais cheguem à nossa baliza", vincou.
O sucesso da parceria com Pedro Henriques foi retumbante e praticamente imediato. Ao contrário do que aconteceu com Jordi Adroher.
Adroher jogou com Casanovas no Reus entre 2011 e 2014... sem qualquer título conquistado. Mas a malapata já estará afastada, com as recentes conquistas em conjunto pela selecção e sob a orientação de Alejandro Dominguez, também treinador naqueles anos nos "rojinegros".
Dessa enorme conquista em Lleida em 2017, já não resta ninguém do cinco inicial em Reus. E estarão todos em Portugal. Para lá de Pedro Henriques, o caminho de Casanovas cruzar-se-à com os agora rivais Matías Platero e Raul Marin, do Sporting (onde também jogará o companheiro de selecção Ferran Font), e Marc Torra, da Oliveirense. Curiosamente, no último ano em que Casanovas esteve em Portugal e na Oliveirense, Torra estava... no Benfica.
O Benfica
No Benfica, Casanovas cumpre um sonho. "Para mim era um objectivo a nível profissional, desportivo, poder jogar num clube como o Benfica. Estou com uma 'ilusão' terrível, pareço um miúdo que começou agora a jogar Hóquei e, mesmo que tenha ganho o Mundial e o Europeu, para mim, é uma motivação muito grande poder ganhar o campeonato português, estar cá e jogar entre os melhores jogadores do mundo", contou, sem receio de valorizar este dia. "Hoje é o dia mais feliz da minha carreira desportiva", declarou.
O cumprir deste objectivo não foi simples. "Trabalhei muitas, muitas, muitas horas para ter esta oportunidade. Deixei muitas coisas em Espanha para poder vestir a camisola do Benfica, mas acho que foi a melhor decisão que podia tomar", garantiu, dando desde já a receita para a vitória. "Temos de estar confiantes em nós mesmos. Se fizermos o nosso trabalho bem feito, os objectivos vão ser atingidos", assegurou.
Operação em segredo
Almeida Lima escondeu os contornos da operação que fez Casanovas, que em Janeiro prolongara contrato com o Reus, mudar-se para Lisboa. "São assuntos privados que eu me escuso de comentar, mas posso garantir que nem o Casanovas deve nada a ninguém, nem o Benfica deve nada a ninguém", referiu.
O vice encarnado das modalidades também seria evasivo quanto à duração do contrato. "Fica enquanto se sentir feliz. Com esta vontade toda, se calhar até aos 70 anos", gracejou.
Quinta-feira, 9 de Agosto de 2018, 6h50