Dérbi dos dérbis deu empate
Sporting e Benfica fecharam a ronda inaugural de mais uma edição do Melhor Campeonato do Mundo da melhor maneira, com um jogo bem disputado, de forma correcta, e com excelentes momentos, que terminou com a igualdade a três e a divisão de pontos.
Para esta temporada, haverá sempre uma curiosidade a marcar os jogos de leões e águias. Com planteis com mais de 10 jogadores, alguém terá de ficar de fora, e a fava calhou desta feita a Miguel Vieira nos encarnados e aos reforços Gonzalo Romero e Raul Marin nos verde-e-brancos, com Paulo Freitas a apostar no dez que se sagrou campeão nacional.
Mas foram os “vice” que entraram melhor. Logo no primeiro minuto, Albert Casanovas rematou de muito longe e – com Adroher a “atrapalhar” - surpreendeu Ângelo Girão para o tento inaugural. O único reforço para esta temporada entre os 10 jogadores em pista, mostrou desde cedo uma das armas que aporta ao Benfica, com remates que podem pedir o desvio – por exemplo, de Adroher, num entendimento que vem da selecção campeã da Europa e do Mundo - , e não se coibiria de a usar mais vezes.
O golo deu confiança aos Benfica e intranquilidade ao Sporting. Pedro Nunes apostou em Valter Neves e Albert Casanovas para a rectaguarda e entregou a condução de jogo a Diogo Rafael, que correspondeu bem. Os encarnados criavam ocasiões de golo, mas Ângelo Girão segurava a sua equipa na partida.
Aos 10 minutos, Paulo Freitas promoveu as primeiras alterações, com a entrada dos aguerridos João Pinto e Pedro Gil, que trouxeram mais agressividade na tentativa de recuperar a bola. No entanto, trocando os dois jogadores que mais procuravam o golo – Diogo Rafael e Jordi Adroher – por Nicolía e Ordoñez, o Benfica continuaria por cima.
Os dois internacionais argentinos perderam parte significativa da pré-temporada, mas entraram bem, particularmente com Ordoñez muito rematador, a procurar insistentemente o golo… que Girão evitaria sempre.
O intervalo chegava com uma vantagem tangencial para os encarnados no marcador e a partida recomeçava um pouco na mesma toada, ainda que com um Sporting em crescendo. Quando, aos oito minutos e meio, Adroher, num grande gesto, levantou a bola para colocar sobre Girão, o segundo golo encarnado – e uma vantagem de dois golos - já não seria tão justificado como se tivesse acontecido na primeira metade.
A vencer por 0-2, o Benfica vincou ainda mais uma faceta mais expectante, que já mostrara na primeira parte do jogo. Três minutos depois, Caio reduzia para 1-2, mas nem tal fez mover – para a frente – a convicção encarnada.
Recorrendo a todos os seus jogadores de pista, Paulo Freitas conseguia, com a rotação, uma velocidade que o Benfica, sem usar Miguel Rocha e Xavi Cardoso, não lograva acompanhar, por condicionalismos físicos naturais dos arranques de temporada.
Em comparação com as ideias de jogo da pretérita temporada, era um Sporting à Benfica e um Benfica à Sporting. Mais ofensivos, eram agora os leões que viam o guarda-redes adversário erguer-se como um “muro”, com Pedro Henriques a protagonizar um punhado de excelentes defesas. Mas, a oito minutos e meio do fim, não conseguiu deter o remate de Pedro Gil.
O campeoníssimo espanhol de 38 anos até perdeu praticamente toda a pré-temporada depois de uma cirurgia no final da última época, mas mostrou o vigor físico e a vontade que sempre o caracterizaram. E voltaria a ser decisivo.
No entanto, apesar do Sporting estar melhor em pista, foi pouco tempo que o Benfica não esteve a vencer, com Nicolía a recolocar os encarnados na frente, meio minuto depois de Gil ter reposto a igualdade. De facto, nos 50 minutos de jogo, o Benfica só não estaria à frente do marcador pouco mais de quatro minutos e meio… incluindo os três minutos até ao apito final, que é quando o resultado conta.
Antes, nem Sporting, nem Benfica lograram marcar de bola parada. Primeiro foi Caio a desperdiçar uma grande penalidade, com Pedro Henriques a estar particularmente bem nas duas tentativas de recarga, depois Adroher, não conseguindo iludir Ângelo Girão num livre directo na sequência de um azul (com destinatário errado?) a Vítor Hugo.
O azul deu dois minutos de superioridade numérica às águias, mas o momento foi muito mal aproveitado, sendo os momentos de maior frisson aqueles em que Pedro Gil saía em contra-ataque. Sobrevivendo com uma desvantagem mínima ao castigo a Vítor Hugo, Paulo Freitas pediu um desconto de tempo a três minutos e meio do final, com 8-8 em faltas no marcador. No regresso ao jogo, Pedro Gil fez o 3-3 num remate fortíssimo de meia distância.
O jogo vivia momentos mais intensos, com a acesa disputa de cada bola, mas o fantasma da 10ª falta. Quando subiu ao marcador a igualdade a nove em faltas, Pedro Nunes pediu o desconto de tempo. Faltava jogar pouco mais de um minuto e os encarnados sairiam com a posse de bola. O Benfica trocou bem a bola, mas não encontraria nenhuma brecha no bloco defensivo leonino. Gorada o plano das águias, ainda houve tempo para um remate a cada uma das balizas, mas o resultado não se alteraria.
O dérbi dos dérbis terminou assim com a divisão de pontos, num resultado que repete o da temporada passada. Na próxima jornada, em busca da primeira vitória, o Benfica recebe o Tomar, enquanto o Sporting se desloca a Riba d’Ave. Mas tal acontecerá a meio da semana, no dia 24, dado que no próximo fim-de-semana têm início as competições europeias.
Segunda-feira, 15 de Outubro de 2018, 8h10