'Tetra real' com toque português

'Tetra real' com toque português

O Barcelona conquistou a 23ª Taça do Rei do seu historial num “tetra” inédito, feito que só o rival Espanhol – entre 1954 e 1957 – lograra.

Para o sétimo confronto na decisão entre Liceo e Barcelona, os “verdes” partiam determinados a contrariar uma malapata que os acompanha desde 1984. Nesse ano, no primeiro confronto decisivo nesta prova entre as duas equipas, ganharam os galegos. Mas, nos cinco embates análogos posteriores, tinham ganho sempre os catalães.

Com Alejandro Dominguez, seleccionador espanhol e treinador do Benfica, na tribuna, Liceo e Barcelona ofereceram um excelente espectáculo de Hóquei em Patins.

A fase inicial da partida teve sinal mais do Liceo que, diz-se, sofrerá um rombo no seu plantel no próximo defeso, com vários jogadores a caminho do campeonato português. Mas os galegos são um clube que mostra, época após época e jogo após jogo, que sabe reagir a adversidades. Como, por exemplo, as ausências dos irmãos Lamas nesta edição da Taça do Rei.

Facundo Bridge recebeu rasgados elogios ao longo desta Copa del Rey e vai estar em Montreux pela albiceleste
Facundo Bridge recebeu rasgados elogios ao longo desta Copa del Rey e vai estar em Montreux pela albiceleste

Com um Hóquei rápido, apoiado, e um surpreendente Facundo Bridge a deslumbrar - e deslumbrado, não poupando sorrisos sempre que intervém - a cada lance, o Liceo mantinha um jogo de igual para igual com o Barcelona. A meio da primeira parte, com a entrada de João Rodrigues, a balança do jogo pendeu um pouco mais para o lado blaugrana, mas sempre com o equilíbrio como toada dominante. Como na véspera, o Barcelona carregou mais no acelerador na recta final da primeira parte, procurando recolher aos balneários em vantagem, mas o nulo persistiria.

Apesar dos seus 38 anos, Marc Gual continua uma máquina bem afinada e é um garante no jogo do Barça
Apesar dos seus 38 anos, Marc Gual continua uma máquina bem afinada e é um garante no jogo do Barça

A igualdade seria desfeita muito cedo na segunda parte. Logo aos três minutos, Pau Bargalló rematou e Xavi Maliàn foi infeliz, com a bola a terminar no fundo das suas redes.

O Liceo acusou o golo e, cinco minutos volvidos, sofria o segundo, por Marc Gual, a passe do português João Rodrigues. Ainda que muitos apontem a porta de saída a Gual, o jogador de 38 anos continua a encher o campo e a pautar o jogo como ninguém…

Sergi Miras é o líder do Liceo em pista
Sergi Miras é o líder do Liceo em pista

A equipa de Juan Copa procurou reagir, ainda que menos coesa, mais partida, a acusar o ritmo do jogo. Maliàn garantia na rectaguarda, enquanto na frente, aos superlativos Sergi Miras, Carlo Di Benedetto e Dava Torres – para além do jovem Facu Bridge -, se juntavam os importantes contributos do infiltrado Marc Coy e do veterano (41 anos) Martin Payero, a mostrar em inúmeros pormenores que a classe não tem idade. No entanto, Aitor Egurrola, sempre com aquele sorriso fácil de quem já tudo provou e a quem tudo sai bem, foi sempre negando o já merecido golo aos adversários.

Com o 0-3, na recarga a uma grande penalidade, João Rodrigues definiu o vencedor
Com o 0-3, na recarga a uma grande penalidade, João Rodrigues definiu o vencedor

A nove minutos do apito final acontecia o momento do jogo. À entrada da área de Egurrola, o Liceo reclamava grande penalidade, mas a falta foi dada fora da zona de rigor. E, na resposta, seria mesmo grande penalidade… mas no lado oposto do rinque.

Chamado à conversão, João Rodrigues permitiu uma primeira defesa, mas manteve a frieza e marcou na recarga, elevando a vantagem blaugrana para três golos, já complicados de recuperar. Contra este Barça, impossíveis.

Payero fez, aos 41 anos, o tento de honra do Liceo
Payero fez, aos 41 anos, o tento de honra do Liceo

E, ainda com muitos protestos – e pouco foco - do Liceo, o Barcelona chegaria ao quarto golo, num ataque rápido finalizado por Pablo Alvarez. Estava encontrado o vencedor a oito minutos do final.

Edu Castro deu indicações de gestão e o Barcelona esperou pelo apito final. O Liceo, mesmo perante uma desvantagem pesada – demasiado pesada para a exibição protagonizada – teve o mérito de nunca baixar os braços, mantendo os espectadores presos ao jogo.

Já no minuto final, Martin Payero, num tiro de raiva, fez o tento de honra para a equipa galega, merecido, mas sem beliscar a vitória blaugrana.

O Barcelona falhou a conquista da Supercopa – para o Liceo – mas somou com esta Taça do Rei o terceiro título da temporada, depois de conquistar as Taça Continental e Taça Intercontinental. Segue-se o ataque à OK Liga (que dificilmente escapará) e à Liga Europeia.

João Rodrigues seria premiado com o troféu de melhor jogador (MVP) da final.

João Rodrigues, MVP na Taça do Rei, recebeu o prémio com Marta Piquero, MVP na Taça da Rainha
João Rodrigues, MVP na Taça do Rei, recebeu o prémio com Marta Piquero, MVP na Taça da Rainha

Copa del Rey 2019

Quartos-de-final

• Liceo 5-1 Igualada

• Reus 1-2 Lleida

• Caldes 3-1 Voltregà

• Barcelona 4-2 Noia

Meias-finais

• Liceo 3-1 Lleida

• Caldes 1-2 Barcelona

Final

• Liceo 1-4 Barcelona

AMGRoller Compozito

Partilhe

Facebook Twitter AddToAny
Outros artigos do dia