Marc Gual pendura os patins
O Barcelona anunciou esta quarta-feira em conferência de imprensa, com a presença de todo o plantel, a decisão de Marc Gual abandonar o Hóquei em Patins
O defensor de 38 anos terminava contrato e, com a entrada – por oficializar – do português Hélder Nunes, falava-se da sua possível saída da equipa hexacampeã de Espanha e até de contactos com o Lleida. Mas o jogador decidiu abandonar, anunciando-o de forma emocionada, e integrará o projecto Barcelona 360, como outras referências das modalidades do eclético clube da cidade condal. Na próxima temporada, continuará ligado à principal equipa de Hóquei em Patins do Barcelona, mas já sem patins calçados.
Nas oito temporadas que completará ao serviço do Barcelona, Marc Gual conquistou nada menos que sete OK Ligas (só “falhou” em 2013), cinco Taças do Rei e três Ligas Europeias, multiplicando os títulos – um em cada uma das provas - que conseguira pelo Reus.
Natural de Sant Sadurní de Anoya, Gual cresceu com Pedro Gil e Jordi Bargalló, vindo a formar mais tarde uma das mais impressionantes dinastias do Hóquei em Patins de selecções, com Gual a estar na conquista de quatro Campeonatos da Europa e cinco Campeonatos do Mundo. Em 2016, falharia o Europeu de Oliveira de Azeméis por lesão, tal como Pedro Gil, e não mais voltou à “La Roja”…
Esteve no Noia até 2001, quando deu o salto para o Reus, onde ficaria oito temporadas, tantas como completa agora com o Barça. Conquistou a Liga Europeia em 2009, às ordens de Figueroa, e regressaria para mais uma temporada de “rojinegro” para vencer a OK Liga em 2011, às ordens de Dominguez.
Pelo meio, na temporada de 2009/10, vestiu a camisola do Liceo e venceu a primeira eleição – entre treinadores e capitães - para MVP da OK Liga. Voltou a vencer – ex-aequo com Trabal – em 2011 e o Barcelona não hesitou em chamá-lo, numa rara aposta num jogador que já contava 30 anos, mas cuja qualidade estava acima de qualquer dúvida. Como ainda continua…
Gual soma, nesta temporada da OK Liga, 15 golos, mas o seu “jogo” vai muito para além desses números. É, por exemplo, o segundo jogador com mais assistências da prova, só com o colega Pau Bargalló – com 20 – a superar as suas 18 (num particular que Gual assumiu, gracejando, na conferência de imprensa, querer ainda ganhar nas duas jornadas que restam), e é a sua visão de jogo e esclarecimento táctico que o distingue.
O abandono, apesar dos seus 38 anos, não deixa de surpreender.
Quarta-feira, 22 de Maio de 2019, 11h35