Três pontos do Clássico ficam na Luz

Três pontos do Clássico ficam na Luz

O Benfica venceu o Porto por 7-3 no arranque da I Divisão.

Depois de um longo interregno de 203 dias, nada melhor que um Clássico entre as duas equipas mais tituladas do Hóquei em Patins nacional para a retoma. Rafa foi o primeiro a tocar na bola na nova temporada e sentia-se uma vontade aditivada com saudade nos jogadores nos primeiros minutos de jogo.

Com muita intensidade, as oportunidades sucediam-se de um e outro lado, com sinal mais dos dragões, mas pouca astúcia na hora de bater Pedro Henriques. Notou-se no ataque dos azuis-e-brancos a ausência de Carlo Di Benedetto, que estará ausente das pistas até Dezembro.

No "tu-cá-tu-lá", coube a Valter Neves inaugurar o marcador e a face do jogo mudou. O Benfica cresceu e o Porto mostrava nervosismo.

Valter Neves inaugurou o marcador
Valter Neves inaugurou o marcador

Nas primeiras substituições – entrando Gonçalo Pinto e Edu Lamas (Benfica) e Giulio Cocco (Porto) – não se viram reforços. Aos 11 minutos, Guillem Cabestany lançou enfim Xavi Barroso (ex-Oliveirense) e, pouco depois, entrava Ezequiel Mena (ex-Óquei de Barcelos).

O Porto “apertava” em busca do empate, com o Benfica a procurar responder em combinações rápidas. Perdulários junto à baliza, os dragões insistiam cada vez mais na temível meia distância de Xavi Barroso e de Gonçalo Alves. Mas seria outro Gonçalo a marcar… e por duas vezes.

Gonçalo Pinto - o mais jovem português a pisar a pista neste Clássico - bisou
Gonçalo Pinto - o mais jovem português a pisar a pista neste Clássico - bisou

A sete minutos do intervalo, Gonçalo Pinto fazia o segundo dos encarnados e, pouco depois, bisava, num lance em que a organização defensiva do Porto deixou muito a desejar para uma vantagem de três golos que inclinava definitivamente o marcador a favor das águias. Entrava então Danilo Rampulla (ex-Braga), primeiro dos reforços (pouco) utilizados por Alejandro Dominguez.

Num excelente remate de meia distância a dois minutos e meio do intervalo, Xavi Barroso reduziu, mas o tónico anímico que os dragões precisavam seria anulado por Lucas Ordoñez, a estar no sítio certo depois de uma iniciativa individual de Carlos Nicolía.

Xavi Barroso foi o único dos quatro reforços em pista a marcar... e por duas vezes
Xavi Barroso foi o único dos quatro reforços em pista a marcar... e por duas vezes
Ao intervalo, os bancos e a parte de cima das tabelas foi desinfectada
Ao intervalo, os bancos e a parte de cima das tabelas foi desinfectada

Com 4-1 no marcador, o intervalo encerrava em si uma árdua missão de motivação para Cabestany. Numa primeira jornada em casa do rival de um campeonato que será decidido em playoff, não será fácil pedir uma reviravolta. E o Porto não conseguiria voltar ao fulgor dos primeiros minutos.

Com menos de três minutos cumpridos na etapa complementar, Nicolia “cavou” a vantagem das águias para 5-1 e, aos 10 minutos, Lucas Ordoñez surgiu isolado, levantou a bola e, depois de dar a “volta ao mundo”, fez um daqueles golos de levantar pavilhões. A não ser que não esteja ninguém para ver…

Golo de Ordoñez foi de levantar qualquer pavilhão... mas não havia ninguém para se levantar
Golo de Ordoñez foi de levantar qualquer pavilhão... mas não havia ninguém para se levantar

Benfica e Porto já tinham nove faltas e, já com Sergi Aragonés em pista (o último reforço das águias a chegar jogou cerca de sete minutos), a décima caiu primeiro para as águias. Gonçalo Alves não conseguiu transformar em golo e, apesar de faltarem mais de 12 minutos, pairava no pavilhão a sensação de que o jogo estava acabado.

O Porto conseguiu adiar a décima falta até sete minutos e meio do final, mas Malián não conseguiu evitar que Nicolia ampliasse para pesados 7-1.

Gonçalo Alves assinou um grande tento, num prémio para o seu inconformismo
Gonçalo Alves assinou um grande tento, num prémio para o seu inconformismo

Com as águias a perderem algum foco e feridos no seu orgulho, os dragões reagiram. Em “slalom”, Gonçalo Alves passou por todos e reduziu para 7-2, num prémio justo para quem mais tentou virar o rumo dos acontecimentos. E Xavi Barroso bisou para o 7-3. No terceiro do Porto, Alejandro pediu um desconto de tempo para “abanar” os seus jogadores nas missões defensivas e o marcador já não voltaria a mexer. O Benfica até desperdiçaria mais dois livres directos, por Ordoñez e Rampulla.

Barcelos líder

A vitória por quatro golos sobre o rival Porto não vale, no entanto, a liderança no campeonato ao Benfica. O Óquei de Barcelos venceu por seis em Famalicão.

Dois golos de Reinaldo Ventura nos primeiros seis minutos deram o mote e Dario Gimenez assinaria o seu primeiro golo ainda na primeira parte, apontando mais dois na segunda.

A equipa de Vítor Silva que disputou a “Liguilha” (este foi já o seu sexto jogo oficial) reagiu no início da segunda parte e reduziu para 2-3, mas o Óquei de Barcelos voltou a “fugir”… até ao 2-8 final.

Mais “curtas” foram as vitórias dos outros assumidos candidatos ao título, Sporting e Oliveirense.

O Sporting venceu tangencialmente por 3-4 em Almeirim. Os leões adiantaram-se ainda não estavam cumpridos dois minutos de jogo por Romero (que bisaria) e não mais deixaram a liderança do marcador, mas o terceiro d’Os Tigres – “lançados” pelo exigente ritmo da Liguilha – a oito minutos e meio do derradeiro apito deixou no ar a incerteza até final.

Remi Herman marcou três em Oliveira de Azeméis, sendo apenas igualado por Dario Gimenez (Óquei de Barcelos)
Remi Herman marcou três em Oliveira de Azeméis, sendo apenas igualado por Dario Gimenez (Óquei de Barcelos)

Em Oliveira de Azeméis, foi a Juventude de Viana que abriu o marcador, com o primeiro de três golos do francês Remi Herman, e a Oliveirense não conseguiu melhor que repor a igualdade até ao intervalo, marcando o regressado Pedro Moreira.

Na segunda parte, a equipa de Paulo Pereira conseguiu uma vantagem de dois golos, mas, à entrada para o último minuto, o jogo estava empatado, depois de Pedro Batista marcar para os vianenses o 4-4. Lucas Martinez, único reforço oliveirense de além-fronteiras, fez o 5-4 e, de livre directo, Marc Torra fez o 6-4 final.

Sanjoanense, Valongo e Turquel vencem

Sanjoanense, Valongo e Turquel também somaram três pontos nesta primeira ronda, vencendo nas suas pistas.

Em São João da Madeira, a Sanjoanense venceu o Riba d’Ave por 4-1. A equipa de Vítor Pereira chegou paulatinamente a uma vantagem de quatro golos e o melhor que a jovem equipa orientada por Raul Meca logrou foi reduzir pelo reforço Gustavo Pato, de livre directo.

Em Valongo, houve mais equilíbrio. Vindo da Liguilha, o Tomar abriu o marcador – já na segunda parte – mas Diogo Fernandes repôs a igualdade a 11 minutos do fim. As decisões ficariam para os derradeiros três minutos. Nuno Araújo bisou, de livre directo, e Diogo Fernandes e Alexandre Marques (“Xanoca”) apontaram o seu segundo golo na partida, para o 4-2 final.

Na Aldeia do Hóquei, o Turquel recebeu e venceu o Braga por 3-1. A vencer por 2-0, os anfitriões “assustaram-se” com um golo de Carlos Loureiro à entrada do derradeiro minuto da primeira parte, mas o primeiro tento oficial de Tomás Moreira às ordens de João Simões daria outra tranquilidade. Na etapa complementar não houve qualquer golo.

I Divisão 2020/21

Sábado, 26 de Setembro (1ª jornada)

• Benfica 7-3 Porto

• Sanjoanense 4-1 Riba d'Ave

• Famalicense 2-8 Óquei de Barcelos

• Oliveirense 6-4 Juventude de Viana

• Os Tigres 3-4 Sporting

• Valongo 4-2 Tomar

• Turquel 3-1 Braga

Classificação

1º Óquei de Barcelos (3 pontos), 2º Benfica (3), 3º Sanjoanense (3), 4º Turquel (3), 5º Valongo (3), 6º Oliveirense (3), 7º Sporting (3), 8º Os Tigres (0), 9º Juventude de Viana (0), 10º Tomar (0), 11º Braga (0), 12º Riba d'Ave (0), 13º Porto (0), 14º Famalicense (0)

Sábado, 3 de Outubro (2ª jornada)

• Braga vs. Valongo • 18h

• Óquei de Barcelos vs. Turquel • 21h30

• Porto vs. Famalicense • 15h

• Juventude de Viana vs. Benfica • 21h30

• Sporting vs. Oliveirense • 21h

• Riba d’Ave vs. Os Tigres • 18h30

• Tomar vs. Sanjoanense • 18h

AMGRoller

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