Quatro para fazerem História na CERS

Quatro para fazerem História na CERS

Cai este fim-de-semana o pano sobre a edição 2017/18 da Taça CERS.

Aquela que é a segunda competição europeia de clubes, conhece este sábado e este domingo o desfecho da prova, com o vencedor a ser coroado em Lleida no culminar da 11ª ocasião que a decisão é em Final Four.

As 37 edições realizadas desde 1980 revelam aquela que é a competição com maior equilíbrio entre as três nações maiores do Velho Continente. De Itália surgiram 10 dos vencedores, de Portugal 12 e, de Espanha 15, sendo que o formato de Final Four deu enfâse ao domínio ibérico da modalidade: em 10 Final Fours, houve cinco vitórias espanholas, quatro portuguesas e "apenas" uma italiana.

Lleida - no pavilhão "11 de Setiembre" (em homenagem ao Dia Nacional da Catalunha) - vai receber a quinta Final Four que se realiza em Espanha e, nas quatro disputadas, duas foram conquistadas por portugueses... o Benfica em 2011 (Vilanova i la Geltrù) e o Sporting em 2015 (Igualada).

São números e páginas de História a que quatro candidatos querem juntar, ou sublinhar, a dourado, o seu nome.

Óquei de Barcelos

O Óquei de Barcelos é a equipa desta Final Four com melhor palmarés. Até 2016, os barcelenses estavam a par do registo do Voltregà, com uma conquista (em 1995, na final com o Tordera) e uma derrota (em 1999, com o Liceo) na final. Mas, depois de ter caído nas "meias" em 2015, o Óquei de Barcelos não mais falhou numa eliminatória...

Com duas conquistas consecutivas, os barcelenses igualaram os feitos de Novara (1992 e 1993) e Reus (2003 e 2004) e o registo de três conquistas de Novara e Liceo. Esta será assim a quarta presença consecutiva na Final Four, tentando inédita terceira vitória consecutiva e um recorde de quatro.

Ricardo Silva tem a possibilidade de conquistar o troféu pela quarta vez. Antes de vencer as duas últimas edições pelo Barcelos, vencera em 2011 - na Catalunha, como este ano - pelo Benfica.

Caso o Barcelos vença, coloca Portugal com um registo de quatro conquistas consecutivas - igualando o de entre 1994 e 1997 -, algo também conseguido por Espanha (entre 2001 e 2004) e Itália (1987 a 1990).

Tal só será batido pelas cinco vitórias consecutivas de equipas espanholas entre 2006 e 2010, sendo que neste particular o registo traduz efectivamente um dominio de uma nação ao invés de uma equipa particular, com as cinco vitórias a serem conseguidas por cinco equipas diferentes: Barcelona, Vilanova, Tenerife, Mataró e Liceo.

Para chegar a esta final, a equipa orientada por Paulo Pereira eliminou sucessivamente o Uttigen (vitórias por 12-3 e 6-10), o Noia (empate a um e vitória por 3-1) e a Juventude de Viana (com dupla vitória por 2-5 e 4-3).

Voltregà

Para além do Barcelos, só o Voltregà, entre as quatro equipas presentes nesta Final Four, conhece o sabor da conquista. A histórica equipa catalã - com três triunfos na então Taça dos Campeões Europeus - conquistou a Taça CERS em 2002 frente ao Porto depois de, duas temporadas antes, ter perdido na final com o Paço de Arcos.

Foram páginas escritas frente a equipas portuguesas a que a equipa de Cesc Linares pretende juntar mais uma de glória. No seu percurso, o Voltregà já eliminou o Valença e tem agora pela frente, nas "meias", o Óquei de Barcelos.

A caminhada - longe de ser tranquila - até esta Final Four fez-se com vitórias frente ao Remscheid (4-6 e 8-1), um 5-1 ao Valença que tornou inglória a vitória da equipa minhota na segunda mão dos "oitavos" por 2-1, e uma vitória por 4-3 depois de um empate a seis em Correggio.

Lleida

O Lleida - tal como o Breganze - procura uma primeira grande vitória internacional. Sem os pergaminhos de outras equipas catalãs, a equipa que é orientada por Albert Folguera, irmão do histórico guarda-redes Carles Folguera, tem-se consolidado a nível interno e quer fazer melhor do que em 2003.

Nesse ano, o Lleida vencera por 3-2 na primeira mão da final, mas foi literalmente atropelado pelo gigante Reus na segunda mão, com o guarda-redes Guillem Trabal a não conseguir evitar uma derrota por 5-0 frente àquela que, um ano depois, viria a ser a sua equipa.

Na única vez que o Lleida chegou à final da Taça CERS, em 2003, o guarda-redes era Guillem Trabal.

Esta temporada, o Lleida afastou o Walsum (vitórias por 3-5 e 7-2), virou a eliminatória com o Igualada, vencendo por 4-1 depois de uma derrota por 4-3 na primeira mão e passou o Tomar, com nova vitória por 4-1 perante o seu público, empatando depois na cidade dos Templários a quatro.

Decidindo eliminatórias no seu "11 de Setembro", o Lleida apostou forte para ter esta Final Four em "casa", com a comarca local a reforçar a aposta no Hóquei em Patins depois de ainda no ano passado ter recebido a Final Four da Liga Europeia.

Breganze

O Breganze procura também o seu primeira troféu internacional, que esteve perto - muito perto - de acontecer em 2014. Na final, em Forte dei Marmi, os "rossoneri" venciam por 3-1 o Noia, com três golos de Cacau. O hat-trick do internacional brasileiro acabaria por ser inglório, com uma reviravolta catalã, e o título já foge a uma equipa italiana desde 2012 (na altura, conquistado pelo Bassano).

Esta temporada, o Breganze e Cacau - com o técnico Diego Mir, a fazer um trabalho extraordinário, como reforço de peso - querem refazer a História, e têm até esta Final Four um percurso 100% vitorioso, passando Nantes (2-4 e 6-1), Dornbirn (9-2 e 2-9) e Turquel (4-5 e 4-3).

Os Jogos

Meias-finais, 28 de Abril*

• Voltregà vs Óquei de Barcelos, 18h30 (arbitragem de Massimiliano Carmazzi e Joseph Silecchia)

• Lleida vs Breganze, 21h00 (Luís Peixoto e Miguel Guilherme)

Final, 29 de Abril*

• 18h00 (com árbitros a indicar)

*horas locais, menos uma em Portugal continental

AMGRoller

Partilhe

Facebook Twitter AddToAny
Outros artigos do dia