Leoas 'atacam' quatro anos de vitórias das águias
Foto de capa: Sporting Clube de PortugalO Benfica recebe esta sexta-feira o Sporting no embate do Hóquei em Patins feminino que mais expectativa gera. A missão das leoas é a de impedir o triunfo encarnado, algo que ninguém consegue em provas nacionais há quatro anos.
Foi a 16 de Novembro de 2016, completaram-se esta semana quatro anos, que alguém conseguiu impedir uma vitória do Benfica em provas nacionais. Então, as águias, consagradas em 2015/16 tetracampeãs só com vitórias – 26 para o Campeonato –, empataram na recepção à Stuart.
O Benfica entrou na temporada de 2016/17 com um triunfo em Alverca por claros 0-11. Mas, na segunda jornada, na recepção à Stuart, não foi além de uma igualdade a dois.
Apontaram os tentos encarnados a chilena Macarena Ramos e Marlene Sousa, curiosamente as duas jogadoras de pista que ainda continuam – “Maca” fez um interregno no Cerdanyola e voltou em 2019 – de águia ao peito. Do plantel que Paulo Almeida conduziu essa temporada, resta apenas mais Maria Celeste Vieira, cuja ligação ao Benfica remonta a 2004, como atacante dos então “Infantis B”, agora Escolares. No seu percurso formativo, a guardiã sairia dos quadros, mas regressaria para o arranque do projecto feminino em 2012 e é a única que se mantém desde o início.
A equipa das aguias, que inevitavelmente conquistaria o “penta”, contava ainda com Ana Arsénio, Andreia Leal, Inês Vieira, Rita Luz, Raquel Abreu, a guarda-redes Sandra Bento e as gémeas Rita Lopes e Rute Lopes, agora figuras do projecto leonino.
Outras figuras das leoas são Adriana Costa, Ana Catarina Ferreira e Sofia Moncóvio e a guarda-redes Inês Caldeira, que naquele dia de Novembro de 2016 lograram o que mais ninguém lograria em Portugal depois disso. Ana Catarina Ferreira assinaria mesmo um dos tentos da equipa às ordens de Cristiano Agulhas, agora adjunto de José Luís Agulhas.
A Stuart contava ainda com Tânia Freire, Débora Gonçalves e Joana Jorge, que este ano estão de regresso à equipa de Massamá. Na pretérita temporada, Tânia (“Pulga”) capitaneou o Sporting, onde Débora foi adjunta de Andreia Barata, e Joana Jorge regressou à competição depois de um ano afastada, depois da Stuart não ter feito equipa em 2019/20. A estas juntavam-se Daniela Costa (agora no Infante Sagres), Diana Lopes e Rita Dias (CACO) e Andrea Afonso e a catalã Carla Masclans, que apontou o outro tento desse “infame” 2-2.
102 vitórias consecutivas para o Campeonato
A 26 de Novembro, o Benfica retomou o seu percurso vitorioso com um triunfo por 0-8 no Tojal. A primeira de 102 vitórias consecutivas só para o campeonato, a que se junta um registo também 100% vitorioso para a Taça de Portugal e na Supertaça.
Para o Campeonato, desde esse empate a 16 de Novembro, contam-se 22 vitórias consecutivas em 2016/17 e o pleno de 28 em 2017/18, de 26 em 2018/19, de 18 em 2019/20 (prematuramente interrompida devido á pandemia) e oito já nesta temporada, com um total de 972 golos marcados e 111 sofridos. Incluindo três triunfos no duelo com o rival da Segunda Circular. Por 1-3 e 4-3 em 2019/20, e por 3-4 já esta temporada.
Com derrotas tangenciais em Março e em Outubro, o Sporting vai ameaçando a série de vitórias do Benfica.
Antes da imaculada temporada de 2015/16, o Benfica registara dois empates em 2014/15 e três em 2013/14. Já para encontrar uma derrota encarnada, é preciso recuar a 2013, a 23 de Junho. Nessa temporada, as águias perderam com o Turquel duas vezes, com a Académica e – finalmente – com Os Lobinhos, somando ainda quatro empates.
Para as águias é, para já, uma História no Campeonato de 194 vitórias, 10 empates e quatro derrotas, com 1710 golos marcados e 248 sofridos. Conseguirá agora o Sporting ser o protagonista num 11º empate quatro anos depois ou, ainda mais audaz, de uma derrota mais de sete anos volvidos sobre a última?
O dérbi capital no feminino está agendado para esta sexta-feira, dia 20, às 20h30.
Para decidir em play-off
Independentemente do desfecho da partida desta sexta-feira, as decisões ainda estão muito longe, e o título será entregue num playoff a que até as equipas piores nesta primeira fase podem ter acesso.
Apesar de estar regulamentado um modelo competitivo para mais de 14 equipas (participam 17 neste campeonato), terá prevalecido sobre o regulamento “o diálogo, a unanimidade e o bom senso de todos” para se implementar um modelo alternativo para a época em curso. Violações ao Regime Jurídico das Federações Desportivas à parte, o Campeonato Nacional de Seniores Femininos será disputado em quatro momentos.
Numa primeira fase – com término previsto para 29 de Novembro – estão constituídas três zonas. À data, o Benfica lidera a Zona Sul com oito vitorias em outros tantos jogos, seguido do Sporting, a três pontos. A Centro, Académica e Sanjoanense seguem a par, com 15 pontos (e uma derrota cada) em seis partidas. Na Zona Norte, Académico da Feira e Carvalhos somam os mesmos 18 pontos, mas os feirenses ainda não perderam. O Carvalhos, com mais um jogo, perdeu – em Santa Maria da Feira -, por tangencial 5-4.
Segue-se uma segunda fase – entre 6 de Dezembro e 25 de Abril de 2021 - dividida em dois grupos. O Grupo 1 será disputado pelos mais bem classificados. Os três primeiros das Zonas Norte e Sul e os dois primeiros da Centro. O Grupo 2 contará com as restantes nove equipas.
Caso a pandemia não permita playoff, haverá campeão se (e só se) a segunda fase for concluída, ficando com a “coroa” o primeiro classificado do Grupo 1. Caso tudo corra como planeado, para o play-off avançam directamente os quatro mais bem classificados do grupo 1. Os restantes quatro disputam, num terceiro momento competitivo, à melhor de três (a 1, 8 e 9 de Maio), o acesso aos play-offs com os quatro mais bem classificados do grupo 2.
A corrida ao título, em eliminatórias sempre à melhor de três, arranca definitivamente a 16 de Maio. Os quartos-de-final jogam-se a 16, 22 e 23 de Maio, as “meias” a 30 de Maio, 3 e 6 de Junho e a decisiva final joga-se a 10, 13 e 20 de Junho.
Quinta-feira, 19 de Novembro de 2020, 14h27