A reviravolta inglória e a glória do crer
O Porto não foi além de um empate em Tomar, apesar de ter passado para a frente do marcador a três minutos e meio do final. Filipe Almeida faria o 4-4 com quatro segundos para jogar.
Vindo de três vitórias consecutivas, o Porto procurava em Tomar confirmar o bom momento e entrou determinado, colocando desde cedo à prova o guarda-redes Francisco Veludo. Sem conseguirem marcar, os dragões foram perdendo o controlo da partida, permitindo aos nabantinos equilibrar o jogo.
As jogadas de perigo sucediam junto a uma e outra baliza, quer com Veludo, quer com Malián a evitarem dissabores perante adversários que, várias vezes, surgiam isolados.
Apesar de não contar ainda com Carlo Di Benedetto (que já foi convocado depois de prolongada lesão, mas não foi chamado a jogo) nem com Daniel Oliveira (“Poka”), Guillem Cabestany pediria maior pressão num desconto de tempo a seis minutos e meio do intervalo, e os seus jogadores cumpriram, imprimindo mais velocidade e tornando o golo iminente.
No entanto, seria o Tomar – contra a corrente do jogo – a marcar. Nery serviu Alexandre Marques (“Xanoca”), que, isolado, inaugurou o marcador. O Porto acusou o golo e valeria Xavi Malián a evitar o avolumar do resultado. Filipe Almeida e Xanoca, isolados, não conseguiriam bater o guarda-redes catalão.
O Porto regressou apostado no empate, mas voltaria a ser Xanoca a marcar, com quatro minutos jogados na etapa complementar. Os dragões encostavam o adversário e não tardaram a reduzir, de grande penalidade, num remate forte e colocado de Gonçalo Alves. Mas a pressão tardaria a dar mais frutos.
O bloco tomarense recuava cada vez mais e Veludo ficava à mercê da meia distância azul e branca. A nove minutos do final, depois de uma saída gorada para o ataque dos nabantinos, Giulio Cocco rematou para o 2-2 que fazia justiça à intensidade que a equipa de Cabestany colocava em pista. Mas, nisto do desporto, a justiça é um detalhe. Na resposta, Rúben Sousa voltava a colocar o Tomar na frente.
Os minutos passavam e aproximava-se a 10ª falta de parte a parte. A cinco minutos do fim, ambas as equipas somavam nove faltas.
Conquistou primeiro o direito ao livre directo o Tomar, mas o tiro – de Rúben Sousa – sairia pela culatra. Malián negou o golo e, na resposta rápida, Rafa desviou – à semelhança do que já fizera frente ao Braga – um passe tenso de Xavi Barroso para o fundo das redes de Veludo e repôs a igualdade. Cerca de meio minuto depois, na 10ª falta nabantina, Gonçalo Alves voltou a não perdoar e fez o 3-4.
Os dois golos dos dragões na recta final da partida seriam efusivamente festejados, no culminar de um esforço hercúleo para virar o marcador frente à equipa surpresa deste campeonato. No entanto, ainda havia três minutos e meio para jogar.
O Porto não conseguia segurar a bola e, com 30 segundos para jogar, Veludo saiu para a sua equipa atacar com cinco. Os nabantinos perderam a bola e voltaram a perdê-la, mas acreditaram e pressionaram para a recuperarem. Finalmente, após um remate da zona frontal de Rúben Sousa, Filipe Almeida recebeu solto e levantou sobre um indefeso Xavi Malián para o 4-4. A quatro segundos do fim.
Com este empate e os mesmos 10 jogos realizados, Porto e Tomar continuam separados por três pontos na classificação. O Porto passa a somar 20, tantos como Benfica (menos um jogo) e Sporting (menos dois), e é quarto, ao passo que o Tomar tem os mesmos 17 do Óquei de Barcelos (menos dois jogos) e é sexto.
Braga foge dos últimos lugares
Depois de uma derrota no Dragão Arena na passada quinta-feira, e apesar de não poder contar com Afonso Lima e não ter Hugo Azevedo no banco, o Braga somou a terceira vitória e fugiu dos lugares de despromoção, subindo ao 9º lugar.
Em Almeirim, o capitão Ângelo Fernandes assumiu as despesas da primeira parte para os bracarenses, abrindo o marcador e restabelecendo a igualdade depois de André Martins (“Keke”) e Hernâni Domingos terem virado o resultado.
Após o reatamento, a equipa minhota entrou eficaz e “cavou” uma vantagem de dois golos com tentos de Diogo Seixas e Fabricio Ciocale nos primeiros seis minutos, obrigando a equipa de André Luís a correr atrás do resultado. Mas Os Tigres chegaram à 10ª falta e António Trabulo não perdoou, para uma vantagem de 2-5.
Como noutras jornadas, os almeirinenses não baixaram os braços e relançaram a partida. Filipe Bernardino e Hernâni Domingos reduziram para a desvantagem mínima e ainda sobravam mais de nove minutos de emoções.
A eficácia – ou, melhor, a falta dela – ditaria que não haveria mais alterações. Os Tigres desperdiçaram ainda uma grande penalidade e um livre directo, ao passo que os bracarenses também não aproveitaram a oportunidade de “matar” a contenda de livre directo.
O Braga passa a somar nove pontos e tem regresso à pista marcado já para quarta-feira, cumprindo no João Rocha, frente ao Sporting, jogo em atraso da 6ª jornada. Também para a 6ª jornada e na próxima quarta-feira, a Juventude de Viana recebe o Óquei de Barcelos.
Por agendar ficam três jogos desta 10ª jornada.
I Divisão 2020/21
10ª Jornada
• Riba d’Ave 1-3 Juventude de Viana
• Oliveirense 7-5 Turquel
• Os Tigres 4-5 Braga
• Tomar 4-4 Porto
• Sporting vs. Valongo • adiado
• Benfica vs. Famalicense • adiado
• Sanjoanense vs. Óquei de Barcelos • adiado
Classificação
1º Oliveirense (21 pontos), 2º Benfica* (20), 3º Sporting** (20), 4º Porto (20), 5º Óquei de Barcelos** (17), 6º Tomar (17), 7º Valongo* (16), 8º Juventude de Viana* (11), 9º Braga* (9), 10º Sanjoanense* (9), 11º Turquel (7), 12º Os Tigres (7), 13º Famalicense* (6), 14º Riba d'Ave (6)
* com menos um jogo
** com menos dois jogos
6ª Jornada
• Sporting vs. Braga • 25.Nov • 20h
• Juventude de Viana vs. Óquei de Barcelos • 25.Nov • 21h30
11ª Jornada
• Sporting vs. Riba d’Ave • 28.Nov • 15h
• Juventude de Viana vs. Tomar • 28.Nov • 21h30
• Porto vs. Sanjoanense • adiado
• Óquei de Barcelos vs. Os Tigres • 28.Nov • 21h30
• Braga vs. Oliveirense • 28.Nov • 18h
• Turquel vs. Benfica • adiado
• Valongo vs. Famalicense • 28.Nov • 18h30
Segunda-feira, 23 de Novembro de 2020, 8h20