Eficácia madrugadora de Vasco 'desbarata' Dragão

O Turquel venceu o Porto por 8-5 no fecho da 16ª jornada do Nacional da I Divisão.
Ainda que cada vez mais um jogo se decida na questão das bolas paradas, dificilmente alguém na Aldeia do Hóquei ousará apontar o dedo ao livre directo falhado por Vasco Luís a oito minutos do intervalo. Quando Telmo Pinto viu o azul que deu origem a essa soberana oportunidade, já Vasco marcara por três vezes e ainda voltaria a celebrar por mais uma vez até ao intervalo.

O póquer de Vasco Luís começou a desenhar-se ainda não estava decorrido o primeiro minuto de jogo. E, com pouco mais de oito minutos decorridos, o melhor marcador dos turquelenses no campeonato já batera, com uma eficácia inexcedível, Nelson Filipe por três vezes, sem tempo – nem espaço no rinque – para qualquer reacção dos azuis-e-brancos.
Contra um Marco Barros seguro, os ataques do Porto foram inócuos. Nem Gonçalo Alves, de grande penalidade, logrou bater o guarda-redes dos anfitriões.

Na etapa complementar o Porto surgiu mais agressivo na tentativa de recuperar a bola, dando continuidade ao que já vinha a fazer na recta final da primeira parte, e reduziu aos três minutos. Se ao intervalo, entre os adeptos da casa, ninguém arriscava festejar antes do tempo, o golo dos dragões assustou. Mas, para os turquelenses, não passou mesmo de um susto. A resposta foi tremenda. No espaço de três minutos, com golos de Luís Silva, Alexandre Marques (“Xanoca”), de livre directo, e Xavier Lourenço, de grande penalidade, o Turquel disparou para um 7-1 com contornos já delineados a escândalo.
Rafa entrou em pista com uma máscara protectora. Mas, chateado com um lance perdido, atirou-a para lá das tabelas.
O Porto não baixou os braços e procurou reduzir. Não faltava vontade mas faltava discernimento. Hélder Nunes (perante o júnior Mário Rosa), Reinaldo Garcia e Rafa falharam de livre directo e, já perto do final, Gonçalo Alves voltou a falhar de grande penalidade. A menos de quatro minutos do fim, Gonçalo reduzira para 8-5 naquele que foi a única bola parada transformada pelos azuis-e-brancos… Antes, num último fôlego, Reinaldo e Rafa também tinham reduzido, mas era tarde depois de Xavier Lourenço ter assinado o 8-2, bisando da marca de grande penalidade.

Um dos destaques entre os vitoriosos turquelenses foi o jovem Luís Silva. Por bons motivos e por outros não tão bons, ao ser o alvo das atenções dos jogadores visitantes com o apito final, dando origem a um sururu que acabaria por se resolver. Intenso na sua maneira de viver os cinquenta minutos de jogo, Luís Silva deu mais uma vez - já o testemunháramos contra o Barcelos de Hugo Costa - cabo dos nervos aos adversários.
No final da partida, Guillem Cabestany lamentou a eficácia contrária, com os golos que surgiram cedo a condicionar a partida. O técnico portista reconheceu que o Porto se desconcentrou e a recuperação tornou-se muito complicada.
João Simões estava naturalmente satisfeito com esta que foi a terceira vitória consecutiva para o campeonato, elogiando a prestação técnico-táctica da sua equipa. O treinador deseja dar continuidade a este momento depois de um arranque de campeonato atribulado.
Vasco Luís, autor do póquer na primeira metade da partida, não conseguia disfarçar o seu contentamento, congratulando-se pelos quatro remates certeiros que deram o mote para a vitória e que, segundo o atacante, mostraram o verdadeiro Turquel.
Em Dia dos Namorados, festejaram em Turquel os adeptos locais a paixão pelo seu clube. E, se por um lado se poderá dizer em jargão que o Turquel "deu oito" ao Porto, por outro lado "deu dez ao Benfica". Pontos de vantagem, isto é.
Os encarnados tinham vencido no sábado no Livramento por 1-3 e aumentam para 10 pontos a vantagem sobre o segundo, FC Porto, ficando matematicamente - com 10 jornadas por realizar - a sete vitórias da renovação do título.
Terça-feira, 16 de Fevereiro de 2016, 0h12