A atribuição da organização das Final Four
Todos os anos, na altura em que os candidatos à organização das grandes festas do hóquei em patins Europeu de clubes se chegam à frente, são levantadas as questões de “direito” por historial ou de “justiça” porque no ano anterior o evento teve lugar noutro sítio ou houve outro evento nesse mesmo sítio.
No entanto, à luz dos regulamentos, “direito”, “justiça” e outras questões subjectivas em nada influenciam uma decisão que não podia ser mais objectiva. Passada a questão formal de cada candidatura ter de ser validada pela Federação que superintende o hóquei no país de onde origina a proposta, é uma questão de números. Mais concretamente, de um número.
No intuito de esclarecer os critérios aplicados na decisão, o HóqueiPT esteve à conversa com Fernando Graça, presidente do Comité Europeu de Hóquei em Patins (CERH). Não colocando em causa a justiça ou injustiça do regulamento – é o que está em vigor… - a decisão é tomada com base numa oferta monetária que, por exemplo, no caso da CERS, não poderá ser inferior a 5000 euros.
Apenas no caso de haver propostas “equivalentes” nesse valor é que se passa aos restantes pontos das propostas que, ainda assim, têm sempre de cumprir uma série de condições necessárias. A proposta vencedora está igualmente sujeita a uma análise antes da confirmação da organização.
Estes e outros pormenores para ouvir do presidente do CERH, Fernando Graça.
Já no próximo fim-de-semana há um exemplo cabal da aplicação dos regulamentos. A Final Four da Liga Europeia Feminina realiza-se em Manlleu… pelo segundo ano consecutivo.
As equipas presentes questionaram a escolha em virtude da baixa lotação do pavilhão onde no ano passado a equipa feminina do Benfica se sagrou campeã europeia, mas – não estando regulamentado um mínimo de capacidade – valeu a oferta económica do Manlleu, a bater a outra proposta, do Voltregà, por uma diferença significativa.
Esta Final Four feminina será disputada por quatro equipas espanholas (Manlleu, Voltregà, Palau Plegamans e Gijón), três delas da Catalunha, o que beneficiará a afluência de público. Sensível à questão da lotação, o Manlleu improvisou lugares adicionais.
A próxima organização a ser atribuída será a da Final Four da Taça CERS, que contará com a presença das equipas portuguesas do Sporting, detentor do título, e Óquei de Barcelos. O prazo para as candidaturas termina na sexta-feira, 18 de Março (e não a 16 como foi veiculado), devendo a proposta vencedora ser conhecida, por força da realização da Final Four da Liga Europeia Feminina, na segunda-feira seguinte, dia 21.
Segundo adianta Fernando Graça, já os emblemas portugueses formalizaram ambos o interesse, não tendo, no entanto, ainda apresentado a proposta definitiva. Os catalães do Vilafranca, com o apoio do seu “ayuntamento” (por analogia, “câmara municipal”), também estão na corrida à organização nesta presença inédita do clube numa Final Four. Os italianos do Matera não deverão apresentar proposta.
Segunda-feira, 14 de Março de 2016, 13h46