Benfica garante presença na Final Four com empate
O Benfica apurou-se para a Final Four da Liga Europeia, mercê de um empate a cinco bolas com os catalães do Vendrell.
Sem Nicolía, os encarnados começaram com Adroher e Torra no cinco e os catalães seriam os marcadores de serviço. Adiantou os encarnados Jordi Adroher, num golo logo aos três minutos que – a somar aos dois de vantagem que os encarnados traziam da Catalunha (3-5) - parecia sentenciar a eliminatória.
Carlos Nicolía foi ausência notada. O argentino dos encarnados terá contraído uma ruptura parcial de ligamentos no joelho e deverá estar ausente durante todo o mês de Abril.
Mas, com o guarda-redes Jesus (“Xus”) Fernandez a negar ao Benfica uma vantagem mais larga, o Vendrell chegaria ao empate. Aos 11 minutos, num livre que era indirecto, Sergi Miras rematou com a bola a aninhar-se no fundo das redes da baliza à guarda de Guillém Trabal. Os encarnados protestaram, mas os árbitros alegaram um desvio de Francesc Gil para validar o golo.
Na fase do jogo em que surgiu, o golo visitante acabou por ser fortuito. E um minuto depois, o Benfica voltava a adiantar-se, numa grande penalidade transformada por Marc Torra.
Com Pedro Nunes a rodar a equipa, os “roiginegre” - que tiveram uma incansável claque… de três elementos – apontaram três golos consecutivos e fizeram o inesperado, igualando a eliminatória. Jordi Ferrer, Xavier Aldrich e Sergi Miras, este último num livre directo a um minuto do intervalo, viraram o resultado para 2-4.
A igualdade na eliminatória seria o melhor que Guillem Perez poderia desejar para o arranque dos 25 últimos minutos – regulamentares - destes quartos-de-final. Seria... Porque Marc Torra ainda teve tempo de reduzir para 3-4 antes do intervalo.
O golo de Torra foi um rude golpe no ânimo dos visitantes, embora, tal como no lançamento do jogo Pedro Nunes avisara, o Vendrell estivesse “vivo”.
No entanto, o Benfica regressou dos balneários para uma segunda parte mais segura, a controlar bem o resultado. Com três minutos e meio jogados, Jordi Ferrer viu o azul e Jordi Adroher fez o 4-4. Não marcou no livre directo, mas aproveitou a vantagem numérica para repor a igualdade no jogo e devolver a liderança na eliminatória às águias.
Os encarnados defendiam bem e a melhor oportunidade para o Vendrell se relançar surgiu na 10ª falta encarnada. Faltavam jogar 11 minutos mas Sergi Miras não conseguiu repetir o sucesso da primeira parte, vendo Guillém Trabal negar-lhe o golo. E pouco depois, menos de meio minuto depois, Marco Torra fazia o 5-4.
O Vendrell ainda dispôs de mais um livre directo (por azul a Diogo Rafael) mas Eloi Mitjans não foi mais feliz que o seu capitão. O melhor que os catalães conseguiram foi restabelecer a igualdade no jogo, por Jordi Ferrer, a fixar o 5-5 final, ainda que nunca tivessem baixado os braços. Guillém Perez arriscou mesmo a jogar com cinco jogadores de pista ainda com três minutos para jogar, mas o marcador não voltou a mexer.
Guillém Perez e Sergi Miras regressarão ao pavilhão da Luz na próxima temporada num contexto necessariamente diferente. Treinador e jogador são reforços certos do Sporting para 2016/17.
No final do jogo, Pedro Nunes regozijou-se com um objectivo cumprido, revelando a ambição de vencer a prova apesar de recordar que a época prossegue já no próximo fim-de-semana, com a recepção à Sanjoanense para a Taça de Portugal. Guillém Perez reconheceu a superioridade encarnada, apontando o 3-4 antes do intervalo – quando instantes antes igualara a eliminatória – como momento chave.
A Final Four
Na Final Four agendada para 14 e 15 de Maio, o Benfica vai defrontar o Barcelona, numa reedição das meias-finais de 2013 (em que os encarnados se sagraram campeões europeus) e de 2014 (em que os blaugrana ganharam o título). A actual bicampeã europeia já tinha praticamente carimbado o passaporte para a Final Four com uma vitória por 6-0 na primeira mão e na Corunha, sem Edu Lamas (lesionado) e Sergi Panadero (dispensado por ter sido pai), empatou com o Liceo a duas bolas.
Na outra meia-final, defrontam-se Oliveirense e Forte dei Marmi. Os portugueses repetiram o triunfo e os números da primeira mão, vencendo o Porto - desta feita no Dragão Caixa – por 3-4. Este é um regresso da equipa de Oliveira de Azeméis à decisão da principal prova europeia depois de ter estado presente na Final Eight de Lodi, em 2012.
Carlos López venceu a Liga Europeia por todas as equipas que representou na Europa: Liceo, Barcelona e Benfica. Será agora a vez da Oliveirense?
Para os italianos do Forte é uma estreia. Os italianos, liderados pelo catalão Pedro Gil, foram os únicos a conseguir virar a eliminatória nos “quartos”, vencendo por 7-5 depois de terem perdido por 2-1 em Vic. O decisivo golo, a evitar o prolongamento, surgiu por Davide Motaran a escassos 14 segundos do derradeiro apito.
Organização
Conhecidos os semifinalistas da Liga Europeia, esta será uma semana de apresentação de propostas/candidaturas de organização. Sendo quase certo – neste momento - que Barcelona (por ter organizado há dois anos) e Forte dei Marmi (sem possibilidades financeiras) não apresentarão candidatura, a festa do hóquei em patins de clubes deverá ter lugar em Portugal.
Para a Oliveirense, que na temporada passada expressou vontade de organizar a Final Four da Taça CERS caso se apurasse, poderá servir inclusivamente de preparação para o Europeu de Julho próximo. O Benfica já noutros anos tentou – sem sucesso - a organização, mas a possibilidade será mais remota. A próxima semana será de decisões.
Domingo, 3 de Abril de 2016, 1h11