Barcelos e Vilafranca na final
Barcelos e Vilafranca são os finalistas da Taça CERS 2015/16.
A final, tal como na última temporada, será ente portugueses e catalães. Mas os protagonistas são outros. O Barcelos que na última edição caiu nas “meias”, desta feita afastou os italianos do Matera. O Vilafranca venceu o actual detentor do título, o Sporting. Os dois jogos das meias-finais só seriam decididos na lotaria das grandes penalidades.
Barcelos
Reservou primeiro o seu lugar na final o Barcelos. A jogar perante o seu público, com um apoio impressionante da Kaos Barcelense mas aquém da enchente, a equipa de Paulo Freitas foi surpreendida pela entrada do Matera. Longe do paradigma italiano de defesa férrea, a equipa que é orientado por Nuno Resende entrou atrevida e perigosa. Mas não conseguia materializar as situações criadas em golo.
O Barcelos foi assentando o seu jogo mas a teia que Nuno Resende urdiu impedia que o perigo chegasse perto de Grimalt. Seria determinante para o desequilíbrio do jogo a entrada de João Guimarães. Os italianos perderam-se na marcação ao jovem jogador e estenderam a passadeira ao Rei. Reinaldo Ventura fez o primeiro a cinco minutos do intervalo e o segundo a apenas dois segundos do descanso.
Em particular o golo perto do intervalo poderia ser um rude golpe para os italianos. Mas não para este Matera de Nuno Resende. Pese um plantel a pecar pela falta de soluções (só Davide Borsi entrou) e de uma longa e madrugadora viagem na véspera, os italianos mostraram-se num excelente momento, pressionaram e chegaram ao empate. Juan José Lopez reduziu aos cinco minutos e, seis minutos depois, o capitão Valerio Antezza deixou dois por terra com uma súbita mudança de direcção e restabeleceu a igualdade.
O Municipal gelou. Mas não a Kaos, que não deixou a sua equipa ir abaixo.
Pouco depois do empate, o Matera cometia a 10ª falta e, de frente para a sua claque, Reinaldo não desperdiçou, colocando novamente os barcelenses na frente. Foi no entanto vantagem que não aguentou muito. Valerio Antezza bisou e, a nove minutos do último apito do tempo regulamentar, deixou tudo como no início.
O empate perdurou até às grandes penalidades. Intratável, Reinaldo marcou logo na primeira oportunidade do Barcelos. Johnattan Cellura, que nem jogou, empatou. Vieirinha, depois de ter marcado na decisão do Mundial de Sub-20, voltou a marcar. Ricardo Silva tratou do resto…
Vilafranca
60 minutos de hóquei e uma série de grandes penalidades depois, entrava em pista o detentor do troféu, o Sporting. No caminho para a defesa do título, os leões encontraram um Vilafranca estreante nestas andanças mas com jogadores – e um treinador - experientes nesta fase da prova.
O jogo foi disputado desde o apito inicial, com os árbitros italianos – que necessariamente irão apitar a final - a deixarem passar em claro muitas faltas, algumas duras. Queixaram-se primeiro os catalães, a chegarem às nove faltas ainda na primeira parte e com a sua claque a celebrar cada falta assinalada ao Sporting com um aplauso. Mas, paulatinamente, o Sporting também se veria com sete faltas até ao intervalo.
Em jogo jogado, as equipas foram perdulárias. O jogo foi rápido e obrigou os dois treinadores a rodarem cedo os seus jogadores, mas faltava acutilância no último terço do terreno. A ambos. E os golos foram reflexo disso mesmo. O Sporting só marcou de grande penalidade, por Luís Viana, a dois minutos do intervalo, e o Vilafranca só marcou de livre directo. Roger Rocasalbas marcou de livre directo a castigar azul a Estebán Abalos no arranque da segunda parte. E, de golos, foi só.
Com nove faltas ao intervalo, o Vilafranca sobreviveu toda a segunda parte e prolongamento à 10ª. No mesmo período, os árbitros assinalaram duas faltas ao Sporting.
Na segunda parte não faltariam oportunidades ao Sporting. O Vilafranca, à beira da 10ª falta, não “encostava” nos adversários e sobrava espaço. Mas os leões foram perdulários, em particular Cacau. E, entretanto, o Sporting chegava também á nona falta, quando faltavam cinco minutos para o fim do tempo regulamentar.
Não houve mais golos, nem mais faltas. Só grandes penalidades.
Tiago Losna deu vantagem aos leões mas o capitão Marc Navarro igualou logo de seguida e ficou tudo adiado para um derradeiro duelo. Não ao pôr do sol, já para lá das 23h… Ângelo Girão saiu bem antes do tempo para desconcentrar Roger Rocasalbas. À segunda, o “pistoleiro” do Vilafranca fez o 2-3 final, celebrando com um desconcertante encolher de ombros…
Entre os jogadores do Vilafranca houve lágrimas a celebrar um momento histórico, que poderá ser exacerbado ao máximo este domingo. Ao Sporting faltou a “estrelinha” que tivera em Igualada…
A final joga-se a partir das 18h30 e tem transmissão televisiva na RTP2.
Domingo, 1 de Maio de 2016, 11h08