A CERS ficou em casa
O Óquei de Barcelos conquistou a Taça CERS pela segunda vez na sua história ao vencer o Vilafranca por 6-3.
O Municipal de Barcelos encheu este domingo para ver o Barcelos ganhar a CERS. Mas os fiéis que acorreram à "Catedral" desde cedo perceberam que a tarefa não seria fácil.
Ainda só estava decorrido minuto e meio quando Roger Rocasalbas fez o 0-1 para os catalães. O Vilafranca impunha dificuldades ao Barcelos que somava faltas e tardava a entrar no jogo. E se Hugo Costa logrou a igualdade aos seis minutos, logo de seguida - na jogada seguinte - Joan Vazquez recolocou os catalães na frente. O lance motivou protestos dos barcelenses e Reinaldo Ventura viu azul.
A inferioridade numérica passada sem sofrer golos transformou o Barcelos numa equipa mais determinada, mais acutilante. Aos 10 minutos, o Óquei dispôs de uma grande penalidade. E Luís Querido, numa tarde de tremenda eficácia, não desperdiçou.
O empate estava reposto e o pavilhão ao rubro, e um diabólico Hugo Costa na frente consumou a reviravolta. Não mais o Barcelos perderia a liderança no marcador.
Na frente do marcador, o Óquei de Barcelos cresceu e até ao intervalo arrumou praticamente a questão do marcador. João Guimarães (“Joca”) sofreu uma grande penalidade e, de pronto, apontou para Reinaldo Ventura. Mais que a pedir a transformação do castigo máximo, foi um reconhecimento pela forma como, instantes antes, “Rei” dissera a Joca como atacar para dar golo. E Reinaldo – ciente que o guarda-redes o teria bem estudado (e Camps defendeu mesmo dois livres directos de Rei) - deixou para Luís Querido. Que voltou a marcar.
Os anfitriões da Final Four estavam claramente por cima e, menos de um minuto volvido, e já nos cinco finais da primeira parte, Joca isolou-se perante Gerard Camps e, com um toque subtil e de muita classe, desfeiteou o guarda-redes adversário para o 5-2 que subsistiria até ao intervalo.
Na etapa complementar, não faltaram momentos emotivos, até porque aos cinco minutos, Roger Rocasalbas, de livre directo, reduzia para dois golos de diferença. Mas faltou o condimento de mais golos… Reinaldo falhou de livre directo – depois de já ter também desperdiçado no final da primeira parte - e Rocasalbas também não conseguiu bater Ricardo Silva em nova oportunidade.
O Barcelos segurou bem a vantagem, com os menos utilizados da véspera, Vierinha e Zé Pedro, a gerirem bem a posse de bola. Zé Pedro - “injustiçado” pelos poucos minutos que fora utilizado na meia-final, conforme confessou Paulo Freitas – teve mesmo um dos momentos altos da segunda parte, numa iniciativa individual a que só faltou o golo e deixou o público suspenso num bruaá colectivo.
A pouco mais de três minutos do fim, num jogo em que a dupla de arbitragem italiana, tal como na meia-final entre Sporting e Vilafranca, falhou diversas vezes no julgamento dos lances - para um e outro lado -, o Vilafranca chegou à 10ª falta.
Chamado à tentativa de transformação do livre directo, Luís Querido, de frente para o topo onde a Kaos Barcelense foi incansável, sentenciou a partida. Já ao som de "o campeão voltou", o apito final selou o regresso à glória europeia, 21 anos depois.
Lembrado na festa, Pedro Silva viajou com os Sub-20 até ao Livramento. Marcou mas, sem Vieirinha e João Guimarães, o Barcelos perdeu 5-3.
Perante o seu público, o Óquei, sob o comando de Paulo Freitas, apresentou-se na final com sete barcelenses. Os "forasteiros" Ricardo Silva e Reinaldo Ventura - "adoptados" pela equipa e os adeptos - reforçaram os "rapazes da terra" para uma vitória que fica para a história.
Terça-feira, 3 de Maio de 2016, 23h32