Fernando Claro recandidata-se
O presidente da Federação de Patinagem de Portugal, Fernando Claro, vai candidatar-se a novo mandato.
O organismo que superintende o Hóquei em Patins em Portugal é liderado desde 2003 por Fernando Claro, no primeiro ano completando o mandato do ex-presidente Carlos Sena e depois surgindo em 2004, 2008 e 2012 sozinho a sufrágio.
Tendo completado 71 anos em Abril último, muitos davam o mandato corrente - que termina em Outubro - como o último. O próprio Fernando Claro chegou a dar o fim do seu trajecto como praticamente certo, mas algo mudou. "Em primeiro lugar, foi o reconhecimento do trabalho que eu fiz ao longo dos anos, que a mim me alegra, e que assenta essencialmente numa trajectória de credibilidade, de compromisso, de rigor", conta Claro ao HóqueiPT. "Por outro lado, ouvi muitas pessoas das várias áreas da patinagem. Reflecti e, a partir do momento em que essas pessoas, um grupo muito alargado de pessoas e com forte dinâmica na patinagem, tudo fizeram para que o meu trabalho continue em mais um mandato, decidi-me", revela.
Fernando Claro concorreu sozinho aos últimos três mandatos.
Fernando Claro está à frente da FPP há 13 anos. Não há cansaço? "Toda a gente sabe que as minhas forças e convicções se mantêm e tudo farei para que a minha candidatura se transforme em mais um mandato", vinca. "Falta sempre algo por fazer. Essencialmente, por constrangimentos financeiros. A situação hoje é diferente, é uma situação 'saudável', e portanto já posso traçar outros eixos de acção para modernizar e para continuar o meu trabalho", garante, sendo que ainda é cedo para pormenores.
"Irei agora ponderar mais, com pessoas que me são próximas e irei traçar eixos para o futuro", explica. "Tomei uma decisão individual. Fi-lo em liberdade e em consciência, porque tenho de estar bem comigo mesmo. Agora partirei para essas decisões...", define. No entanto, Claro adianta desde já que o foco será sempre no desenvolvimento da patinagem em todas as suas vertentes - Hóquei, Artística e de Velocidade - adiantando que a aposta na Patinagem de Velocidade já terá reflexo a curto prazo, com conversações com o treinador colombiano para acções de formação.
Claro é o primeiro candidato assumido ao quadriénio 2016-2020.
As eleições terão lugar em Outubro em Assembleia Geral ainda a agendar. Havendo rumores de alguns potenciais candidatos, ainda nenhum oficializou a candidatura. E poderão não surgir nos próximos tempos. "As listas só terão de dar entrada um mês antes da Assembleia", diz, sem temer a concorrência. "É um acto legitimo", sublinha.
Limitação de mandatos
Para uma hipotética não recandidatura de Fernando Claro, foi várias vezes evocada a Lei de Bases na questão da limitação de mandatos - que passou a ser de três. No entanto, no Artigo 50.º do Capítulo I (Disposições Gerais) do decreto-Lei nº 93/2014 de 23 de Junho, pode ler-se no ponto 2 relativamente à "Duração do mandato e limites à renovação": "2 — Ninguém pode exercer mais do que três mandatos seguidos num mesmo órgão de uma federação desportiva, salvo se, na data da entrada em vigor do presente decreto-lei, tiverem cumprido ou estiverem a cumprir, pelo menos, o terceiro mandato consecutivo, circunstância em que podem ser eleitos para mais um mandato consecutivo."
À data do decreto transcrito, Fernando Claro cumpria o seu terceiro mandato integral, podendo agora candidatar-se a novo mandato, que será necessariamente o último.
A CERS
Fernando Claro acumula a presidência da FPP com a presidência da CERS, organismo que tutela os desportos de patinagem a nível europeu. "Este reconhecimento a nível nacional, que me alegra, também passou para nível internacional. Sou uma pessoa igual a mim própria, sou uma pessoa genuína, dialogante, e não é por acaso que tenho sido reeleito sempre por unanimidade", orgulha-se.
O CERS deverá ir a eleições durante a realização do Campeonato da Europa de Hóquei em Patins em Julho. "A assembleia eleitoral para a confederação europeia é daqui a dois meses e já fiz sair para as federações internacionais o acto eleitoral", revela, sem afirmar taxativamente se será candidato. "Já hoje recebi telefonemas a manifestarem-me o seu apoio, apesar de ainda não ter assumido de forma pública que era candidato. Mas já há 'démarche' dessas pessoas para que eu continue", regozija-se.
Quarta-feira, 11 de Maio de 2016, 6h59