Xus Fernandez volta a casa para ter minutos
Jesus Fernandez - ou simplesmente "Xus", como o hóquei o conhece - realiza no próximo sábado o seu último jogo pelo Vendrell. Depois de se despedir do seu público frente ao Liceo, a despedida definitiva é no Palau d'Esports, em Reus, estando ainda em jogo o quarto lugar final da OK Liga. Na próxima época, o guarda-redes representará o Noia.
Em três anos, Xus conquistou a "afficion" do Vendrell. E Vendrell conquistou-o.
Xus chegou a Vendrell em 2013 pela mão de Guillem Cabestany e sai agora ao cabo de três temporadas. "Foi muito positivo", refere ao HóqueiPT. "Foi uma aprendizagem, melhorei todos os dias com magníficos jogadores e treinadores, a jogar contra os melhores nas melhores competições", afirma. "Além disso, pude conquistar uma Taça do Rei e uma Liga Catalã, e disputar uma Final Four da Liga Europeia, que actualmente é muito difícil", congratula-se.
Nos três anos que representou os "roiginegre", Xus conheceu três treinadores diferentes: Cabestany, Pere Varias e Guillem Perez. O senhor que se segue é Jordi Garcia, cuja principal aposta para a baliza deve passar por Roger Molina.
"A minha vontade era continuar", vinca Xus. "Tanto eu como a minha mulher estamos muito bem no clube e em Vendrell, mas o nosso treinador queria outro guarda-redes para jogar", justifica o guarda-redes que viveu aos 26 anos uma das suas melhores temporadas, com exibições a encher os olhos aos mais críticos. "Ainda que tenha sido uma decisão muito difícil, tendo em conta como me correu a temporada, quero jogar e decidi que o melhor era sair", justifica.
Jordi Garcia treinou Xus dois anos no Vilafranca, antes do guarda-redes rumar a Vendrell para substituir... Roger Molina.
Depois de oito anos na "estrada", Xus Fernandez regressa ao Noia, onde fez a sua formação depois de ter começado no Colégio Sant Josep. Natural de Sant Sadurní d'Anoia, voltará a ser treinado por Pere Varias. "Tinha algumas propostas, mas quando o Pere me ligou para regressar e ter minutos no clube da minha terra, nem pensei duas vezes", recorda. "Estou muito contente e com muita vontade de começar esta nova aventura", anuncia.
O guarda-redes catalão saiu de Noia ainda Sub-20, rumo ao Igualada, que representou durante duas épocas antes de se mudar para o Vilafranca. Agora, já com experiência adquirida, volta com um objectivo claro. "Ter o maior tempo de jogo possível e continuar a aprender para ser um pouco melhor todos os dias, além de desfrutar da minha equipa, deste desporto e ser feliz", vinca, projectando o desafio que se avizinha para o Noia. "Temos de ser competitivo em todos os jogos, e daí é que sairão os objectivos pelos quais lutaremos", avança.
Para além da OK Liga e da Copa do Rei, o Noia marcará também presença na Taça CERS, que venceu em 2014. Para Xus é uma realidade diferente da que conheceu nos últimos três anos, sempre presente na Liga Europeia. "A CERS também é uma competição muito bonita, com um formato distinto mas também com boas equipas", refere, sem esquecer o que está em jogo ainda este ano. "Para já, lutarei até ao fim para deixar o Vendrell no lugar que merece, e farei o mesmo com o Noia: lutar todos os dias para estarmos o mais perto possível do topo", garante. "O desporto é assim, o que ganhas um ano já não te serve de nada no seguinte", constata.
Portugal
Apaixonado pelo Hóquei em Patins, o guarda-redes que completa 27 anos em Outubro não nega que sonha jogar no campeonato português. "Claro que sim! No próximo ano haverão jogos muito interessantes entre as equipas de topo. Um dia, ficaria encantado por participar nesse campeonato", aspira.
"Sempre foi um campeonato muito forte, com cinco ou seis equipas que podem lutar por tudo e contra qualquer outra equipa. Nos últimos anos, essa qualidade reflectiu-se a nível da Selecção, com uma selecção muito jovem e com grandes jogadores que cresceram no campeonato", analisa, não estranhando a concentração de talento que na próxima temporada haverá em terras lusas.
"Os melhores jogam com os melhores, e agora a maioria dos melhores estão em Portugal. É normal que contratem jogadores espanhóis para os combinar com os portugueses. Há anos que há espanhóis no campeonato português e este ano garantiram alguns dos melhores", expõe.
Quinta-feira, 2 de Junho de 2016, 19h54