Edo deixa Taça no Dragão

Edo deixa Taça no Dragão

O Porto venceu a 15ª Taça de Portugal da sua história ao vencer o Benfica por 4-2.

Campeão e vice-campeão nacional encontraram-se em Ponte de Lima para discutir a prova rainha do calendário hoquistico nacional, com motivações distintas.

O Benfica procurava repetir a dobradinha do ano anterior, conquistando a Taça pela terceira vez consecutiva, enquanto o Porto procurava regressar aos títulos que escapavam desde Outubro de 2013 (Supertaça António Livramento).

A protagonizar uma grande recta final de época, o FC Porto entrou melhor, muito pressionante, muito rápido, com um Reinaldo Garcia que aparecia em todo o lado a impor um ritmo demasiado elevado para um Benfica que deixara de competir verdadeiramente quatro semanas antes com a conquista da Liga Europeia.

Reinaldo Garcia esteve em todo o lado nos primeiros minutos
Reinaldo Garcia esteve em todo o lado nos primeiros minutos

O Benfica sobreviveu ao ritmo louco dos Dragões e virou o jogo nas primeiras mexidas, a meio da primeira parte, passando a controlar o compasso da partida.

A nove minutos do intervalo, Marc Torra teve no stick a oportunidade de bater Edo Bosch de grande penalidade mas, no duelo entre dois jogadores que se despediam do seu clube, "pesou" mais a história de Edo Bosch.

O Municipal de Ponte de Lima encheu e, com os adeptos divididos entre as duas "centrais", teve um ambiente extraordinário.

Pouco depois, com sete minutos para o descanso, o elevado ritmo dos minutos iniciais, também com muitas faltas, tinha repercursões. Na 10ª do Benfica, Hélder Nunes não perdoou e inaugurou o marcador.

Hélder inaugurou o marcador de livre directo
Hélder inaugurou o marcador de livre directo

O Benfica procurou reagir e conquistaria nova grande penalidade. Uma soberana ocasião de golo que sairía pela culatra. Nicolía marcou na recarga mas o lance foi anulado na outra área e, entre protestos e discussões, Trabal, Nicolía e Jorge Silva viram o azul. Os dragões ficaram a jogar em 4x3 e não enjeitaram a oportunidade de ampliar. Gonçalo Alves fez o 2-0.

A segunda parte trouxe a continuação de um grande jogo entre duas grandes equipas.

No encaixe táctico, nem os livres directos pela 10ª falta do Porto ou pela 15ª do Benfica alteraram o marcador.

O Porto aproveitou a superioridade numérica e Gonçalo fez o 2-0
O Porto aproveitou a superioridade numérica e Gonçalo fez o 2-0

Carlos Nicolía travava um duelo particular com Edo Bosch, tentando de todas as maneiras e feitos bater o guarda-redes catalão, mas o catalão de 40 anos, no seu último jogo de dragão ao peito, defendeu tudo.

O Benfica não marcou e acabaria mesmo por sofrer. A oito minutos do fim, Hélder Nunes voltou a bater Trabal e fez um 3-0 que parecia colocar ponto final na discussão do vencedor.

Edo Bosch ganha no particular com Nicolia
Edo Bosch ganha no particular com Nicolia

Mas Pedro Nunes não baixou os braços. Porventura com a reviravolta da primeira volta do campeonato na memória, e já com Miguel Rocha em rinque, deu ordem ao jovem "atirador", até então com os caminhos tapados pela na rede táctica de Cabestany, para fazer uso do seu forte disparo. Quando conseguiu, João Rodrigues fez o 3-1 num desvio súbtil e o próprio Miguel reduziu para a diferença mínima. Faltavam jogar menos de dois minutos.

Tiros de Miguel Rocha alimentaram o sonho encarnado
Tiros de Miguel Rocha alimentaram o sonho encarnado

Flashbacks da vantagem perdida na Luz pareciam apoderar-se dos rostos dos azuis-e-brancos, mas os jovens dragões mostraram que fizeram dessa derrota uma etapa de aprendizagem e, trinta segundos depois do segundo tento encarnado, mataram o jogo. O Benfica chegou às 20 faltas e Gonçalo Alves não tremeu, matando com o 4-2 a esperança que por esta altura era encarnada.

O Porto passa a somar 15 conquistas na Taça de Portugal, tantas como o Benfica.

O Porto ainda voltou à marca de livre directo, por azul a Miguel Rocha, mas Hélder Nunes "falhou" e com isso ganhou segundos preciosos a caminho do apito final.

O adeus perfeito de Edo

Edo Bosch despediu-se nesta final dos Dragões a fazer o que mais vezes fez no Porto: a ganhar.

Mostrando com uma exibição decisiva que ainda terá muito para dar à Juventude de Viana na próxima temporada, Edo Bosch sai do Porto com um pecúlio invejável: 13 campeonatos (incluindo o histórico 'Deca'), sete Taças de Portugal e nove Supertaças.

Esta temporada, Edo Bosch foi o capitão do Porto e o levantar da Taça em Ponte de Lima é o ponto de exclamação perfeito numa ligação que fica para a história.

A sétima de Edo, esta erguida como capitão
A sétima de Edo, esta erguida como capitão

Quatro seguidas

Guillem Cabestany chegou ao Porto rotulado como o grande treinador de uma nova vaga em Espanha. Sem os recursos dos grandes emblemas, vencera nos últimos três anos duas Copa del Rey (e mais uma Taça CERS) pelo Vendrell e uma Coppa em Itália, pelo Breganze. De tradução em tradução, este foi o ano da Taça.

A conquista de três taças consecutivas nos três grandes campeonatos é, só por si, um feito inédito. Mas Cabestany almeja a mais conquistas.

Depois de Espanha e Itália, Cabestany triunfou em Portugal
Depois de Espanha e Itália, Cabestany triunfou em Portugal

Supertaça

O próximo troféu em disputa será a Supertaça António Livramento, com Porto e Benfica a reencontrarem-se no arranque da nova temporada. A disputa entre os dois emblemas não acontece desde 2010, ano em que, em Coimbra, o Benfica triunfou por 8-4.

Os dragões vão regressar, três anos depois, à prova que dominam claramente. Dos 33 troféus que estiveram em disputa, 19 estão no museu azul-e-branco. O Benfica levantou a Supertaça em sete ocasiões.

AMGRoller Compozito

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