Portugal é Campeão da Europa
Portugal conquistou o 21º título europeu da sua história com uma extraordinária vitória por 2-6 sobre a Itália.
Em 2003, Portugal e Itália entravam na pista do Dr. Salvador Machado para decidir o novo campeão do Mundo.
Volvidos 13 anos, só Reinaldo Ventura "sobreviveu" como jogador seleccionado à marcha do tempo, e - no cinco inicial - surgia determinado em devolver Portugal aos grandes títulos perante uma enchente. Mas o muito público presente não intimidou uma formação italiana que se apresentou muito bem neste Europeu, desde logo a deixar bons sinais para o futuro.
Num filme transalpino visto também no jogo da equipa de Massimo Mariotti contra a Espanha, Portugal assumiu o jogo. A Itália marcou.
Se se temia um golo italiano cedo, todos os receios ficaram exacerbados. Federico Ambrosio fez o 1-0 aos dois minutos e meio e, antes de estarem cumpridos quatro minutos, o atacante italo-argentino do Lodi bisou para dois golos de vantagem.
E se os campeões da Europa de 2014 são bons a defender uma vantagem mínima (que o diga a Espanha), o que pensar com dupla vantagem?
Os portugueses carregaram e sufocaram mesmo os italianos, bem fechados à frente de um seguríssimo Barozzi.
Hélder Nunes atirou ao poste ainda antes de Diogo Rafael entrar a dar mais vivacidade ao jogo português e de Gonçalo Alves lhe conferir mais poder de fogo. Mas as tentativas lusas morriam invariavelmente na luva de "Leo" Barozzi. Ou no ferro, com Hélder a fazer novamente tremer a baliza adversária.
Os minutos passavam e a vitória da véspera dos italiano sobre os espanhóis, por escasso mas suficiente 1-0, era uma imagem cada vez mais vívida. Portugal ressentia-se do notório cansaço de Hélder Nunes - ainda assim, mais "presente" nesta final que nos jogos anteriores - e foi mesmo a Itália que terminou a primeira parte a criar perigo, por Giulio Cocco.
O golo que parecia nunca mais aparecer na primeira parte, não demorou a aparecer na segunda.
Com menos de minuto e meio decorrido e após uma combinação rápida, Diogo Rafael, um dos melhores em pista, rematou cruzado de primeira e reduziu para a diferença mínima, que ainda assim mantinha os italianos na frente.
Aos quatro minutos, e sempre com Portugal a pressionar muito, o mesmo Diogo Rafael "sacava" a décima falta italiana. Mas Ricardo Barreiros não logrou bater Barozzi que dava o mote a fechar a baliza.
Ainda com muito tempo para jogar - mais de 15 minutos - a Itália passava a esticar o tempo de ataque e a esticar-se em pista, jogando - quando em posse de bola - com dois jogadores na meia-pista portuguesa e os outros dois bem recuados...
Os minutos passavam e o público desesperava. Até porque Portugal jogava bem e tinha oportunidades, mas falhava na concretização... o filme da véspera, nas "meias", entre italianos e espanhóis.
Só que no panorama do hoquistico, como Pedro Gil já avisava no Mundial, este Portugal é outra farinha...
O passar dos minutos e a intensa pressão lusa fazia mossa na "squadra azzurra", que acabaria por ceder nos derradeiros oito minutos. Hélder Nunes ainda acertou outra vez - a terceira vez - nos ferros, mas depois vieram os golos já justificados e merecidos.
Diogo Rafael fez o 2-2 a oito minutos do final e anulou uma desvantagem que durou praticamente 30 minutos (os jogos do Europeu duram 40...). Um minuto depois, Hélder Nunes sofreu uma grande penalidade e Reinaldo Ventura, o campeão do Mundo de 2003, levou o pavilhão ao rubro com o golo da reviravolta.
Massimo Mariotti ainda lançou o jovem Compagno, mas não conseguiria fugir ao destino que nunca quis que a Itália vencesse dois Europeus consecutivos. E em dois minutos, a vitória portuguesa passava a roçar a goleada, pese ficar como a mais "curta" na prova. Rafa, em acção individual, fez o 2-4 que a menos de quatro minutos tornava para todos certa a conquista portuguesa. João Rodrigues, solto na área, e Hélder Nunes, de livre directo, elevaram para 2-6 e confirmaram o 21º título europeu para Portugal, 18 longos anos depois do último triunfo na prova continental.
Num jogo que teve uma exemplar arbitragem da dupla espanhola Francisco Garcia e Óscar Valverde, Luís Sénica fez alinhar de início Ângelo Girão (gr), Reinaldo Ventura (1), Ricardo Barreiros, Hélder Nunes (1) e João Rodrigues (1). Jogaram ainda Diogo Rafael (2), Gonçalo Alves, Henrique Magalhães e Rafa (1). A Itália de Massimo Mariotti começou com Leonardo Barozzi (gr), Federico Ambrosio (2), Domenico Illuzzi, Alessandro Verona e Marco Pagnini e entraram ainda Giulio Cocco, Samuel Amato e Francesco Compagno.
Domingo, 17 de Julho de 2016, 3h19