Parece que vão cair, mas não caem

O Benfica venceu o Turquel por 6-5 num jogo a que não faltou emoção... como tem acontecido nas últimas partidas dos encarnados. "Parece que vamos cair, mas não caímos", referiu o treinador Pedro Nunes na conferência de imprensa pós-jogo sobre o sabor especial de garantir a vitória na recta final das partidas.
Depois de ter virado o jogo com o Óquei de Barcelos (6-4) e Juventude de Viana (4-5) nos derradeiros minutos e de ter segurado uma vantagem mínima sobre o Vic por mais de 18 minutos, o Benfica até entrou forte e, antes de estarem cumpridos oito minutos, já vencia por 2-0, desmontando a estratégia do Turquel com golos de Diogo Rafael - marcando à única equipa que conheceu na sua carreira além do Benfica - e de Carlos Nicolía.

Quando Vasco Luís reduziu de grande penalidade, o Benfica foi autoritário. Respondeu com dois golos no espaço de um minuto para um 4-1 que, a 14 minutos do intervalo, soava a três pontos tranquilos.
O Turquel batia-se de igual para igual, mas era inconsequente, dada também a boa exibição de Guillem Trabal. Os encarnados iam gerindo as incidências até que permitiram que, num ataque rápido, Luís Silva respondesse da melhor maneira à assistência de Vasco Luís para o 4-2.

O golo, mesmo a fechar a primeira parte, deu alento aos pupilos de João Simões.
Na etapa complementar, o Turquel entrou à procura do golo com um crescendo de confiança dado por Samuel Santos, que ao intervalo rendeu Marco Barros na baliza. O guardião, que cumpriu parte da sua formação no Benfica, protagonizou uma soberba segunda parte. E, quando a bola passava, ia ao ferro...

Outros jogadores que já jogaram de águia ao peito, não perderam a oportunidade de voltar a brilhar no pavilhão da Luz, agora com o alvinegro do Turquel. Xanoca ainda desperdiçou o livre directo a castigar a décima falta dos encarnados logo no arranque da segunda parte, mas marcaria mesmo aos cinco minutos, a passe de Pedro Vaz. E, depois de 10 minutos com oportunidades de parte a parte - o Benfica chegou a ser sufocante, mas Samuel Santos defendia tudo -, João Silva ("Janeka") teve um prémio para uma boa exibição num remate de muito longe a fazer o 4-4.

O Benfica voltava a chegar à recta final da partida com um imbróglio para resolver. O voluntarioso Miguel Rocha era dos mais persistentes na missão de bater Samuel Santos e chegaria mesmo ao golo - outro, porque já marcara na primeira parte - depois de Xanoca ficar queixoso no solo. Numa saída rápida, o atacante encarnado fez o 5-4 que, no entanto, não perduraria. Praticamente no lance seguinte ao golo, Luís Silva desviou na área para o fundo das redes e nova igualdade.

Janeka perdera a oportunidade de, de livre directo, colocar a sua equipa na frente após a igualdade a quatro e João Rodrigues não faria melhor depois de um azul, o segundo na partida, mostrado a André Pimenta. Os encarnados pressionavam, mas - tal como na primeira parte - nem em power play chegavam ao golo. Chegaria a três minuto do final, de grande penalidade, com João Rodrigues a bater Samuel Santos.

O campeão nacional terminou o jogo a fugir com a bola do Turquel - que até terminou com cinco jogadores de pista -, numa exibição forasteira em que João Simões apenas lamentou a fase inicial da partida, concedendo dois golos quando o objectivo era manter o resultado mais equilibrado. Os turquelenses voltam a não arrancar bem no Campeonato - esta época também muito pelo sortilégio do calendário - mas o técnico está tranquilo.
Pedro Nunes recusou o factor sorte - ou falta dela - na finalização que impediria outra expressão do volume ofensivo dos encarnados, sublinhando que estas vitórias, quase arrancadas a ferros, são um tónico moral para os jogadores. Elogiando o Turquel, e em particular Samuel Santos, aponta falhas defensivas à sua equipa.
Mais líderes
Para além de Benfica, Sporting e Oliveirense também venceram, colando-se as três equipas ao FC Porto, que antecipou o jogo desta quinta jornada, no topo da tabela classificativa. Os dragões tinham vencido o Valença por 6-0, enquanto os leões venceram agora o Paço de Arcos por 6-4 e a equipa de Oliveira de Azeméis bateu o Tomar por 6-2.
Os quatro grandes candidatos ao título de campeão nacional lideram com cinco vitórias em outros tantos jogos, distando já seis pontos do quinto classificado, o Candelária.
Quinta-feira, 10 de Novembro de 2016, 9h39