Reforços lusos querem vencer Leão
Foto de capa: Luis Velasco HeviaReus e Sporting voltam a encontrar-se nas competições europeias depois da final da Taça CERS de 2015, que sorriu aos leões.
Agora, o palco é maior.
A Liga Europeia é o título mais importante de clubes, e já foi conquistada por Sporting e Reus. Os leões venceram em 1977, com a "equipa maravilha". O Reus dominou a Europa entre 1967 e 1972, conquistando seis das sete primeiras edições da então Taça dos Campeões Europeus. Mas só voltaria a ganhar em 2009. Com um tal de Pedro Gil que, entre 2007 e 2009, fez um hiato na conquista de campeonatos portugueses pelo FC Porto para "ir ali" à Catalunha conquistar de "rojinegro" o título que teimava em fugir-lhe.
Na final de 2009, num desfile de nomes conhecidos, pelo Reus jogaram Guillem Trabal, Jordi García, Marc Gual, Pedro Gil, Xavi Caldú , Toni Sánchez, Negro Páez e Matías Platero, enquanto pelo Vic alinharam Sergi Fernández, Romà Bancells, Borja López, Titi Roca, Marc Torra, Jordi Adroher e Jordi Carbó.
"Temos de ter sobretudo cuidado com o Pedro [Gil] que tem muita importância dentro do jogo do Sporting", adverte Albert Casanovas. "Ele leva a bola, assiste, marca. Tem de se ter muito cuidado com ele, porque se tem um metro pode inventa qualquer coisa e resolve o jogo sozinho", elogia. "Mas é importante não esquecer outros jogadores espectaculares, como Caio ou Sergi Miras. É uma equipa espectacular, com grandes individualidades desde a baliza até aos avançados ", ressalva o jogador que nas duas últimas temporadas esteve em Portugal, na Oliveirense.
Agora de regresso a casa, Casanovas não esquece alguns dissabores que os leões lhe causaram. "Sempre que tivemos jogos muito importantes, eles saíram vencedores, como para a Taça CERS [segunda mão dos quartos-de-final] ou a Taça de Portugal [meias-finais]", recorda sobre a época 2014/15 em particular. "Ficámos à frente deles na classificação, mas nesses jogos importantes eles ganharam", lamenta, com um secreto desejo de afirmação. "A nível pessoal é um jogo importante para provar que consigo ganhar num jogo relevante ao Sporting, mas ainda mais importante é que ganhe a equipa", frisa.
Quem também não começou bem frente ao Sporting o seu périplo português, foi Marc Torra. Logo no seu primeiro jogo oficial de águia ao peito, o actual tricampeão da Europa - duas vezes com o Barcelona, uma com o Benfica - perdeu para os leões a Supertaça António Livramento. Mas, numa época em que o Sporting perdeu o ímpeto inicial muito rapidamente, não mais o catalão saiu de um dérbi sem a vitória. Ganhou para o campeonato por 9-0 na Luz e 1-3 no Livramento, e para a Taça de Portugal por 3-7.
Marc Torra procura este ano um feito que dificilmente tem paralelo na história, e não só do Hóquei em Patins. Depois de triunfar pelo Barcelona (2014 e 2015) e Benfica (2016), conquistar a Liga Europeia por três clubes diferentes já será ímpar, mas em anos consecutivos será definitivamente histórico.
"O Sporting é uma equipa nova, com grandes contratações, que pouco a pouco têm de se adaptar ao sistema de jogo do Guillém [Perez]", analisa Torra, que dá a receita para o jogo. "Temos de trabalhar como equipa durante os 50 minutos, defendendo de forma organizada e decidindo da melhor maneira no ataque", aponta.
O Reus tem sete vitórias, dois empates e uma derrota em dez partidas na OK Liga, ficando só atrás de um irrepreensível Barcelona, que conta por vitórias todos os seu 10 jogos.
A ideia de jogo que Marc Torra indica é comungada por Casanovas. "Para nós é muito importante defender bem, porque estamos a tentar um momento no ataque muito bom [36 golos nos últimos cinco jogos] e, se defendermos bem, de certeza que os golos na frente aparecem", afiança, independentemente da qualidade do guarda-redes que terão pela frente. "Girão é um guarda-redes espectacular, um dos dois melhores guarda-redes portugueses da actualidade", comenta, antes de resumir o que Enrico Mariotti tem de implementar. "Uma defesa coesa e tentar que o Sporting não jogue o seu jogo de contra-ataque, que é o mais perigoso para nós", explica.
As duas equipas investiram forte no último defeso e partem com o objectivo claro de marcar presença na Final Four da Liga Europeia. "Temos a ambição de chegar o mais longe possível, estando conscientes que há equipas muito fortes na 'Champions'", confidencia Marc Torra. "Tentaremos com humildade e trabalho em cada jogo ir cada vez mais longe", garante o avançado.
Procurando a glória de outros tempos, o Reus garantiiu o concurso de Alex Rodriguez (Voltregà), dos "portugueses" Albert Casanovas e Marc Torra, e ainda de Pedro Henriques, guarda-redes talismã nas duas conquistas máximas europeias do Benfica.
"Este Sporting é reconhecidamente uma grande equipa, como os resultados têm demonstrado", assegura o guarda-redes que está ligado ao Benfica (encontra-se cedido por empréstimo ao Reus) desde 2004. Antes das águias, representou... os leões. "Foi só um ano, quando tinha 13 anos", relativiza, confessando que não resistiu ao apelo do coração quando os encarnados lançaram novas equipas na formação.
Pedro Henriques soma, desde 2004, 11 épocas de águia ao peito. No actual plantel às ordens de Pedro Nunes, só Diogo Rafael e Valter Neves contam mais épocas (iniciaram a 13ª).
Do outro lado, Pedro Henriques vai ver, por entre muitas pernas, na outra baliza, Ângelo Girão, seu colega de selecção nos Mundiais de 2013 e 2015. "A diferença não vai passar pelos guarda-redes", refere Pedro. "Haverá muitas figuras em rinque para fazerem a diferença", assevera.
Na primeira jornada do grupo C, o Sporting venceu 5-1 o Quevert, enquanto o Reus obteve um triunfo importantíssimo por 2-4 na deslocação a Forte dei Marmi. "Para mim, este é o grupo mais forte, com quatro boas equipas", afirma Pedro Henriques, garantindo que a luta pelo apuramento e pelo primeiro lugar será acesa até final. "O Sporting quer terminar em primeiro, mas o Reus também", vinca.
O jogo do Palau d'Esports entre "rojinegros" e "verdes-e-brancos" está agendado para as 20h portuguesas deste sábado. "Hoje em dia, um jogo entre Reus e Sporting é dos melhores jogos que pode haver a nível mundial", promove o reusense - de nascimento e coração - Albert Casanovas. "Tenho muita vontade que chegue sábado para desfrutar do jogo", confessa com entusiasmo.
Sábado, 26 de Novembro de 2016, 0h28