Sporting e Porto dividem pontos
Sporting e Porto empataram a três golos no jogo que fechou a 9ª jornada do Nacional da I Divisão.
Sem poder contar com o castigado José Diogo Macedo (foi convocado Diogo Brandão, campeão da Europa de Sub-20), o Sporting entrou em rinque pressionado a recuperar a desvantagem pontual de uma derrota em Barcelos e da penalização no jogo com o Paço de Arcos (derrota por falta de comparência) frente a um Porto que para o campeonato só conhecia o sabor da vitória.
Os leões assumiram desde cedo a vontade de ganhar. Rápidos e agressivos a recuperar a bola, só pecavam no último terço, com o Porto a realizar um excelente trabalho táctico. E foi com frieza que, aos nove minutos, Jorge Silva concluiu um contra-ataque para o tento inaugural da partida.
A dança das substituições mantinha um elevado ritmo no jogo. Aos 14 minutos, o Porto ficava em rinque com os quatro jogadores de pista que começaram no banco, ao passo que o Sporting completaria a rotação aos 17, num jogo em que o ambiente no pavilhão do FC Alverca esteve sempre ao rubro, quer nas bancadas, quer em pista.
Desde que sofrera o golo que se notava um Sporting a jogar mais com o coração - empurrado pelo apoio dos seus adeptos - frente a um Porto de uma maturidade impressionante, conduzidos por um Reinaldo Garcia que continua em todo o lado e a fazer tudo bem. A estes sobrepunham-se os guarda-redes. Os campeões da Europa Ângelo Girão e Nélson Filipe paravam tudo, mas a "velha história" de que "quem não marca..." penalizaria o guarda-redes leonino.
A um minuto e meio do intervalo, Pedro Gil avançou para o livre directo a castigar a 10ª falta leonina com a possibilidade de levar o jogo empatado para o descanso. Se já seria mau não concretizar, pior para os leões aconteceu do outro lado. Num remate de meia distância, Hélder Nunes ampliou para 0-2.
Num jogo de alta intensidade, não demorou a "cair" também a 10ª falta leonina. Cumpridos quatro minutos na segunda parte, foi a vez de Girão negar o golo de livre directo. Hélder Nunes voltaria a ter nova oportunidade três minutos volvidos, com Girão a levar novamente a melhor.
O segundo livre directo para os dragões surgiu num dos momentos do jogo. Sergi Miras, que realizou na primeira parte umas das suas melhores exibições ao serviço dos leões, falhou um lance no ataque e, na tabela de fundo, acabou por atingir Jorge Silva, vendo o vermelho. O livre directo não deu golo, mas privou o Sporting de um jogador por quatro minutos. Os dragões não conseguiram dilatar a vantagem e, mais do que isso, deram um imensurável ânimo à equipa de Guillem Perez.
Seria um Sporting totalmente dominado - e catapultado - pelas emoções que chegaria ao empate. Pedro Gil, aos 15 minutos num excelente remate cruzado, e Estebán Abalos ("Tuco"), aos 17 na conversão de uma grande penalidade, castigavam a falta de eficácia do Porto no ataque e retribuíam o esforço de Girão na baliza.
Com a igualdade reposta, o Sporting parecia estar por cima, mas era o Porto que estava mais perto do golo. A equipa de Cabestany perdeu a vantagem mas não perdeu a cabeça e, com o balanceamento leonino no ataque, teve várias ocasiões para se voltar a adiantar. A dois minutos e meio do final, as ameaças foram concretizadas. Reinaldo Garcia passou Girão e, quase sem ângulo, atirou para o fundo das redes, gelando - ainda que por breves instantes - a torcida leonina e levando à loucura os adeptos afectos ao Porto que assim esqueciam o lugar pouco próprio em termos de visibilidade de onde assistiram à partida.
Mas as coisas estavam longe de estar decididas em mais um espectáculo a servir de argumento ao melhor campeonato do Mundo. O Porto perdeu a oportunidade de "matar" o jogo depois de um azul a Pedro Gil - novamente com Jorge Silva atingido - num livre directo que Gonçalo Alves não concretizou e, mesmo a jogar com menos um, o Sporting dispôs logo de seguida do livre directo a castigar a 15ª falta.
Se o avançado da selecção portuguesa falhara para inquietação do seleccionador Luís Sénica que via o jogo na tribuna (ainda que a defesa tivesse sido do também internacional português Ângelo Girão), mais motivos teve para sorrir o seleccionador Quim Pauls que também marcou presença no Clássico. Ferran Font, num gesto técnico a lembrar os melhores jogadores lusos, colocou a bola sobre Nelson Filipe para a igualdade a três.
Poderiam os dois técnicos catalães "rachar" a coisa ao meio, com um ponto para cada um, mas o empate não agradava a ninguém. O Sporting, pelo azul a Gil, jogaria quase até final em inferioridade numérica mas susteve os ataques do Porto, com Girão em particular evidência. E, repostos os cinco elementos em pista, os verde-e-brancos reclamaram a escassos seis segundos do final uma grande penalidade - que parece haver - de Jorge Silva sobre Tuco.
Não houve grande penalidade, e o lance serviu apenas para incendiar os minutos após o apito final, com Ângelo Girão e Jorge Silva a terem sobre si os holofotes depois de uma partida em que a intensidade extravasou os 50 minutos de jogo.
Com este empate, o Porto deixa fugir Benfica e Oliveirense. Apesar de referir que o resultado sabe a "muito pouco", Cabestany prefere aguardar para ver se este foi ou não um mau resultado.
Guillem Perez deixou largos elogios à capacidade da sua equipa para contrariar os minutos de inferioridade numérica e as desvantagens no marcador que aconteceram. O treinador diz que o campeonato ainda será longo e que agora há que pensar no jogo com o Turquel.
Segunda-feira, 5 de Dezembro de 2016, 10h21