2016 (Out/Dez): O Melhor Campeonato do Mundo
No primeiro dia de Outubro de 2016 arrancou o Melhor Campeonato do Mundo. Pelos artistas que apresenta, pela qualidade dos assumidos candidatos ao título, o epiteto assenta perfeitamente ao Nacional da I Divisão.
Os quatro declarados candidatos não o são apenas ao título nacional, mas também ao título europeu, prova do nivelamento por cima de uma discussão em que forçosamente há assimetria de valores – qualitativos e financeiros - entre o topo e o fundo da tabela. Porque ser “o melhor” não é o mesmo que ser perfeito.
A aposta dos clubes chamou a atenção da TVI24 que garantiu as transmissões das competições nacionais, num acordo com a duração de quatro anos.
Entre os candidatos contam-se o Benfica, campeão nacional e europeu, que até estará um furo – Marc Torra – abaixo das soluções da última temporada, o Porto que consolida a base da equipa e a reforça com Grau e Baliu, e Oliveirense e Sporting, com investimentos avultados em que as figuras maiores são dois mitos da modalidade: Jordi Bargalló deixou o “seu” Liceo para reforçar a equipa de Oliveira de Azeméis e Pedro Gil regressou de Itália para liderar em pista o ambicioso projecto leonino.
No virar do ano, com 10 jornadas cumpridas, o Benfica lidera o Campeonato Nacional com 30 pontos, seguido do Porto com 28 e Oliveirense com 27. O Sporting soma 22.
No feminino
O campeonato nacional feminino tem pouca projecção mediática e as competições internas têm sido dominadas pelo Benfica de Paulo Almeida, que desde 2013 não deixa escapar um único título.
Mas, no inicio de Outubro, houve mais um pouco de hóquei feminino nas páginas dos jornais. A selecção feminina teve uma excelente prestação no Mundial de Iquique (Chile) e esteve muito perto de cumprir um sonho que teima em escapar-lhe. A glória mundial escapou por entre os dedos, já no prolongamento, com um golo de ouro da espanhola Maria Diez. Como consolação, fica o prémio individual de melhor jogadora do Mundial para Marlene Sousa
Continental à portuguesa
Uma semana volvida sobre o arranque do Nacional, jogava-se a primeira mão da Taça Continental, já com a certeza de que o vencedor seria português. Na terceira vez que tal aconteceu na história – em 1986 o Porto venceu a Sanjoanense e, em 1991, o Barcelos bateu o Sporting -, o Óquei de Barcelos recebeu o Benfica para a primeira mão, vencendo por 5-4.
A vantagem da equipa de Paulo Freitas, detentora da Taça CERS, chegou a ser de três golos, mas os encarnados reduziram e na partida decisiva na Luz garantiram mais um título europeu – o sexto nesta década – com uma concludente vitória por 9-2.
Porto vence na estreia na Eurockey
Em Espanha, o mês de Outubro é sinónimo do maior evento para as equipas de Sub-15 e Sub-17. A extraordinária organização da prova promoveu mais uma edição da competição nos dois escalões, culminando numa conquista portuguesa. Os campeões nacionais de Sub-15 do FC Porto (que pela primeira vez marcou presença no evento) venceram no seu escalão, repetindo o sucesso dos Sub-17 do Braga em 2014. A final de Sub-15 esteve inclusivamente perto de ser portuguesa, mas o Benfica caiu nas meias-finais.
Já nos Sub-17, ganhou a formação catalã. Houve tripla presença portuguesa, com Braga (7º), Paço de Arcos (5º) e Benfica (3º), mas o título foi para Lleida.
Hegemonia total em Sub-20
Enquanto os Sub-15 do Porto se preparavam para vencer em Vilanova i la Geltrù, os Sub-20 de Portugal – que em 2015 ganharam o Mundial em Vilanova… - preparavam-se para mais uma página dourada do Hóquei em Patins nacional.
Em Pully, na Suíça, Luís Duarte e os seus Sub-20 tinham o objectivo de inscrever o nome de Portugal na lista de vencedores do Campeonato da Europa do escalão… pela quinta vez consecutiva. E a inédita conquista quase que pareceu fácil.
Portugal venceu sete das últimas nove edições do Europeu, mas a Espanha soma 23 conquistas contra “apenas” 19 lusas.
Vitórias sobre Inglaterra (8-1), Itália (6-3) e Andorra (3-1) na fase de grupos deram o mote e os triunfos sobre a Suíça (8-0) e a Espanha (4-1) colocaram Portugal na final com a Itália. No reencontro com os transalpinos, novo triunfo (3-1) e a confirmação de uma hegemonia a que não falta nenhum título depois do vice-campeonato mundial em Barcelos… em 2011.
Sem oposição
No dia em que Portugal se sagrou pentacampeão europeu de Sub-20, a Federação de Patinagem de Portugal foi a votos.
Concorrendo em lista única, como tem sido apanágio desde 2004, Fernando Claro garantiu a continuidade por mais quatro anos, mantendo o elenco que o acompanhou no mandato findo. Se por um lado pode ser um atestado de bom trabalho realizado, por outro – e, em particular, do sector do Hóquei em Patins - não faltam críticas e rumores de hipotéticos candidatos. Mas as intenções acabam invariavelmente por não serem concretizadas.
Polémica
O ano não terminaria sem polémica, nacional e internacional.
No campeonato português, a utilização irregular do guarda-redes José Diogo Macedo custou três pontos ao candidato Sporting. Juntando-se a outros três que já tinham sido “perdidos” em Barcelos, deixaram os leões longe dos primeiros e sem margem de erro mas, à entrada da fase em que os quatro primeiros se defrontam, ainda sem nada definitivamente perdido.
A nível internacional, a polémica surgiu com a realização da Taça Intercontinental. A 29 de Dezembro, na única prova de clubes a nível mundial (e a única organizada pelo FIRS), o Vic recebeu o Huracán sem reconhecimento do CERS-RH, que questionou data e intervenientes.
Para a história ficará a vitória do Vic por 5-1 e infelizmente ninguém recordará a maneira cada vez mais displicente como o organismo máximo mundial trata a modalidade. Para confirmar em 2017, com o evento mais ambicioso de sempre, os World Roller Games.
Segunda-feira, 2 de Janeiro de 2017, 21h36