Benfica vence um melhor Sporting e segura liderança
O Benfica venceu este sábado o Sporting por 5-4, fechando a primeira volta na liderança do Nacional da I Divisão.
Entraram melhor os leões no dérbi da Luz a procurarem reduzir uma diferença pontual que se cifrava em cinco pontos, e o golo de Daniel Oliveira ("Poka") aos oito minutos, na sequência de um excelente lance de entendimento entre o português e Pedro Gil, foi um merecido prémio quer para a equipa, quer para o próprio Poka a mostrar porque lhe fora confiada a titularidade.
O Benfica poderia ter restabelecido a igualdade no mesmo minuto, mas Ângelo Girão negou o golo de grande penalidade a Carlos Nicolía. E o Sporting, com Guillem Perez a fazer entrar cedo André Centeno e Sergi Miras, controlava as operações, logrando manter o perigo longe da baliza à guarda de um seguro Girão. Ao Benfica faltavam soluções e tranquilidade e a três minutos do intervalo, num lance ilustrativo, os encarnados falharam no passe a sair para o ataque e Caio serviu Miras no coração da área. Após castigo de três jogos, o catalão assinalou o seu regresso com o 0-2, batendo Trabal, guardião que ainda na primeira parte viu dois sticks partirem-se.
Responderia o Benfica num lance muito feliz, com Diogo Rafael a conseguir bater o seu homólogo de comenda, Ângelo Girão, num remate de meia distância que sofreu um desvio e traiu o guardião leonino.
A desvantagem de apenas um golo era quase lisonjeadora para o que os encarnados (não) produziram na primeira parte e os pupilos de Pedro Nunes entravam na etapa complementar com a missão de virar o resultado, mas na iminência da 10ª falta. Conseguiriam chegar ao empate aos sete minutos, num livre directo transformado por Jordi Adroher depois de azul a Sergi Miras, mas não conseguiam mudar uma pálida exibição.
No espaço de três minutos após a igualdade, o Sporting podia ter disparado no marcador, com duas grandes penalidades e o livre directo relativo à 10ª falta encarnada, mas só Estebán Abalos ("Tuco"), que no passado foi campeão nacional pelo Benfica, marcou, depois de Gil falhar o castigo máximo - já falhara um livre directo ainda na primeira parte - e antes de Font desperdiçar um livre directo.
O Sporting voltava a adiantar-se, mas Adroher voltaria a restabelecer a igualdade, conseguindo individualmente o que ia falhando colectivamente. A 10 minutos do apito final, o melhor marcador da última edição do Nacional fez um slalom e rematou sob Girão para o 3-3.
Numa fase em que o Benfica crescia na partida - ainda que mais com o coração do que com a cabeça - e o Sporting parecia acusar as oportunidades falhadas de se distanciar mais cedo e algum cansaço, o jogo virou definitivamente. Com menos de seis minutos para jogar, um movimento que é apenas de intimidação de Girão sobre Nicolia leva ao assinalar de uma grande penalidade - que poderá ter motivo num toque no joelho - e é punido com cartão azul ao guarda-redes português, exagerado e que só encontra justificação nas injustificadas queixas do atacante argentino.
Zé Diogo entrou para o lugar de Girão e acabou por, em pouco mais de dois minutos, estar mais em jogo que o titular. Defendeu a grande penalidade de Adroher e, um minuto depois, o livre directo de Nicolia por azul a Tuco. Pelo meio, Poka também perdia nova oportunidade de bola parada para os leões. Zé Diogo havia de quebrar numa altura em que o Sporting jogava com apenas dois jogadores de pista, com Miguel Rocha a assinar o 4-3, primeira vantagem encarnada no jogo.
Regressou um jogador depois do golo, mas não poderia ter regressado outro - João Pinto - quando terminou o underplay pelo azul a Girão (3'43), dado que esse só poderia regressar depois de cumprido o tempo por azul a Tuco (que seria aos 2'48). O erro do banco leonino custou, à luz de uma lei que é penalizadora mas que foi bem aplicada, a expulsão do treinador Guillem Perez e do jogador que entrou, deixando o Sporting a jogar novamente com menos dois e levando Nicolia para a marca de livre directo. Na tentativa de conversão, o argentino não conseguiu bater o entretanto regressado Girão, mas mataria a partida com o 5-3 em vantagem numérica.
O Sporting ainda reduziu para a diferença mínima a 19 segundos do final, por Pedro Gil, num golo que até passou despercebido à numerosa claque leonina que apoiou os leões num pavilhão da Luz praticamente cheio.
O Sporting protagonizou uma excelente exibição mas pecou na eficácia de bola parada e, de sobremaneira, na contagem do tempo do castigo após os azuis a Girão e Tuco, ficando a dever a si próprio outro resultado. O Benfica, apesar de nunca conseguir jogar o hóquei em patins que lhe é reconhecido, não perdeu o foco e a vontade de ganhar os três pontos, e acabou por ser feliz.
Porto e Oliveirense bem perto
A derrota do Sporting na Luz deixou os leões mais longe - oito pontos - da liderança, que o Benfica segura com dois pontos de vantagem sobre o Porto e a Oliveirense. Os dragões venceram com relativa facilidade em Riba d'Ave (2-11), ao passo que a Oliveirense só nos instantes finais garantiu a vitória em Valongo por 4-5, numa extraordinária reviravolta depois de ter estado a perder por quatro golos.
Quem beneficiou da derrota do Sporting, foi o Óquei de Barcelos. Os barcelenses venceram a Sanjoanense por 6-0 e terminam a primeira volta a "apenas" três pontos do Sporting, que fecha os lugares de acesso à próxima edição da Liga Europeia.
Domingo, 29 de Janeiro de 2017, 9h35