Paulo Pereira e a penúltima jornada do Europeu
Paulo Pereira não se escusou a comentar o desaire português ao HóqueiPT. Para o treinador do Valongo, o pormenor que fez a diferença é óbvio. “Foi um jogo em que as bolas paradas fizeram a diferença. Portugal tem seis e não marca nenhuma e a Itália tem quatro e marca duas. A grande diferença esteve aí”, afirmou taxativamente.
“Sabíamos que a Itália ia tentar defender bem e jogar no erro de Portugal. Deu a iniciativa de jogo a Portugal, que teve mais posse de bola, teve mais situações de ataque mas não conseguiu transformar essa superioridade em golos. Acho que tivemos uma Selecção muito perdulária e estes erros pagam-se caros. E acredito que pagámos com uma derrota que nos tirou da discussão do título europeu. Agora é tentar dignificar o país e tentar fazer o melhor possível amanhã com a Espanha”, observou.
#IMAGE1565Eficácia nas bolas paradas ditou vencedor.
Os transalpinos surgiram na prova como “outsider” mas poderão sair por cima. Paulo Pereira não acredita que a França possa surpreender os italianos e, assim, ajudar Portugal. “A Itália tem uma grande oportunidade de, pelo menos, ficar no segundo lugar e acho que não vai deixar essa oportunidade escapar. Vai esperar pelo jogo entre Portugal e Espanha - um jogo muito equilibrado entre duas grandes selecções – em que qualquer resultado pode acontecer. Os italianos não vão facilitar no último jogo, nem vão vacilar”, opinou.
“Os franceses também já estão desgastados e ainda hoje frente à Alemanha também perderam [ndr: 1-4] e não foi nada daquela selecção que vimos contra Portugal e contra a Espanha. Já foi uma selecção mais desgastada, mais vulnerável e acho que agora os italianos não vão facilitar”, reforçou.
Regressando ao jogo de Portugal, Paulo Pereira sublinhou a estratégia italiana. “Têm muito mérito porque hoje foram muito inteligentes e em termos defensivos foram muito fortes. Essa é a grande arma dos italianos, jogar no erro de Portugal e as bolas paradas. E a grande falha de Portugal foi nas bolas paradas”, salientou, alertando para alguma hesitação na hora da decisão. “Chegaram ali a um ponto, na quinta e na sexta bola parada, em que já ninguém queria marcar. Já havia ali um conflito de quem é que ia marcar e quem não ia, acho que já ninguém queria assumir e, aí, pecámos”, analisou, elogiando o assumir do capitão Valter Neves.
“Há que levantar a cabeça e amanhã fazer um bom jogo para sairmos daqui de cabeça erguida”, desejou.
A Espanha demolidora
A vitória da Espanha sobre a Suíça não deixou margem para dúvidas. “Há uma diferença abismal entre as duas selecções. Este era daqueles jogos que todos esperávamos para ver muitos golos. E houve muitos golos bonitos, a Espanha mostrou o seu valor e que é uma das candidatas a ganhar o Europeu porque utiliza quatro jogadores com uma rotatividade muito grande e por isso não têm tempo para se desgastar. Amanhã a selecção espanhola vai estar no máximo, enquanto que Portugal não estará tão bem porque hoje também teve um jogo particularmente difícil”, antecipou.
“Não sendo Portugal campeão, antes queria que fosse a Espanha”, desejou em jeito de conclusão.
Sábado, 19 de Julho de 2014, 4h34