Mariotti e a sua grande Itália
No rescaldo da vitória italiana, Massimo Mariotti era a imagem da confiança. “Foi uma partida muito difícil, espectacular, com muitas bolas paradas e o nosso guarda-redes esteve fenomenal. Foi uma partida muito dura mas acredito que a Itália mereceu ganhar, porque a perder 1-0 soube mudar a partida e estar sempre em vantagem, jogando frente a um grande Portugal”, afirmou.
O técnico italiano frisou o valor dos adversários, não só desta noite mas também da anterior. “Não admito que se diga que Portugal esta noite esteve fraco e que ontem a Espanha esteve fraca. Foram grandes equipas e a Itália também está a ser uma grande equipa neste Europeu”, constatou, rejeitando o papel de outsider.
Os dois últimos resultados tiveram muito de mentalidade. “O resultado que conseguimos com a Alemanha, em remontada, vencendo a segundos do fim, foi um impulso psicológico para o resto do Europeu”, reconheceu.
As exibições de Barozzi frente à Espanha e Gnatta frente a Portugal mereceram o destaque do técnico. “Estamos felizes por termos dois guarda-redes com esta qualidade. Desde o tempo de Cupisti e Parasuco que não tínhamos tanta qualidade na baliza. É um risco alternarmos os guarda-redes mas têm correspondido”, congratulou-se.
O excelente percurso da selecção italiana também valeu um recado para a Federação. “Isto tem de ter continuidade. A ver se a Federação pensa menos na politica e mais no desporto”, disse.
#IMAGE1566Massimo Mariotti
Sobre a candidatura ao título, Mariotti é claro. “Ontem, a dois minutos do fim, estava a ganhar 2-1 à Espanha. Agora éramos campeões da europa”, lembrou. “Mas amanhã temos de ganhar e esperar pelo jogo entre Portugal e Espanha”, lamentou. “Na minha carreira de jogador e treinador, joguei sempre para ganhar. Em qualquer sítio do Mundo! Tento transmitir aos atletas esta mentalidade e procuramos jogar de maneira diferente daquela como a Itália tem jogado nos últimos anos. Esta Itália jogou hóquei e não foi só defender”, destacou.
Preponderante é o desempenho de Massimo Tataranni. “Mudámos um bocadinho o modo de estar em pista, graças a Tataranni”, revelou Mariotti. O avançado italiano está apostado em vencer. “A nível pessoal pode sempre fazer-se mais mas tento sempre dar o máximo”, afirmou Tataranni. “Nasci para marcar golos mas neste Europeu estou a fazer outro tipo de trabalho. Ao início nem estava para vir. Falámos e disse que vinha se fosse para ganhar e não só para participar. Para participar ficava em casa”, confessou. “Estou contente com o que temos feito e, se não fizer golos, paciência”, afiançou, relativizando o aspecto pessoal em prol do colectivo.
Preponderante no jogo frente a Portugal foi Ricardo Gnatta, que destacou também a mentalidade da equipa. “Estou particularmente feliz pelo resultado mas neste Europeu o que tem feito a diferença é a mentalidade”, admitiu. “O ano passado, se não jogava ficava triste mas agora somos uma verdadeira equipa”, confessou.
A Itália só logrou vencer o Europeu em duas ocasiões. No longínquo ano de 1953 e no também já distante ano de 1990. Em 1990, em Lodi, a Itália bateu na final Portugal por 6-1, com uma equipa em que pontificava… Massimo Mariotti.
A última equipa italiana campeã da Europa era constituída pelos guarda-redes Alessandro Cupisti e Massimo Cunegatti e os jogadores de pista Dário Rigo, Franco Amato, Enrico Bernardini, Roberto Crudeli, Massimo Mariotti, Enrico Mariotti, Aldo Belli e Pino Marzella.
Sábado, 19 de Julho de 2014, 6h22