«São os jogos que realmente contam»
Fotos: Gabriele BaldiArrancam este sábado as meias-finais do campeonato italiano, a LegaHockey, o único dos grandes campeonatos que é decidido em playoffs.
Nos quartos-de-final, imperou a lei dos mais fortes na fase regular.
As quatro equipas que tinham terminado nos quatro lugares cimeiros - garantindo também a presença na Liga Europeia (caso se confirme a habitual renúncia do campeão inglês) - apuraram-se com maior ou menor dificuldade, num máximo de três jogos, para as meias-finais, que serão jogados à maior de cinco.
«Nunca seremos uma equipa com excesso de confiança»
Lodi e Viareggio carimbaram a passagem em apenas dois jogos. Os "gialorrossi" do treinador português Nuno Resende venceram o Valdagno por 3-5 e 3-1, enquanto os "bianconeri" de Alessandro Bertolucci, finalistas da Taça CERS, afastaram o Breganze com vitórias por 1-3 e 4-2.
Esta época, nos dois confrontos da fase regular, o Lodi levou a melhor de forma clara, vencendo em Viareggio por 0-4 e em casa por 8-3, e terá de assumir o favoritismo próprio de um vice-campeão que almeja a mais. Mas Nuno Resende é cauteloso.
"O que se passou na fase regular, fica na fase regular. O playoff tem essa particularidade, de voltar tudo ao inicio", explica o técnico português ao HóqueiPT. "As duas equipas, desde o último jogo, evoluíram e, no meu ponto de vista, estão mais maduras e com os seus modelos de jogo mais consolidados", analisa, frisando que as duas vitórias já conseguidas não terão influência, positiva ou negativa, no grupo. "Não estamos, nem nunca seremos, uma equipa com excesso de confiança, e encaramos esta meia final com muita motivação e confiança, resultante de tudo aquilo o que estamos a fazer até ao momento", esclarece.
Lodi e Viareggio perseguem o segundo título transalpino da sua história, depois das, para já solitárias, conquistas de 1981 (Lodi) e 2011 (Viareggio).
«Não temos medo de ninguém»
Na outra meia-final, o Follonica tem a árdua missão de tentar afastar o actual tricampeão, que nem com a saída de Pedro Gil e Pablo Cancela perdeu fulgor, terminando a fase regular em primeiro. O actual tri do Forte dei Marmi são todos os títulos da equipa na sua história, aquém do tetra conseguido pelo Follonica entre 2004 e 2008, época áurea daquele emblema, quando se tornou a primeira - e única - equipa italiana a vencer a Liga Europeia. Mas há muito que está afastado da discussão...
Forte e Follonica ganharam em três jogos nos quartos-de-final. O Forte defrontou o Sarzana e, apesar do semifinalista da CERS ter terminado a fase regular em oitavo, a eliminatória foi à "negra", depois do "David" Sarzana ter batido o "Golias" Forte nas grandes penalidades no segundo jogo.
O Follonica também foi forçado a um decisivo terceiro jogo. Na primeira partida, em Bassano, a equipa de Diogo Neves venceu nas grandes penalidades, mas o Follonica daria a volta à eliminatória. "O segundo jogo foi crucial. Entrámos para essa partida mentalizados de que não tínhamos perdido o primeiro jogo e que tinha sido apenas uma questão de sorte nos penaltis", conta ao HóqueiPT o português Marinho. "Estávamos muito confiantes em virar a eliminatória com os dois jogos em nossa casa e, felizmente, foi o que aconteceu. Conseguimos voltar a colocar o Follonica numa meia-final depois de 7 anos", destaca.
Na primeira fase, registou-se um empate a dois e uma vitória do Forte, por 3-4. Na Coppa Italia, o Forte dei Marmi venceu por contundentes 6-1.
Agora o adversário é o tricampeão. "É claramente favorito", aponta Marinho. "Mas nós não temos medo de ninguém. Jogamos sem pressão e muito motivados para continuar a fazer história, e contamos com o apoio do nosso público, que felizmente voltou ao pavilhão e a acreditar", realça.
Na primeira fase, Forte dei Marmi e Follonica protagonizaram dois jogos emotivos. Em Forte, registou-se um empate a dois, enquanto em Follonica o vencedor da fase regular venceu pela margem mínima (3-4). "O playoff é completamente diferente dos jogos da fase regular. São os jogos que realmente contam, não interessa se fazes um golo ou 10, importa ganhar a todo o custo, nem que seja com um golo do guarda-redes suplente", graceja. "Os jogos têm o dobro da intensidade e tudo é possível, ninguém é imbatível", alerta.
Esta quinta-feira, entre eliminatórias, o Follonica anunciou a renovação de Marinho por mais uma temporada. "Irei continuar mais um ano no Follonica, que fez questão de ficar comigo a todo o custo e, sendo assim, adio o regresso a Portugal por mais um ano", refere. "Estou bem aqui e todos me adoram, mas não escondo, nem nunca escondi, que irei regressar brevemente", frisa.
Em Itália, jogam mais três portugueses, contingente que deve aumentar na próxima temporada. Sobre os estreantes Diogo Neves (Bassano) e Renato Castanheira (Correggio), que se juntaram a Marinho e Sérgio Silva, o internacional por Moçambique deixa elogios. "O campeonato italiano não é tao fácil como parece, são jogos muito competitivos em que podes ganhar ou perder qualquer jogo", começa por ressalvar. "Na minha opinião, acabou por ser uma boa época para ambos, cumprindo os objectivos das suas equipas e também representando bem o nível do hóquei português", observa.
Os três primeiros jogos das meias-finais, que podem ser suficientes em caso de três vitórias de qualquer das equipas, jogam-se este sábado e a 23 e 27 de Maio.
Sexta-feira, 19 de Maio de 2017, 22h42