Grazie. E arrivederci...
Quando, na conferência de imprensa após a final da Liga Europeia, Enrico Mariotti afirmou desconhecer o seu futuro, poucos acreditavam que o técnico italiano não continuasse no Reus.
Mas Enrico nem o último jogo vai fazer.
A notícia que esta quarta-feira agitou o Hóquei em Patins surgiu a dois tempos. O primeiro abalo chegou com a notícia de que o treinador vencedor da Liga Europeia não continuaria nos "rojinegros". A réplica deitou tudo por terra: Mariotti já não estará no banco na última jornada da OK Liga.
Enrico Mariotti assumiu o comando técnico do Reus em 2015, sucedendo ao agora seleccionador nacional Alejandro Dominguez, de quem era adjunto. Essa primeira temporada foi discreta e aquém dos objectivos. O Reus conseguiu o apuramento para a Liga Europeia "in extremis", assegurando a última vaga apenas na última jornada. E na Taça CERS caiu nos quartos-de-final.
Mas a presidente Monica Balsells reiterou a confiança na sua aposta - e do director desportivo Toni Sanchez - e dotou a equipa de armas para atacar todas as competições. Chegaram Pedro Henriques, Marc Torra, Albert Casanova e Alex Rodriguez, que com Marin, Platero e Salvat conquistariam a Europa.
A caminhada até ao clímax na final europeia ficou marcada pelo "quase". O Reus começou a temporada a vencer a secundária Liga Catalã e "quase" que conquistava a Supercopa, perdendo com o Liceo na final. Perdendo alguns pontos inesperados na OK Liga, cedo o Reus viu o Barcelona destacar-se. No virar do campeonato, a equipa "reusence" ainda se aproximou, mas o Barcelona voltou a distanciar-se, acabando por garantir o título precisamente em Reus, na jornada antes da Final Four da Liga Europeia. Independentemente do resultado da derradeira jornada, que se joga este sábado, o Reus terminará vice-campeão. Entretanto, no final de Fevereiro, jogou-se a Copa del Rey. Enrico Mariotti viu novamente a sua equipa "quase" ganhar, caindo no último minuto da final frente ao Barcelona.
No fim-de-semana de 13 e 14 de Maio, todas as decepções da temporada desaguaram em celebração. O Reus passou o Benfica nas meias-finais e bateu a Oliveirense na final, garantindo a oitava Liga Europeia da sua história.
Futuro
A saída de Enrico tem uma aura de polémica. Os adeptos não entendem a sua saída depois de lhes ter concretizado o sonho da glória europeia e, na noite do dia em que foi "despedido" (factualmente, foi o contrato que não foi renovado), concedeu uma entrevista à TV3, estranhando toda a situação e apontando questões pessoais à sua saída, salvaguardando o desempenho desportivo com a conquista da Liga Europeia.
Pujalte é o principal candidato a assumir o comando técnico do Reus.
O Reus já garantira o guarda-redes Ballart (Voltregà) e o defesa Bancells (Vic) e prepara-se para voltar a atacar todas as competições. Para o banco, a imprensa lança meio mundo como hipótese, sendo a mais consistente a de Ferran Pujalte, treinador de um Vic que já anunciou um corte significativo no orçamento para a próxima temporada. Tal traria outro pragmatismo à equipa, mas descaracterizaria uma equipa de ataque, muitas vezes rebelde, com Raul Marin no comando, como anarca-mor. Outra hipótese seria Guillem Perez, técnico a quem, no Sporting, alguns apontaram o dedo a um jogo "demasiado" vertiginoso, ofensivo, mais identificado com este Reus.
Para Enrico Mariotti, aos 48 anos, o sonho - declarado - seria assumir o comando técnico do Barcelona. Ricard Muñoz está de saída e seria o regresso a uma casa onde o italiano brilhou como jogador. Mas algum propalado mau-estar no balneário do Reus e reiteradas dúvidas quanto à sua capacidade táctica e de liderança deverão dissuadir o corpo dirigente blaugrana que, inclusivamente, terá decidido nome do futuro técnico ainda antes de ser conhecida a saída de Enrico do Reus.
Quinta-feira, 1 de Junho de 2017, 8h30
