Porto na corrida... mas sem 'pole'

O Porto venceu este sábado o Benfica por 9-7 e, mesmo não dependendo só de si, mantém-se vivo na empolgante corrida ao título.
Foi mais um memorável jogo para juntar ao vasto cardápio de memoráveis jogos que este campeonato - a somar continuamente pontos como o melhor do mundo - nos tem oferecido.
A precisar de vencer, o Porto entrou melhor e aos cinco minutos, num grande gesto de Reinaldo Garcia, adiantou-se no marcador. Mas a resposta do Benfica não tardou. Com Diogo Rafael a surgir em excelente plano, os encarnados viraram a partida em quatro minutos com um bis de Carlos Nicolia - primeiro a responder bem a uma assistência de Diogo e depois num remate rasteiro - e mandavam no jogo.

O Porto estava pressionado pela necessidade de vencer e pela desvantagem e tal transparecia - demasiado - em rinque. Foi quase com uma estranha naturalidade que o Benfica chegou ao terceiro, aos 12 minutos, por João Rodrigues, de grande penalidade.
Sem Jorge Silva, Cabestany fazia entrar Baliu e Vítor Hugo - e mais tarde Telmo Pinto - na rotação da equipa, ao passo que Pedro Nunes, sem João Sardo e, principalmente, Tiago Rafael, só fazia entrar Jordi Adroher. O Porto reduziu a oito minutos do intervalo, por Vítor Hugo, mas os encarnados continuavam mais sóbrios em pista. E Jordi Adroher, aos 21 minutos, fazia um 2-4 que parecia ser um rude golpe numa equipa azul-e-branca que tardava em assentar o seu jogo. Tanto pareceu também às águias, que facilitaram. E Gonçalo Alves e Hélder Nunes não perdoaram as falhas defensivas, fazendo o 4-4 com que se chegaria ao intervalo com dois golos separados de apenas 24 segundos.

O Benfica tivera o resultado e o controlo do jogo na mão e deixara-o fugir. O empate antes do descanso foi o tónico para uma nova vida dos dragões e o mote para a crença que valeria a reviravolta na segunda parte.
Hélder Nunes apontou o 5-4 que valeu a segunda vantagem - depois do 1-0 - dos dragões no jogo, mas Valter Neves restabeleceu a igualdade. E o Benfica voltaria para a frente com novo golo de Adroher de bola parada (marcaria três em três oportunidades), agora de livre directo, a 12 minutos do final.

O Benfica estava na frente do marcador, mas não se sentia no Porto a quebra anímica da primeira parte. E, quando a menos de sete minutos do final, Diogo Rafael viu o azul, o jogo mudou.
Sem soluções no banco para render Diogo, o Benfica sofreria três golos no período de dois minutos em que o internacional português esteve fora. Hélder não desperdiçou o livre directo consequência do azul e Reinaldo Garcia, a assumir - e de que maneira - os galões de mais consagrado deste Porto, apontou mais dois grandes golos para o 8-6 que, mais do que a questão do vencedor nesta partida, relançava a discussão directa entre Porto e Benfica.
Na primeira volta, o Benfica vencera por quatro golos (8-4) na recepção ao Porto, e os dragões procuravam anular essa desvantagem particular. Atacavam e "massacravam" com a meia distância um Benfica em que o desgaste da falta de soluções - Nicolía também sairia com dificuldades físicas - se notava de sobremaneira. Já no último minuto, Gonçalo Alves fez o 9-6 e reduzia para a margem mínima a desvantagem trazida da primeira volta. Cabestany ia até arriscar a jogar com cinco de pista, mas o Benfica segurou o encontro e, a sete segundo do fim, Adroher faria mesmo o 9-7 final de livre directo (15ª falta dos dragões).

Com esta vitória, o Porto passa a somar os mesmos 62 pontos do Benfica na topo da classificação, falhando a liderança pela diferença de golos no confronto directo.
Este domingo, a partir das 15h, a Oliveirense tem oportunidade de regressar à liderança perdida na jornada anterior. A equipa de Oliveira de Azeméis recebe o Sporting e, em caso de vitória, fica com dois pontos de vantagem sobre os adversários antes da deslocação à Luz na próxima ronda.
Domingo, 4 de Junho de 2017, 9h05