Passar o terceiro lugar com três campeões do Mundo
Em 2013, a Associação Académica de Espinho desceu à II Divisão e o 13º ano do novo milénio foi maldito para os alvinegros.
Desde aí, quatro campanhas na muito competitiva Zona Norte da II Divisão redundaram num mesmo terceiro lugar, o primeiro que não permite lutar pelo regresso ao escalão maior. Na temporada finda, faltaram escassos três pontos... E agora, os espinhenses querem acabar com essa "maldição".
Espinho terminou em terceiro em 2017, 2016, 2015 e 2014. Até em 2013, ano que desceu à II Divisão, terminara em terceiro... mas a contar do fim.
Tendo em vista o ataque à subida, o Espinho garantiu o guarda-redes Diogo Sampaio, de 26 anos, campeão da Europa de Sub-20 em 2010 (Viareggio) e campeão nacional pelo Valongo em 2014, e que rumara em 2015 ao Carvalhos, e Filipe Sousa, de 31, no regresso do capitão que em 2015 partiu para São João da Madeira depois de toda uma vida no Espinho. E o treinador Tó Rocha - no cargo desde 2016 - contará ainda com um trio de ouro. Literalmente.
Diogo Casanova, Diogo Seixas e Pedro Freitas sagraram-se em 2015 campeões do Mundo de Sub-20, consumando um feito que se adivinhava difícil. Difícil porque a Espanha estava sedenta de títulos e ainda mais difícil porque "la Roja" jogava perante o seu público, em Vilanova i la Geltrù. O Mundial chegaria ao derradeiro jogo com um duelo ibérico em agenda.
A final foi intensa e decidida apenas nas grandes penalidades. O guarda-redes Pedro Freitas, que já fora decisivo nas "meias" com Itália, voltou a ser protagonista na defesa da baliza lusa, até à exaustão [ndr: desfaleceu nos festejos]; Diogo Casanova, pese não ter muitos minutos durante o jogo, assumiu a decisiva grande penalidade e fez explodir de alegria o seleccionado nacional numa festa que culminou com o capitão Diogo Seixas, consagrado bicampeão do Mundo depois da conquista em 2013 em Cartagena, a erguer o troféu.
Os três jogadores que agora reforçam o Espinho, chegam já com experiência de I Divisão. Na última temporada, a primeira com idade sénior para os três, Pedro Freitas (21 anos) e Diogo Seixas (completa 21 em Dezembro) representaram o Valongo, enquanto Diogo Casanova (21) foi o melhor marcador da despromovida Sanjoanense.
Os outros campeões de Vilanova
Em Setembro de 2015, Portugal conseguia em Vilanova i la Geltrù o seu terceiro título mundial de Sub-20, segundo consecutivo.
Dois anos volvidos, Tiago Rodrigues e Gonçalo Nunes são os únicos que ainda têm idade para voltar a lutar pelo título Mundial, podendo juntar-se a Vieirinha e Diogo Seixas no restrito lote de atletas portugueses que conquistaram duas vezes a prova. Para já, estão pré-seleccionados para a viagem à China.
E onde param os jogadores que às ordens de Luís Duarte se sagraram campeões em 2015?
Casanova, Seixas e Freitas irão então representar o Espinho com o desafio da subida.
Alvarinho brilhou ao serviço do Óquei de Barcelos, terminando como o quarto melhor marcador do campeonato, com 33 golos (feitas as contas à exclusão do Riba d'Ave), tantos como Gonçalo Alves ou Nicolía, e irá regressar ao Porto, na expectativa de ter minutos para mostrar o seu faro pelo golo.
Também de Barcelos sai Vieirinha, que ruma ao Benfica depois de conquistar duas Taças CERS e de merecer a chamada à selecção principal que terminou em segundo em Montreux no passado mês de Abril.
Pedro Batista e Gonçalo Pinto, recém-coroados campeões nacionais de Sub-20, sobem a seniores e, mantendo ligação contratual ao Benfica, vão actuar em Itália, na competitiva LegaHockey. Batista representará o Monza e Pinto actuará de "scudetto" ao peito, no campeão Lodi, de Nuno Resende, tendo lugar garantido na Liga Europeia.
O benjamim do grupo, Gonçalo Nunes, ainda tem o seu futuro indefinido. Apesar da sua juventude, começou a última temporada como 11º jogador da equipa principal do Sporting, mas acabaria por rumar à OK Liga e a Alcobendas em busca de minutos. Neste defeso tem-se falado do regresso a Paço de Arcos (onde cumpriu a maior parte da sua formação), mas ainda é hipótese para completar o plantel leonino, ocupando a vaga disponível.
Do grupo, apenas Luís Melo e Tiago Rodrigues têm como certa a continuidade no emblema que defendiam em 2015. Luís Melo procura a afirmação no Valongo, tendo no reforço Diogo Fernandes (ex-Juventude de Viana), um concorrente directo para "ponta de lança", enquanto Tiago Rodrigues seguirá na Oliveirense. Ainda com idade júnior trabalhará no seu escalão às ordens do treinador Ricardo Barreiros e com a equipa principal, ao lado de Xevi Puigbi e Domingos Pinho.
Quarta-feira, 2 de Agosto de 2017, 12h26