Da confirmação espanhola à adiada ambição lusa
Fotos: Federação de Patinagem de PortugalA primeira edição dos Roller Games consagrou a Espanha não só como campeã mundial de seniores masculinos, recuperando o título perdido em 2015, mas também de seniores femininos, defendendo com sucesso o título conquistado em 2016, em Iquique.
Depois de uma primeira fase quase perfeita - as espanholas de Ricardo Ares só sofreram um golo nas vitórias sobre Alemanha (0-7), Estados Unidos (8-0) e França (10-1) - chegaram esperadas dificuldades. As campeãs do Mundo bateram Portugal por 1-4 nos "quartos" e tiveram de esperar pelas grandes penalidades para vencer o Chile por 3-4, num jogo em que "Maca" Ramos, jogadora do Benfica, apontou os três golos das sul-americanas.
Na final, o embate esperado entre uma evoluída Espanha, com o traquejo da OK Liga, mais competitivo campeonato do Mundo de clubes, e uma tecnicista Argentina. A "albiceleste" inaugurou o marcador, mas "la roja" virou o marcador e ao intervalo vencia por 2-3. O marcador "dançava" num jogo intenso e, a cinco minutos do final, a Argentina vencia por 5-4. Mas Casarramona empatou e, já nos dois derradeiros minutos, Berta Busquets e Maria Diez carimbaram o sexto título mundial para a Espanha em 14 edições.
O bicampeonato espanhol é o terceiro na história da prova. A Espanha "bisara" em 1994 e 1996 e a Argentina em 2002 e 2004.
Portugal, traído pela ambição
Depois da prata em 2016, a fasquia foi colocado bem alta por Portugal, apontando à inédita conquista do principal título de selecções. Mas a jovem selecção orientada por Carlos Pires não logrou superar as suas valorosas adversárias.
Sem vitórias na primeira fase - empate com o Chile (2-2) e derrotas com Argentina (2-5) e Itália (2-3) -, a selecção das quinas foi "condenada" a reeditar a final do último Mundial logo nos quartos-de-final. Portugal foi afastado da discussão do título pelas espanholas (1-4) e perderia a possibilidade de discutir o quinto lugar frente à França (1-3).
Portugal fora também sétimo em 2010, seguindo-se um quarto lugar em 2012, um quinto em 2014 e um segundo em 2016.
No derradeiro jogo da competição, as pupilas de Carlos Pires não sentiram dificuldades em vencer os Estados Unidos, sempre goleados na prova, por 26-0. Tal como em 2010, a vitória sobre as estadunidenses valia um amargo sétimo lugar numa prova em que apenas Marta Vieira não marcou entre as jogadoras de pista.
Marlene Sousa foi a melhor marcadora, com 10 golos, Margarida Florêncio conseguiu sete, Catarina Costa e Sofia Silva apontaram cinco, Beatriz Figueiredo três e Inês Vicente e a azarada Renata Balonas - a contas com uma lesão durante o evento - dois.
A alemã Maren Wichardt, com 16 golos, foi a melhor marcadora da prova. 13 dos golos foram conseguidos na vitória por 27-0 sobre os Estados Unidos.
À chegada a Portugal, com as malas carregadas de desilusão mas também de esperança num futuro risonho, o seleccionador nacional analisou a participação portuguesa e o potencial do grupo, apontando o dedo a algumas críticas que foram chegando à China quando se impunha apoio.
Carlos Pires assumiu a selecção portuguesa em 2013, na antecâmara do Campeonato da Europa de Mieres. Na estreia, conseguiu o vice-campeonato, feito que repetiria a nível continental em 2015 e a nível mundial em 2016.
Apesar do quinto lugar no Mundial de 2014, o estatuto de vigente vice-campeão alimentou a ambição portuguesa, quiçá saudável, mas desmesurada tendo em conta a juventude da selecção e o valor das adversárias num panorama bem mais competitivo do que o masculino.
Em Nanjing, a classificação do 14º Campeonato do Mundo de Seniores Femininos ficou assim ordenada: 1º Espanha, 2º Argentina, 3º Alemanha, 4º Chile, 5º França, 6º Itália, 7º Portugal e 8º Estados Unidos.
Inglaterra venceu Taça FIRS
Em plano secundário, Inglaterra, Índia e Japão discutiram a Taça FIRS a três voltas. A Inglaterra do português José Carlos Amaral arrecadou o troféu com cinco vitórias e um empate (com a Índia), 35 golos marcados e 11 sofridos. A Índia terminaria em segundo, enquanto o Japão - só com derrotas - foi relegado para o último lugar.
Ao contrário do que aconteceu no "grupo elite" do Campeonato do Mundo, não houve nesta Taça FIRS resultados demasiado desnivelados. A maior diferença registou-se na derradeira partida, com um 7-1 favorável à Inglaterra no seu confronto com os nipónicos. A título de comparação, a campeã Espanha venceu na fase de grupos a França (quinta na classificação final) por 10-1...
Terça-feira, 19 de Setembro de 2017, 7h23