Blaugrana levam a melhor em Clássico mundial
A terceira jornada da Liga Europeia trouxe os primeiros grandes dissabores às equipas portuguesas em prova. Se os empates na ronda anterior de Oliveirense e Sporting fora de portas até podiam ser vistos como resultados positivos, as derrotas em casa de Benfica e Oliveirense no fechar da primeira volta desta fase de grupos colocam pressão nas equipas que estiveram presentes nas duas últimas Final Four.
Na Luz, a contar para o grupo C, o Benfica recebeu o Barcelona para um jogo que prometia emoções fortes. Enquanto o pavilhão enchia, o Benfica entrou melhor, com os holofotes apontados a Diogo Rafael. O internacional português ganhou a grande penalidade que Nicolía transformou em golo logo no primeiro minuto e "arrancou" o vermelho a Marc Gual, ainda não estavam decorridos cinco minutos.
Mas, o que poderia ajudar a construir a desejada vitória, esbarrou na boa organização - e na eficácia - blaugrana. Adroher não conseguiu dilatar de livre directo perante Sergi Fernández, nem nos quatro minutos de superioridade numérica que se seguiriam. E, ainda pior, é que, mesmo com menos um, o Barcelona restabeleceria mesmo a igualdade, por Sergi Panadero.
O jogo foi sempre muito intenso, com ataques rápidos e oportunidades de um e outro lado, com os guarda-redes Sergi Fernandez e Guillerm Trabal (juntos, foram, por exemplo, campeões do Mundo em 2011) em grande plano nesta primeira parte. Só Lucas Ordoñez lograria marcar - quando o Benfica já tinha pedido um desconto de tempo -, estabelecendo a diferença mínima com que se chegaria ao intervalo.
As águias reentraram com renovados níveis de intensidade e a darem uma velocidade vertiginosa ao jogo. Mas aos cinco minutos cometeram a 10ª falta de equipa e Pablo Alvarez não perdoou, fazendo o 1-3. Logo de seguida, os encarnados reclamaram falta para livre directo que poderia reduzir as distâncias, mas a dupla italiana não acedeu e, com dois golos de vantagem, o Barcelona geriu defensivamente e capitalizou, com extrema eficácia, no contra-golpe.
As saídas rápidas valeriam à equipa de Edu Castro o 1-4 aos 11 minutos, por Xavi Barroso, e o 2-5 aos 15 por Pablo Alvarez, com Adroher a reduzir (e a ver um azul) pelo meio, no único tento encarnado conseguido de bola corrida.
Os encarnados voltariam a reduzir de livre directo por Nicolía - logo após o quinto do Barcelona - mas as esperanças acalentadas por um 3-5 com mais de seis minutos para jogar depressa caíram por terra... Enquanto o Benfica protestava continuamente o não assinalar de faltas ao adversário, em dois minutos e meio, Alabart, Ordoñez e Pascual fizeram o resultado disparar para cinco golos de diferença, amenizada apenas por um tento de grande penalidade de João Rodrigues, fixando o 4-8 final.
Em conferência de imprensa, Edu Castro congratulou-se com a vitória e o reencontro com a eficácia ofensiva que tem faltado noutras partidas, confessando que não esperava um jogo tão aberto. Pedro Nunes lamentou a falta de aproveitamento após o vermelho a Gual, que poderia dar outra tranquilidade, mas sublinhou que ainda está tudo por decidir na Liga Europeia. O próximo embate é com o Barcelona no Palau e o técnico encarnado abordou o denso e complicado calendário até esse reencontro, a 13 de Janeiro.
No outro jogo do grupo, o Forte venceu na Suíça o Montreux por 1-4 e continua colado ao Benfica. Portugueses e italianos somam quatro pontos, distantes dos nove do Barcelona, que é cada vez mais favorito à vitória no grupo, evitando assim o Porto nos quartos-de-final.
Os dragões continuam o seu passeio no grupo B, tendo desta feita vencido o Follonica, segundo do grupo, por 1-7 em Itália. Apesar de Enrico Mariotti, treinador campeão em título, não ter os "ovos" que tinha em Reus, o Follonica soma seis pontos, menos três que o Porto, e deve conseguir o apuramento. La Vendéenne e Vic empataram em França, somando os primeiros pontos na prova.
No grupo A, o Reus venceu em Oliveira de Azeméis no reeditar da final da Liga Europeia (com vitória reusence) e da Taça Continental (com vitória oliveirense) e, apesar de ter menos um jogo, está na liderança nesta época de defesa do título conquistado em Lleida. O grupo A está condicionado pelo jogo em atraso da primeira jornada, a visita do Viareggio a Reus, que poderá até fazer a equipa italiana de Reinaldo Ventura (que venceu por 1-3 na Alemanha) saltar para a frente da classificação. O Reus lidera com seis pontos em dois jogos, seguido de Oliveirense e Viareggio, com quatro, mas os italianos têm menos um jogo. O Iserlohn ainda não pontuou.
Se terminasse hoje a fase de grupos, teríamos os seguintes encontros nos "quartos": Reus - Liceo; Porto - Benfica; Barcelona - Follonica; e Sporting - Oliveirense.
O Sporting assumiu a liderança do grupo D - com os mesmos pontos do Liceo, mas melhor diferença entre golos marcados e sofridos - com uma vitória clara e uma goleada surpreendente. Os leões venceram o Lodi, campeão italiano, por 7-1, e seguem a par do Liceo, que também venceu, mas com mais dificuldades. Os verdes da Corunha derrotaram o Quevert em França por 3-5.
A próxima jornada, agendada para 13 de Janeiro, será particularmente decisiva para os italianos liderados por Nuno Resende - e que contam com Luís Querido e Gonçalo Pinto - que estão obrigados a vencer na recepção ao Sporting.
Domingo, 10 de Dezembro de 2017, 15h14