Um sonho para concretizar noutro palco

Um sonho para concretizar noutro palco
Foto de capa: Stuart HC Massamá

A Stuart Hóquei Clube de Massamá logrou no passado sábado um feito ímpar na sua história, ao apurar-se para a Final Four da Liga Europeia Feminina. As portuguesas não conseguiram vencer as francesas do Noisy Le Grand - empataram a três - mas a vitória obtida em França na primeira mão (2-7) permitiu encarar a segunda mão com a confiança da presença entre as quatro equipas que lutarão pela coroa europeia no fim-de-semana de 17 e 18 de Março.

Final Four realiza-se a 17 e 18 de Março e as candidaturas à organização devem ser apresentadas até esta segunda-feira, 26 de Fevereiro.

"É um feito histórico, e temos um orgulho muito grande nas nossas meninas", conta ao HóqueiPT a presidente do clube, Alexandra Monginho. "Lutaram elas, treinadores, e sempre os pais também a apoiarem-nos. Conseguimos e é com muito orgulho e muito mérito delas. Estamos lá", congratula-se.

O apuramento era um dos sonhos. Outro era receber a fase decisiva da prova em casa, no pavilhão que homenageia o Professor João Campelo. Mas tal não irá acontecer.

Questões financeiras pesaram na decisão da Stuart em não apresentar candidatura

"Nós pensámos em candidatarmos-nos à organização da Final Four, mas, depois de pedirmos o caderno de encargos, vimos que o clube não tinha capacidade. E talvez o pavilhão também não tivesse tudo o que era necessário para poder albergar uma Final Four deste género", revela Alexandra Monginho, desvendando mais detalhes. "Até falámos com a Câmara [Municipal de Sintra] e estava disposta a ajudar-nos... mas acabámos por não nos candidatarmos. Não íamos conseguir", lamenta, vincando as questões financeiras. "Somos um clube muito tradicional, muito familiar, é mais complicado", frisa, sem deixar de expressar um desejo. "Espero que seja em Portugal", afirma, aludindo a uma possível organização do Benfica.

Aposta para continuar

O Hóquei em Patins nacional tem sido dominado pelo Benfica, surgindo na temporada passada a Stuart no seu encalce. A equipa de Massamá sagrou-se vice-campeã nacional - roubando os únicos pontos ao Benfica em toda a prova - e foi finalista vencida da Taça de Portugal. Já esta época, voltou a ceder perante as encarnadas para a Supertaça. Neste momento, a Stuart prepara o arranque da fase final do Campeonato Nacional, estreando-se na decisiva fase frente à Académica de Coimbra no dia 9 de Março.

A Stuart é a quarta equipa portuguesa a chegar à Final Four da Liga Europeia, depois de Fundação Nortecoope, Lobinhos e Benfica.

Uma semana depois, há o desafio europeu. A Stuart afastou as alemãs do Bison Calemberg (vitórias por 10-1 e 2-10) e as francesas do Noisy e defrontam nas meias-finais o Gijon, campeãs da competitiva OK Liga e quatro vezes vencedoras da Liga Europeia.

Independentemente do resultado, a aposta é para manter. "Só conseguimos estar aqui porque a Câmara nos apoia, dado que são competições dispendiosas. Mas penso que sim, que é para continuar", assegura. "É uma grande aposta da Stuart, desde o Prof. Campelo, e apoiamos sempre o hóquei feminino ao mais alto nível", declara.

Benfica pela terceira vez em quatro anos

O histórico apuramento da Stuart torna esta Final Four também histórica para o Hóquei em Patins nacional. Com a presença do Benfica pela terceira vez nas últimas quatro temporadas, esta será a primeira vez em 12 edições que duas equipas portuguesas estão nas "últimas" quatro.

O Benfica, única equipa portuguesa a vencer a prova (em 2015), repete a presença da última época, em que caiu nas meias-finais. E não se adivinha tarefa mais simples na edição deste ano. O adversário no jogo que decide quem passa à final é o Voltregà, "apenas" o vencedor da prova nas duas últimas temporadas, e de cinco no total das 11 edições realizadas.

Para chegar à Final Four, o Benfica afastou o Palau Plegamans nos "oitavos", numa eliminatória só decidida nas grandes penalidades. O Palau venceu na Catalunha por 1-0 e o Benfica na Luz por 3-2, levando a decisão para a "lotaria". Rita e Rute Lopes marcaram os tentos do contentamento encarnado.

Na ronda seguinte, as italianas do Estrellas Molfetta revelaram-se um adversário bem mais acessível. O Benfica venceu por 15-2 na Luz e tornou a segunda mão uma mera formalidade no carimbar do acesso à Final Four. E, ainda assim, venceria por 2-10 em Itália.

Onde será?

O Comité Europeu aceita propostas para a organização da prova até esta segunda-feira, dia 26, mantendo-se os moldes dos outros anos e das outras Final Four. Ganha, em primeira instância, a proposta com melhor oferta financeira, sendo que propostas das equipas participantes têm prioridade sobre outras propostas.

Sem proposta da Stuart e com rumores a chegarem de Espanha de que nem Gijon (que organizou no ano passado), nem Voltregà, pretendem a organização da prova, sobra uma eventual proposta encarnada, ainda que possa não passar pelo pavilhão da Luz...

O tema deverá ter resposta na próxima semana.

AMGRoller Compozito

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