Benfica segue em frente e (re)encontra Porto
O Porto já garantira o primeiro lugar no grupo B e era espectador atento do que se ia passando no grupo C. Na penúltima jornada, o Barcelona venceu em Itália e, assegurando o primeiro lugar no grupo, deixara de ser preocupação para os dragões. A disputa seria entre Benfica e Forte dei Marmi.
Partindo para a última jornada com vantagem na diferença de golos, os encarnados apenas precisavam de um empate frente à mais regular equipa transalpina das últimas temporadas. E o jogo dificilmente poderia ter começado melhor, com Nicolía a inaugurar o marcador ainda não estavam decorridos dois minutos de jogo.
Apesar da vantagem madrugadora, o Benfica não pressionou (ou não conseguiu pressionar) da mesma forma que habitualmente faz perante o seu público. Respeito o adversário e o momento decisivo e foi contido. Ainda assim, com as melhores oportunidades - com Gnata a ganhar sucessivos duelos a João Rodrigues - enquanto o Forte tardava em conseguir acertar com o seu jogo. Aos nove minutos, depois de azul a Motaran, Nicolía desperdiçou um livre directo (duas vezes) e a ocasião para bisar, e seria já com a igualdade numérica em pista reposta que o Benfica chegaria ao 2-0, aos 11 minutos. Com a batuta do jogo ofensivo dos encarnados, Nicolia ficou a reclamar depois de cair entre dois italianos, e a bola sobrou para Miguel Rocha, que não se fez rogado.
O Benfica parecia controlar o jogo e o apuramento. No entanto, sem ser asfixiante na sua pressão, permitia à equipa de Pierluigi Bresciani, suportada em Enric Torner e o reforço leonino Gonzalo Romero, gizar bons lances ofensivos. A sete minutos do intervalo, quando Tiago Rafael e Nicolía chocaram no ataque, o Forte não enjeitou a descompensação dos encarnados e reduziu para 2-1, com Elia Cinquini a bater Pedro Henriques.
O golo renovava a ambição italiana. Mas esta sofreria um rude golpe a escasso minuto do intervalo, numa grande assistência de Diogo Rafael para Adroher fazer o terceiro dos encarnados.
Na etapa complementar, o Benfica voltou a entrar melhor e, em seis minutos, praticamente poria ponto final na discussão do apuramento. João Rodrigues ampliou para 4-1 e, apesar de, logo na jogada seguinte, Maremmani ter respondido, o Benfica reporia uma vantagem de três golos. Diogo Rafael marcou em momento de superioridade numérica depois do italo-argentino Gaston de Oro ("Tonchi") ter visto o azul, sendo que, no respectivo livre directo, Nicolía fez tudo bem... mas acertou na barra.
De Oro é de má memória para os benfiquistas. Em 2012, numa Final Eight disputada em Lodi, o Benfica caiu nos quartos-de-final. Com estrondo. O Valdagno, com um tal de Nicolía como figura, venceu por 11-5, e "Tonchi" apontou uma mão cheia de golos. Desta feita, na Luz, o pequeno atacante ainda fez suar a equipa e adeptos encarnados.
A 12 minutos do apito final, De Oro aproveitou o momento de reorganização encarnada após a entrada de Miguel Rocha para o lugar de Diogo Rafael e fez o terceiro tento italiano. E, um minuto volvido, de grande penalidade, reduziu a vantagem encarnada a um "magro" 5-4.
No entanto, os italianos precisavam ainda de mais golos, pois o empate não lhes chegava, o que os obrigava a abrir o seu jogo. Tal ser-lhes-ia fatal a seis minutos do fim. Com espaço, Nicolía galgou metros e, ainda não conseguisse concluir, a sobra foi para o stick de Valter Neves que puxou da autoridade de capitão para decidir a questão.
O 6-4 era já uma tarefa hercúlea para os italianos e a partida terminaria com os derradeiros 30 segundos sob forte aplauso dos adeptos encarnados que acorreram à Luz.
Passagem aos "quartos" selada, segue-se o Clássico com o Porto.
Como em 2015
O confronto entre Porto e Benfica na antecâmara da Final Four não é inédito. Tal aconteceu na temporada de 2014/15.
Como agora, os dragões venceram o seu grupo - que contava com Valdagno, La Vendeenne e Vendrell - com facilidade e o Benfica terminou em segundo no seu grupo, também atrás do Barcelona.
Na Luz, houve empate a três. Nicolía (2) e Carlos López marcaram para os encarnados e Pedro Moreira (2) e Caio para os azuis-e-brancos. Ficava tudo adiado para o Dragão Caixa.
Perante o seu público e menos de dois anos depois da constrangedora derrota em casa, na final, com o rival, o Porto não voltaria a ceder. Nicolía voltou a bisar, mas Hélder Nunes - como que a "pedir" a braçadeira de capitão que lhe seria entregue na temporada seguinte - marcou por três vezes e colocou o Porto na Final Four, que teria lugar em Bassano.
Em Itália, o Porto cairia frente a um Vic de um plantel valoroso, que contava nas suas fileiras com Carles Grau (agora dragão) e os jovens Ferran Font (Sporting) e Jordi Burgaya (Oliveirense). Seria a última Final Four em que o Porto marcou presença, sendo afastado nos "quartos" nas duas últimas edições, já sob o comando técnico de Guillem Cabestany.
Desde 2014/15, o Porto sofreu muitas mexidas. Dessa temporada restam Nelson Filipe, Rafa, Hélder Nunes e Jorge Silva, então treinados por Tó Neves que agora almeja chegar a uma sexta (!) Final Four consecutiva como técnico. Do plantel dessa temporada, há mais quatro jogadores na corrida à Final Four. Ricardo Barreiros e Pedro Moreira, pela Oliveirense, defrontam Caio e Vítor Hugo, agora no Sporting.
No Benfica não se registaram tantas mexidas. Pedro Nunes continua a ser o treinador e, entre os jogadores, considerando que, pelo meio, Pedro Henriques foi ali (Reus) e já veio, só saíram os argentinos Ábalos e López, entrando Adroher (que esteve na Final Four de 2015 pelo Breganze, treinado por Cabestany) e Miguel Vieira.
Um Clássico que promete, a 24 de Março na Luz e a 7 de Abril no Dragão Caixa.
Domingo, 11 de Março de 2018, 17h15