Benfica e Gijón decidem título europeu

Benfica e Gijón decidem título europeu

Benfica e Gijón vão disputar a final da Liga Europeia Feminina.

O Hóquei em Patins feminino viveu este sábado uma página bonita. Apesar de não encher, o Pavilhão Fidelidade, na Luz, teve uma excelente moldura quer no jogo das anfitriãs, quer na segunda meia final, para dois jogos de bom nível.

O apuramento do Benfica teve contornos épicos.

Berta Tarrida rubricou um hat-trick inglório
Berta Tarrida rubricou um hat-trick inglório

Frente às vencedoras das duas últimas edições, as encarnadas tiveram de correr atrás do resultado. Aos seis minutos, Berta Tarrida inaugurou o marcador. Rita Lopes repunha a vantagem aos 11, mas a festa do muito público presente durou pouco... Na jogada seguinte, Berta Tarrida voltou a dar vantagem às pupilas de Beto Borregán, que nesta partida travava um inédito duelo no banco com Paulo Almeida, depois de muitos em pista nas suas brilhantes carreiras. E, quando Adriana Gutierrez, a maestra da equipa azul-e-branca, fez o 1-3 a quatro minutos do intervalo, o sonho encarnado parecia desmoronar-se.

Capitã Rute Lopes assinou os dois primeiros golos das encarnadas
Capitã Rute Lopes assinou os dois primeiros golos das encarnadas

Na história - que vai na sexta temporada - da sua equipa feminina, o Benfica registou apenas uma derrota no seu reduto, quando, a 6 de Fevereiro de 2016, o Palau Plegamans ali venceu por 2-5, afastando as encarnadas, então campeãs europeias, da Final Four. Agora, com a possibilidade de conquistar um segundo título em casa, a equipa de Paulo Almeida nunca baixou os braços.

Com sete minutos decorridos na etapa complementar, a capitã Rute Lopes assumiu a marcação de uma grande penalidade. E, permitindo a defesa a Teresa Bernadas, não falharia na recarga, reduzindo para a margem mínima. Mas, mais uma vez, o Voltregà - e novamente por Berta Tarrida - não tardou a responder. Selando um hat-trick, Tarrida fez o 2-4.

Argentina Adriana Gutierrez mostrou classe na Luz, mas pecou na finalização na etapa complementar
Argentina Adriana Gutierrez mostrou classe na Luz, mas pecou na finalização na etapa complementar

Mas tal voltou a não ser suficiente para derrubar a ambição das águias.

O Benfica lançou-se no ataque. Vivia-se muito dos rasgos individuais das suas jogadoras, com o coração a mandar mais do que a cabeça, e a guarda-redes Maria Vieira passava por apuros com a iminência de um golo catalão, no espaço deixado nas costas, que acabaria com as aspirações da sua equipa.

Marlene Sousa fez a igualdade a quatro minutos do final
Marlene Sousa fez a igualdade a quatro minutos do final

No entanto, o Voltregà não conseguiria "matar" o jogo e, nos derradeiros seis minutos, o Benfica juntava mais uma página dourada à história da sua equipa.

A chilena Macarena Ramos ("Maca") reduziu para a margem mínima. Mais do que a recuperação no marcador, o golo valeu por dar novo alento aos adeptos encarnados, entretanto adormecidos, quase conformados.

Maca Ramos assinou o golo da reviravolta - e da vitória - encarnada
Maca Ramos assinou o golo da reviravolta - e da vitória - encarnada

Empurradas pelos adeptos, as encarnadas dariam a volta ao jogo. A quatro minutos do final, Marlene Sousa fez o 4-4 e, no minuto seguinte, "Maca" fintou praticamente toda a equipa do Voltregà para um golo dos mesmos contornos da vitória: épico.

Soube depois o Benfica fazer o que o Voltregà não conseguira. Geriu a vantagem, segurou a bola, alargou o seu jogo. E garantiu a presença na final, pela segunda vez na sua história.

Stuart cai, de cabeça bem erguida

Para a segunda meia-final, o Gijón, finalista vencido na última edição da prova, partia com claro favoritismo. Mas a Stuart, equipa que nasceu numa escola, descurou essa teoria para tentar vingar na prática.

A equipa portuguesa entrou destemida, a pressionar alto e a surpreender as adversárias, que possivelmente esperariam uma equipa mais expectante. E os primeiros minutos foram de claro ascendente português, mas perdulário na hora de concretizar.

A internacional Cláudia Vicente foi uma das protagonistas na Stuart, com uma excelente exibição
A internacional Cláudia Vicente foi uma das protagonistas na Stuart, com uma excelente exibição

As asturianas foram aos poucos entrando na partida e o tento inaugural, quando já faltavam apenas quatro minutos e meio na primeira parte, foi o corolário de algum desânimo na equipa de Andreia Barata.

Mas, como que encontrando força nesse revés, a Stuart virou o resultado. Ana Catarina Ferreira, na baliza mais próxima dos seus entusiastas adeptos, igualou um minuto depois e, já nos dois minutos finais da primeira parte, fez o 2-1.

Ana Catarina Ferreira virou o resultado na primeira parte
Ana Catarina Ferreira virou o resultado na primeira parte

Soava a conto de fadas, mas nestes contos há sempre alguém a vestir o papel de "bruxa má". Maria Diez ("Peke"), uma das mais talentosas e consagradas jogadoras do país vizinho, reporia a igualdade ainda antes do intervalo, num tónico asturiano para a segunda parte, uma machadada naquilo que a Stuart conseguira pôr em pista nesta primeira metade do jogo.

Bis de Pulga relançou o jogo
Bis de Pulga relançou o jogo

No reatamento, sentiu-se o efeito do golo que selou a primeira parte. Confiantes, as jogadoras do Gijón regressaram com uma aposta na meia distância que daria frutos. E logo por duas vezes no primeiro minuto. Sara Lolo e Marta González bateram Cláudia Vicente e colocaram um 2-4 no marcador que só inspirava desconfiança pelo que se passara na primeira meia-final. Mas o 5-2, pela argentina Julieta Fernandez, a 15 minutos do final, contrariava essa outra história.

Marta González marcou de livre directo - e sentenciou a partida - já perto do final
Marta González marcou de livre directo - e sentenciou a partida - já perto do final

A Stuart ainda encontrou forças para reagir. Tânia Freire ("Pulga") reduziu pouco depois para 3-5 e, a oito minutos do apito final, e novamente num belo gesto técnico, reduzia a vantagem do Gijón a mínima.

Tinha no entanto estado atento Rúben Muñoz. A sua equipa respondeu com o 4-6 por Julieta Fernandez e não cometeu os pecados do Voltregà. Já no último minuto, Marta González, de livre directo, pôs ponto final no jogo que marcou a estreia da Stuart nesta fase da prova.

A final entre Benfica e Gijón reedita uma das meias-finais da pretérita temporada. Na Final Four, então em Gijón, as duas equipas empataram a três no tempo regulamentar e o apuramento das anfitriãs - que perderiam com o Voltregà na final - só foi decidido no agora "extinto" golo de ouro, por Marta González.

O Gijón procura este domingo, nesta que é a 12ª edição da Liga Europeia Feminina, o seu quinto título, enquanto as encarnadas procuram o segundo da sua história, nesta que é a sua terceira presença numa Final Four.

O jogo, agendado para as 18h, terá arbitragem dos italianos Massimiliano Carmazzi e Filippo Fronte.

AMGRoller Compozito

Partilhe

Facebook Twitter AddToAny
Outros artigos do dia