Afirmação ou redenção?

Afirmação ou redenção?
Foto Liceo vs Reus: Luis Velasco Hevia

Há uma semana, Benfica e Liceo chegavam à pista dos adversários Porto e Reus com vantagem para a segunda mão dos quartos-de-final da Liga Europeia. Mas cairiam. E com estrondo.

Porto e Reus aplicaram goleadas a caminho da Final Four e, apenas uma semana volvida, voltam a receber as suas "vítimas", agora para desafios diferentes: a Taça de Portugal e a OK Liga.

O Clássico para a Taça

Porto e Benfica já se encontraram esta temporada para o Campeonato - e voltarão a encontrar-se em Maio - e duas vezes para a Liga Europeia. Desta feita, o embate é para a Taça de Portugal.

O último confronto para a prova rainha entre dragões e águias aconteceu em Ponte de Lima, na final da edição de 2015/16 - ganha pelo Porto por 4-2, na primeira conquista da "era Cabestany" -, dado que o duelo agendado para as "meias" da última edição, em Gondomar, teve falta de comparência dos encarnados. Agora, com um "atraso" de praticamente 300 dias, a decisão de quem segue para a Final Four é no Dragão Caixa.

A partida destes quartos-de-final chega ainda na ressaca da decisão de outros "quartos", os da Liga Europeia. Ainda que Porto e Benfica já tenham jogado (e vencido) a meio da semana em Braga e Barcelos, está bem viva na memória de todos a inesperada goleada com que os azuis-e-brancos venceram os encarnados há apenas uma semana.

Último Clássico entre Porto e Benfica foi em Ponte de Lima, na final de 2016
Último Clássico entre Porto e Benfica foi em Ponte de Lima, na final de 2016

O 9-2, assente numa entrada demolidora com cinco golos em nove minutos, é um dos resultados mais retumbantes das história recente dos quartos-de-final da Liga Europeia, encontrando apenas paralelo na diferença em 2012/13, quando o Benfica venceu o Noia por 7-0.

E, para encontrar uma equipa tão certeira como este Porto, é preciso recuar até 2012, quando numa Final Eight disputada em Lodi, o Valdagno (de Carlos Nicolía) marcou 11 e só sofreu cinco... do Benfica. Em 2012, o Benfica, então às ordens de Luís Sénica, mas já com Pedro Henriques, Diogo Rafael, João Rodrigues e Valter Neves, reagiria a nível interno, sagrando-se campeão nacional depois de um hiato de 13 épocas e colocando ponto final na maior série vitoriosa da História: o deca portista.

Muitos golos

Nos últimos Clássicos entre Porto e Benfica não têm faltado golos, o apelidado "sal" do desporto. A primeira mão dos quartos-de-final da Liga Europeia, com apenas cinco golos (3-2, com vitória encarnada) foi mesmo uma excepção, dado que não havia tão poucos golos desde o 3-2 (vitória do Porto) na recta final do Campeonato de 2013/14. E para ver um Clássico com menos golos é preciso viajar até 31 de Outubro de 2009, para um empate a duas bolas.

De resto, o tal "sal" tem surgido estado ao nível de uma hipertensão arterial quase fatal... Já esta temporada, houve oito golos (6-2) no Clássico da Luz para o Campeonato, mas o que dizer da pretérita temporada? O Porto - que chegaria ao triplete - venceu para a Supertaça por 13-7 e na segunda volta do Campeonato por 9-7, ao passo que o Benfica vencera na primeira volta por 8-4... numa média de estonteantes 16 golos por jogo.

Supertaça, em Setembro de 2016, teve 20 golos, dando o mote para uma época com 16 golos por jogo entre as duas equipas
Supertaça, em Setembro de 2016, teve 20 golos, dando o mote para uma época com 16 golos por jogo entre as duas equipas

E é com 16 golos que os encarnados podem encontrar a sua bandeira para contrapor a esta derrota (muito) recente por sete golos no Dragão. Mas é preciso recuar até 2002, quando o agora capitão encarnado Valter Neves era júnior no Paço de Arcos e Alejandro Edo, agora internacional sénior por Portugal, com apenas um ano de idade, ainda nem deveria sonhar um dia ser guarda-redes como o pai, Edo Bosch, que defendia as redes azuis-e-brancas. Aí, na segunda mão da Supertaça, há praticamente 16 anos, o Benfica vencia o Porto por 12-4.

Reus e Liceo, com interesse blaugrana

Se o Benfica "caiu" na Liga Europeia, mas certamente ia desconfiado de uma vantagem tangencial, já o Liceo terá confiado demasiado numa vantagem de três golos que muitos davam como decisiva.

Depois de uma vitória por 4-1 na Corunha, na primeira mão, a vantagem de "los verdes" estava anulada ao fim dos primeiros 25 minutos e, já sem capacidade de reacção perante um Palau d'Esports que encheu para "empurrar" o Reus, a equipa de Juan Copa acabaria por perder por 7-2.

O Reus de Jordi Garcia voltou a lançar o repto aos adeptos, mas - a seis pontos do líder Barcelona - está "longe" da luta pelo título. Já o Liceo joga para se manter na corrida à conquista da OK Liga, não podendo perder mais pontos. A dois do Barcelona, que nesta jornada se desloca a Alcoy (10º classificado), o Liceo já depende de um deslize blaugrana e, em caso da distância se tornar maior, é quase inverosímil que aconteçam dois nos sete jogos por disputar (contando a jornada deste fim-de-semana), quando os pupilos de Edu Castro têm sido tão pragmáticos como regulares.

Esta temporada, o Liceo venceu os dois duelos no Riazor... mas derrota de há uma semana pode ter deixado marcas
Esta temporada, o Liceo venceu os dois duelos no Riazor... mas derrota de há uma semana pode ter deixado marcas

Para lá dos jogos da Liga Europeia, Reus e Liceo encontraram-se na primeira volta da OK Liga, então com a vitória a sorrir ao Liceo por 3-2, num jogo em que "Dava" Torres e Raul Marin bisaram, com Miras a apontar o outro golo "liceale".

Sem confrontos na Supercopa ou na Copa del Rey, este será o quarto e último duelo entre as duas equipas esta temporada. Em 2016/17, os dois históricos tinham-se encontrado três vezes, numa realidade bem distinta. Para a OK Liga, o Reus (então de Enrico Mariotti) venceu nas duas ocasiões o Liceo (então de Carlos Gil): por 5-2 no Palau d'Esports e por 5-8 no Riazor. Antes, na Supercopa, o Liceo venceu por 1-2, numa vitória tangencial mas que valeu o título - o primeiro na História da prova - para a equipa galega.

AMGRoller Compozito

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