Porto e Benfica empatam (a sete!) e Sporting sobe à liderança
Porto e Benfica empataram no Dragão Caixa a sete e perderam ambos a liderança do Nacional da I Divisão para o Sporting.
Com uma única novidade nos cincos iniciais - com a entrada de Jordi Adroher em vez de João Rodrigues - a partida começou dividida, com um ligeiro ascendente azul-e-branco, mas cedo condicionado por uma azul a Hélder Nunes.
Aos três minutos, o capitão azul-e-branco foi penalizado por uma falta sobre Nicolía, e Adroher foi para a marca de livre directo. No entanto, os encarnados goraram a hipótese de contrariar a sina das partidas anteriores e se adiantarem no marcador, quer na bola parada quer nos dois minutos de vantagem numérica.
E, quando Hélder regressou da sua suspensão, trouxe força para rematar de muito longe e inaugurar o marcador... estavam decorridos seis minutos e meio de jogo. E, apenas um minuto volvido, Gonçalo Alves, solto, rematou colocado para o 2-0.
O Porto voltava a construir vantagem cedo e, com o Benfica a ir em busca do resultado, houve momentos em que se vislumbrou o avolumar no marcador. Por outro lado, a tentar imprimir velocidade no ataque, os encarnados também criavam boas oportunidades, e o golo surgiria... num lance feliz. Também de muito longe, Nicolía beneficiou de um desvio em Reinaldo Garcia para reduzir.
Abdicando do seu ataque sufocante, o Porto dava a iniciativa aos encarnados e procurava responder em ataques rápidos. Sem eficácia no ataque, o Benfica veria o Porto dilatar depois de um azul a Miguel Rocha - num "carrinho" - a oito minutos do intervalo. Hélder Nunes não converteu o respectivo livre directo - e até recolheu aos balneários tocado -, mas a sua equipa não se desconcentrou em momento de "powerplay" e Rafa fez o 3-1 com que se iria para o descanso.
No reatamento, o Porto regressou mais perigoso e aos três minutos e meio Gonçalo Alves "ganhou" uma grande penalidade. Mas não concretizou o tento que poderia definir desde logo o jogo. Que ficou relançado num ápice.
Aos cinco minutos, numa inusitada picadinha, a entrar com muito espaço pela direita, Valter Neves reduziu para a margem mínima. E, no lance seguinte, mais facilidades e Nicolía serviu Adroher para o 3-3 que deixava tudo como no início. Mas seguramente com estados de espírito distintos...
O Porto acusou os golos sofridos e somou falhas no ataque... e na defesa. O Benfica crescia animicamente e aos dez minutos, Miguel Rocha, entrado instantes consumava a reviravolta.
Depois de um desconto de tempo, o Benfica parecia querer gerir as operações, mas, num jogo que começava a ganhar contornos de loucura, Hélder Nunes restabeleceria o empate, num remate de baliza a baliza! Respondeu o capitão encarnado ao capitão azul-e-branco... Valter Neves fez o 4-5 minuto e meio depois, a 11 minutos do final.
Voltou o Porto a ir atrás do resultado e a oito minutos e meio do fim, João Rodrigues cometeu grande penalidade sobre Rafa, dando nova oportunidade de castigo máximo para Gonçalo Alves. O melhor marcador dos dragões não conseguiu novamente transformar, mas Pedro Henriques perdeu a noção de onde estava a bola e Gonçalo marcou na recarga, para novo empate... agora a cinco.
Um minuto depois, o marcador mantinha um empate, mas então com seis golos para cada lado, depois de Adroher transformar de livre directo (10ª falta dos dragões) e Hélder Nunes marcar num lance de insistência.
O Benfica estava à beira das 10 faltas e a "maldita" (para os encarnados) ou "desejada" (para os azuis-e-brancos) cairia a pouco mais de três minutos do final. Pedro Henriques negou novamente o golo a Hélder Nunes, mas Jordi Adroher vira o azul por protestos, deixando a sua equipa em inferioridade. O Benfica não trabalhou bem e a bola sobrou para Jorge Silva fuzilar o guardião encarnado para nova vantagem, que o Porto não tinha desde os instantes iniciais desta etapa complementar.
A vantagem, a dois minutos e meio do fim, com todo o peso de uma tradição favorável aos dragões, parecia decisiva. Mas depois de empates a três, quatro, cinco e seis... ainda haveria empate a sete. João Rodrigues, aproveitou uma bola solta na área de Carles Grau, e com pouco mais de um minuto para jogar e apenas a uma mão, fez o golo do (relativo) contentamento encarnado. O empate não permite a nenhuma das equipas sorrir, mas o Benfica - que perdia no Dragão desde a última vitória, em Dezembro de 2014 - garante vantagem sobre o Porto no confronto directo.
Neste Clássico, o Porto alinhou com Carles Grau, Hélder Nunes (3 golos), Reinaldo Garcia, Gonçalo Alves (2) e Rafa (1), tendo entrado ainda Ton Baliu, Jorge Silva (1) e Telmo Pinto. O Benfica começou com Pedro Henriques, Valter Neves (2), Diogo Rafael, Carlos Nicolía (1) e Jordi Adroher (2), entrando a partir do banco João Rodrigues (1) e Miguel Rocha (1). Hélder Nunes, Miguel Rocha e Adroher viram o cartão azul.
Sporting é líder
No João Rocha, perante um Paço de Arcos desfalcado das principais referências (André Centeno e Gonçalo Nunes estão cedidos pelos leões), o Sporting não sentiu dificuldades em levar de vencida o Paço de Arcos.
Ao intervalo, o Sporting já vencia por 6-0, para um resultado final de 13-2. Toni Perez, depois de dois golos nas "meias" da Liga Europeia, voltou a estar em destaque, apontando cinco golos, com João Pinto, Ferran Font, Caio e Vítor Hugo a bisarem. Tiago Gouveia e Nelson Ribeiro marcaram os tentos da equipa da Linha.
A goleada, para além dos três pontos, terá também exorcizado alguns fantasmas do jogo entre as duas equipas que marcou a pretérita temporada dos leões, com uma falta de comparência averbada por inscrição indevida de Zé Diogo na ficha de jogo. É que os leões são agora líderes quando faltam "apenas" três jornadas para o fim do Campeonato. E que jornadas...
O que falta jogar
O título está totalmente em aberto para Sporting, Benfica e Porto, sendo que os dragões - vigentes campeões nacionais - dependem de deslizes dos rivais.
Já na próxima semana há dérbi na Luz, entre Benfica e Sporting. Depois, o agora líder Sporting recebe o Porto e fecha em Oliveira de Azeméis.
Já o Benfica pode dar um passo significativo rumo ao título no próximo sábado, quando receber o Sporting. Se vencer e passar para a frente, terá depois de segurar a liderança na pista do Infante Sagres e, na derradeira jornada, na Luz, frente ao Grândola. Infante e Grândola são os dois últimos da classificação.
Na próxima ronda, o Porto volta a jogar no Dragão, recebendo a Oliveirense, deslocando-se depois ao João Rocha já conhecedor do desfecho do dérbi uma semana antes. Na última jornada, os dragões recebem o Infante Sagres.
Sábado, 19 de Maio de 2018, 17h