Sporting vence Porto e é campeão!
O Sporting sagrou-se campeão nacional 30 anos depois, somando o oitavo título da sua história.
O título foi garantido em casa - própria, depois de anos de "casa às costas" - com uma vitória sobre o Porto por 4-3, suficiente para garantir matematicamente a conquista quando ainda fica a faltar disputar uma jornada.
O Sporting surpreendeu na abordagem ao jogo, iniciando a partida com Ferran Font e Toni Perez. Perez nem sequer jogara na Luz, por opção táctica, como frisaria no final Paulo Freitas. Mas agora a táctica era diferente...
Com Caio além de Font e Perez - e Platero na retaguarda, como o mais próximo escudeiro de Girão - o Sporting impedia o Porto de entrar no seu vendaval ofensivo, habitual no arranque das partidas. Ainda não estavam cumpridos cinco minutos quando Caio "dançou" na frente de Hélder Nunes e rematou rasteiro para o fundo da baliza à guarda de Carles Grau. Logo no minuto seguinte, Caio deu o corpo a um remate e teve de sair, entrando Henrique Magalhães.
A ganhar, o Sporting estava como queria, a fechar bem e com posses de bola longas, mas, sem a predisposição marcadamente defensiva preparada para a Luz, o perigo rondava mais vezes a baliza de Ângelo Girão. E, a três minutos do intervalo, Hélder Nunes encontrou uma bola perdida à entrada da área e rematou para o fundo das redes, para o empate.
Paulo Freitas lançou então Vítor Hugo, melhor marcador dos leões, mas o resultado não se alteraria até ao intervalo.
A primeira parte fechara com apenas sete faltas (cinco para o Sporting e duas para o Porto), mas a segunda começou com um cariz totalmente diferente. As equipas apresentaram-se com os seus cincos iniciais, à excepção da troca de Hélder Nunes por Ton Baliu, mas de forma mais agressiva a procurar roubar a bola. Com três minutos, o Sporting chegava às oito faltas. E, aos seis minutos, o Porto já fizera mais quatro faltas que em toda a primeira parte.
O Sporting era particularmente crítico das decisões da equipa de arbitragem (José Pinto e Rui Torres), com essas críticas a culminarem num golo anulado a Toni Perez, pouco depois dos seis minutos. O asturiano insistiu junto a Carles Grau, acabando mesmo por introduzir a bola na baliza, mas José Pinto já assinalara golpe duplo.
Irreverente, Toni Perez veria o azul aos nove minutos, por falta sobre Jorge Silva. Hélder Nunes, como noutros confrontos anteriores, não conseguiu desfeitear Girão, mas o Porto ficava com dois minutos de superioridade numérica para explorar. O primeiro minuto foi sufocante, com vários remates dos dragões, que prontamente recuperavam a bola. Os leões souberam, sofrer, e "sobreviveram". O momento foi efusivamente celebrado, tanto que, em pé, Girão quase era surpreendido... Mas, no plano anímico, o Sporting ganhava pontos. E, a 12 minutos do final, Pedro Gil, entrado instantes antes, rematou de meia distância com toda a crença e fez o 2-1.
A equipa de Paulo Freitas voltava a estar na sua "praia". Em vantagem e a defender bem fechado, o Sporting jogava pela certa, controlando à zona. Depois da oitava falta, aos três minutos da segunda parte, a nona só cairia aos 20... quando o Porto já tinha 14 faltas.
Pelo meio, "caiu" a 10ª falta da equipa de Guillem Cabestany. A oito minutos do final, Font não desperdiçou o livre directo e bateu o ex-colega "vigatan" Carles Grau para o 3-1. O jovem catalão já não tremera quando estava 3-3 na Luz e voltou a não tremer. Estando nos 13 pré-seleccionados de Alejandro Dominguez, Ferran Font terá assim garantido um lugar nos 10 que irão à Corunha em representação da selecção espanhola.
A vantagem de dois golos, quando o empate até não era mau de todo (embora não chegasse para garantir desde logo o título), inspirava confiança nos adeptos leoninos. Mas os adeptos dos dragões, também em grande número no João Rocha, não deixavam de acreditar nos ainda campeões nacionais. E, a quatro minutos e meio do fim, Gonçalo Alves justificou essa fé, ao rematar de meia distância para o 3-2.
Houve, por um instante, silêncio do lado dos leões. Depois, em crescendo, surgiram os aplausos...
O Porto foi em busca do empate. E tal ser-lhes-ia fatal. Em contra-ataque, Pedro Gil ficou cara-a-cara com Grau e fez o seu segundo à equipa onde mais títulos conquistou, elevando o marcador para 4-2. A vantagem de dois golos era reposta menos de um minuto depois e agora faltavam menos de quatro para jogar.
Os dragões pressionaram e remataram, mas Matías Platero e Henrique Magalhães numa primeira linha e Ângelo Girão como último obstáculo, goravam todas as intenções dos adversários. Já nos dois minutos finais, o Sporting chegou à 10ª falta.
Rafa ainda falou com o seu capitão para ver quem marcava, mas seria mesmo Hélder Nunes a tentar... perdendo novo duelo com Girão. E, não só Hélder não marcou, como na jogada seguinte fez a 15ª falta da sua equipa. Desta feita, Font não marcou, mas o tempo corria a favor dos verde-e-brancos. Tanto que se distraíram e Rafa aproveitou para reduzir, fazendo perigar a vitória verde-e-branca. Mas, novamente focados, a vitória no jogo e no Campeonato já não fugiria.
Campeões
Com o oitavo título de campeão nacional, o Sporting iguala o Paço de Arcos (campeão sob duas designações). No topo da lista de número de vitórias continuam Benfica, com 23, e Porto, com 22. Sintra (com quatro títulos), Óquei de Barcelos, Futebol Benfica e GD Lourenço Marques (todos com três) e CACO, CF Lourenço Marques, CUF e Valongo (todos com um) completam a lista de campeões.
Domingo, 3 de Junho de 2018, 0h17