«Uma alegria imensa... estou nas nuvens»
Paulo Freitas surgiu na sala de imprensa, após a vitória sobre o Porto e consequente conquista do Campeonato Nacional, completamente encharcado dos "banhos" de celebração... que ainda não tinham terminado.
Enquanto a sala não era "invadida" para mais duas "enxurradas" sobre Paulo Freitas, o treinador do Sporting foi recusando o protagonismo que lhe era apontado. "Fizemos um grupo muito forte", rechaçou, destacando como cada um aceitou o seu papel em cada um dos jogos.
O treinador deu o exemplo de Toni Perez e Vítor Hugo. O asturiano não jogou na Luz, mas foi titular frente ao Porto, enquanto o internacional português foi importante no dérbi com o Benfica, mas teve poucos minutos frente aos dragões. "Os jogadores têm de perceber que o 'eu' é o clube", explicou, garantindo que passou a mensagem. "Quando alguém pode ter a veleidade de falar no 'eu', logo outros aparecem a dizer 'nós, nós, nós'", afirmou.
Dados os ingredientes para a receita que se revelou de sucesso, seguiu-se o modo de preparação. "Não podíamos ter momentos de euforia, nem momentos de depressão", frisou, lembrando as derrotas complicadas de (di)gerir para a Taça de Portugal e a Liga Europeia. Mas lembrou também momentos importantes, como a vitória frente ao Benfica. "Saímos vivos da Luz", enfatizou, lembrando que eram só três pontos.
E Paulo também sairia "vivo" de mais um banho, com o "ataque" liderado pelo capitão João Pinto. E de outro, com Ângelo Girão a encabeçar um segundo grupo.
Instado depois a comentar as declarações de Guillem Cabestany, de que fora uma das exibições menos conseguidas dos dragões (na verdade, o técnico catalão disse que não foi das melhores), recordou os embates anteriores - quatro entre Campeonato, Taça, Liga Europeia e Elite Cup - com o Porto... e perderia mesmo a sua habitual tranquilidade em defesa dos seus jogadores.
"Ficava-lhe bem valorizar a vitória do Sporting", referiu sobre as declarações de Cabestany. "Ele encontrou foi um Sporting a querer ganhar, um Sporting a querer ser campeão, e é preciso ter a humildade de reconhecer isso", clamou, recordando palavras que jurou não esquecer. "Disseram-me aqui na Taça de Portugal: 'não ganhaste hoje, nunca mais ganhas'". Mas ganhou.
Mais calmo, descreveu "uma alegria imensa". "Estou nas nuvens, muito grato pela oportunidade que me deram de trabalhar aqui, neste clube", regozijou-se. E, com a vitória chegou o momento de descanso dos guerreiros. O técnico anunciou folga, sem treinos domingo, segunda, terça ou quarta. "Os jogadores só regressam ao trabalho na próxima quinta-feira", declarou, tendo em vista a última partida, já sem nada em jogo, frente à Oliveirense.
Questionado sobre onde estava há 30 anos, aquando do último campeonato leonino, Paulo Freitas lembrou que era guarda-redes... do Porto.
No momento mais alto de uma caminhada de leão ao peito que vem desde Março de 2014, Paulo Freitas falou sobre a decisão de ingressar no Sporting quando estava a trabalhar no Barcelos. "Foi uma decisão pensada em família, mas que se arrastou durante algum tempo, até porque na altura eu tinha um conjunto de jogos no Óquei de Barcelos que queria fazer e só depois de deixar a equipa apurada para a Final Four [da Taça CERS] é que me passava pela cabeça sair", recordou, abordando também a preparação desta temporada no final da anterior e os momentos ingratos de comunicar as dispensas. "Nunca foram decisões contra ninguém, foram sempre decisões a favor do Sporting", frisou.
Quinta-feira, 7 de Junho de 2018, 23h42