Eficácia dita 17ª conquista da Espanha
A Espanha conquistou este sábado o seu 17º título europeu ao bater Portugal por 6-3 na final do 53º Campeonato da Europa.
Com um Riazor bem mais composto que nos dias anteriores, e com muitos portugueses a "subirem" à Corunha, Espanha e Portugal encontraram-se para mais um Clássico, mais uma decisão.
Portugal entrou forte, rápido sobre a bola, a tentar desfeitear Sergi Fernandez desde cedo. E, logo aos três minutos, Gonçalo Alves inaugurou o marcador, dando ainda mais alento ao cinco lançado por Luís Sénica. Mas o factor que o seleccionador português apontou como decisivo - a eficácia - começou a ficar vincado desde cedo. Aos seis minutos, Jordi Adroher fez o empate, num desvio na área e, minuto e meio depois, Pau Bargalló serviu Font a meia (mais para o alta que meia...) altura para a reviravolta.
Nos 89 segundos que mediaram os primeiro e segundo golos espanhóis, João Rodrigues atirou ao poste e Portugal ganhou uma grande penalidade que Gonçalo Alves não conseguiu converter e, na recarga, a bola voltou a ir caprichosamente ao poste. Na resposta ao golo, foi a vez de Diogo Rafael acertar no poste, voltando a ecoar o ingrato som metálico dos postes da baliza à guarda de Sergi Fernandez.
Portugal tinha uma dinâmica atacante que a Espanha não conseguia conter, confessaria mais tarde Alejandro Dominguez, agradecendo ao seu guarda-redes, que o acompanhou à conferência de imprensa. Mas se a selecção espanhola não desarmava Portugal, seria o desalento a consegui-lo... Aos 14 minutos, Ferran Font viu azul por falta sobre Henrique Magalhães, gerando-se um "sururu" - próprio da intensidade do jogo - entre os dois jogadores, rivais de selecções mas companheiros no Sporting... sanado pelo também leão Ângelo Girão. Hélder Nunes avançou para a tentativa de conversão do livre directo, mas desperdiçou. E Portugal desperdiçou os dois minutos de powerplay que se seguiriam.
A Espanha cresceu em confiança e pôs cobro ao domínio português, detendo a corrente atacante lusa que Rafa fazia por tentar manter viva. Mas sem a eficácia que se procurava.
A quatro minutos do intervalo, Edu Lamas, um dos melhores neste Europeu, teve mais uma arrancada individual e finalizou para o 3-1 com que se chegaria ao intervalo. Um resultado duro para o que os portugueses tinham conseguido, uma recompensa merecida para Sergi Fernandez pela forma como segurou a sua equipa em jogo.
Na segunda parte, Portugal não se conseguiu reencontrar perante uma Espanha a respirar confiança, com um apoio das bancadas que nem é habitual nos grandes palcos. Aos sete minutos, Bargalló voltou a servir a meia altura para o coração da área, onde surgiu desta feita Alabart a finalizar, para desespero de Ângelo Girão com as facilidades concedidas. Menos de três minutos depois, o capitão Pau Bargalló explorou essas mesmas facilidades... "Passeou" junto da área portuguesa e colocou o remate onde quis, para um 5-1 que, apesar dos mais de 15 minutos para jogar, selava o destino do encontro. E do Campeonato.
João Rodrigues ainda conseguiu reduzir, de livre directo (após azul a Bargalló), e voltaria a ter nova oportunidade volvido minuto e meio, na décima falta espanhola, mas não conseguiria encurtar mais distâncias.
Portugal nunca deixou de procurar o golo, mas faltava crença de que Sergi pudesse ser batido. A forma fácil como "Xenxo" anulava os remates dos portugueses era desconcertante...
Com a baliza fechada a sete chaves, os espanhóis geriam a posse de bola em ataque, sem forçar mais do que o passar dos minutos. A nove minutos do fim, numa "sapatada" em alguma letargia, Ferran Font - o único jogador de pista desta selecção que não esteve no Mundial da China - fez de meia distância o 6-2 que extinguia por completo uma esperança lusa que já estava em vias disso.
No conjunto português já entrara Vítor Hugo e ainda entrou Daniel Oliveira ("Poka"), mas já nada alteraria o rumo dos acontecimentos. A festa espanhola começaria após o terceiro tento português, com pouco mais de um minuto para jogar, mostrando que tal em nada beliscava uma segunda parte autoritária, a justificar o título.
Segunda-feira, 23 de Julho de 2018, 7h46