Espanha campeã, 12 anos depois
A Espanha venceu a Itália por 3-2 e sucedeu a Portugal como campeã da Europa de Sub-20.
Com Portugal relegado para terceiro lugar pela primeira vez desde 2002, Espanha e Itália defrontaram-se na partida decisiva do Europeu que se realizou desde dia 17 em Viana do Castelo.
Depois de, na primeira fase, no primeiro duelo entre as duas selecções, os espanhóis terem chegado ao intervalo a vencer por 6-0, as cautelas de Massimo Mariotti foram necessariamente diferentes. A Espanha tinha mais posse de bola e visava várias vezes a baliza de Zampoli, mas o grupo transalpino estava coeso e focado.
E, pela sua figura maior, os italianos chegariam à vantagem. Aos nove minutos, o letal Francesco Compagno (“Checco”), numa picadinha e em voo, bateu Pol Ferrer para o tento inaugural da final. Checco é sinónimo de golos, mas foi muito mais do que isso nesta final. Defendeu, distribuiu jogo, liderou em pista. Uma impressionante mostra de vitalidade de quem, há três meses vira o sonho de estar no Europeu sénior desfeito por um pequeno problema cardíaco, entretanto ultrapassado.
A Espanha estava em busca do empate, mas não mostrava argumentos para ultrapassar a muralha transalpina e importunar - verdadeiramente – Zampoli. O empate chegaria num remate de meia pista, numa acção useira e vezeira nas diferentes selecções do país vizinho, com o guarda-redes italiano tapado por uma miríade de pernas pelo caminho. Luis Ricart repunha a igualdade a quatro minutos do intervalo.
A segunda parte começava com tudo em aberto, mas com uma grande penalidade para Itália logo no primeiro minuto. Mariotti quis surpreender e ordou a Ardit que assumisse a marcação, mas a audácia de não pôr a responsabilidade no habitualmente eficaz Compagno não resultou.
Continuava a Espanha a mandar – com a permissão de Itália – no jogo. E aos oito minutos e meio, numa arrancada desde a sua meia pista, Aleix Domenech, maestro no jogo de “La Roja”, virou o resultado. Que podia quase de imediato ter sido dilatado, mas Alex Joseph mostrou que a falta de eficácia de bolas paradas da véspera não estava ultrapassada. O agora jogador do Barcelona, ex-companheiro de Alexi Domenech na extraordinária fornada do Arenys de Munt – também de Arnau Anglas e Miki Grau - falhou de grande penalidade. Tal como Nil Gamissans, um minuto depois.
Os dois lances geraram muitos protestos no banco italiano, principalmente pela dualidade de critérios. Os protestos estender-se-iam a uma acesa discussão, já finalizado o jogo, na sala de imprensa, entre o adjunto Antonio Caricato e o dirigente do Comité Europeu, o também italiano Cesare Ariatti, tocando também a nomeação dos menos cotados Lars Niestroy (Alemanha) e Roland Eggimann (Suíça).
Sem que a Espanha “matasse” o jogo, aos 12 minutos desta etapa complementar, voltava tudo ao início. Sem perder o foco, apesar de uma admoestação verbal, Checco Compagno foi chamado à transformação do livre directo relativo à 10ª falta espanhola e não perdoou, fazendo o 2-2 que, apesar da selecção de Sergi Macià se mostrar mais forte, não deixava de ser justo.
Só que esta onda “roja”, de uma dinâmica e intensidade um nível acima das demais, dificilmente não redunda em vitórias. A 10 minutos do final, Pol Manrubia fez o 3-2 que perduraria até ao derradeiro apito da prova, fazendo “explodir” a selecção espanhola num triunfo que lhes escapava desde 2006.
Os transalpinos, naturalmente devastados, têm motivos para sair de cabeça bem erguida, mostrando mais uma geração que promete devolver a “squaddra azzurra” aos títulos. Em Sub-20, o último já data de 1991, somando sete vice-campeonatos desde aí…
Este foi o 24º título de Espanha na prova, afastando-se dos 19 de Portugal e dos oito conquistados por Itália.
Domingo, 23 de Setembro de 2018, 9h57