«Estes jogadores merecem estar no lugar que estão»

«Estes jogadores merecem estar no lugar que estão»

O Óquei de Barcelos recebe este sábado, no Municipal de Barcelos, o Benfica, num dos grandes Clássicos da modalidade.

À sétima jornada, o Barcelos tem mais um ponto do que o Benfica na classificação e, mais do que isso, lidera – a par do Sporting – sem derrotas.

Jogo entre Barcelos e Benfica é às 21h30, com arbitragem de Rui Torres e José Pinto, e terá transmissão no Facebook garantida pela W Sports.

Paulo Pereira chegou a Barcelos em Março de 2017 para suceder a Paulo Freitas, com quem agora divide a liderança do Campeonato. Terminaria essa temporada em quinto, depois de garantir a segunda Taça CERS consecutiva do clube, a terceira na sua história.

Para a temporada seguinte, a pretérita, Paulo Pereira perdeu figuras como Reinaldo Ventura, Luís Querido ou Miguel Vieira (e até Alvarinho, que regressou esta época), mas ainda assim logrou um sexto lugar apenas a um ponto do quinto do Valongo.

Alvarinho, com nove golos, só é superado no Campeonato por Gonçalo Alves, que tem 11
Alvarinho, com nove golos, só é superado no Campeonato por Gonçalo Alves, que tem 11

Neste último defeso, a aposta foi em jovens campeões do Mundo. Alvarinho, campeão do Mundo de Sub-20 em 2015, Gonçalo Nunes, campeão de 2015 e 2017, e Gonçalo Meira, ouro em 2017, chegaram e não tardaram em impor a sua marca. Alvarinho e Nunes, ambos cedidos pelo Sporting, são, com nove e sete golos, os dois melhores marcadores de uma equipa que tem, a par do Porto, o melhor ataque do Campeonato, com 29 golos.

A pecha barcelense é na defesa… Os 20 golos sofridos só são ultrapassados por quatro das outras 13 equipas da principal prova nacional.

Percurso

Na I Divisão, o Óquei de Barcelos – que festejou o título nacional em 1993, 1996 e 2001 – soma dois empate e quatro vitórias nas seis jornadas já disputadas.

A “coisa” até parecia não começar bem. O Óquei empatou a quatro na recepção ao recém-promovido Riba d’Ave na jornada inaugural e a cinco na ronda seguinte, numa deslocação a Valongo em que deixou escapar uma vantagem de quatro golos. Mas depois vieram as vitórias. Quatro seguidas. Em casa, vitórias tangenciais sobre Turquel (3-2) e Juventude de Viana (5-4), e fora, na Linha de Cascais, ao Oeiras (3-6) e, na última quarta-feira, ao Paço de Arcos (2-6).

Rúben Sousa
Rúben Sousa

Os três pontos na última jornada foram garantidos ainda na primeira parte, com um parcial de 1-5 a afastar o fantasma de uma falta de comparência em França para a Taça WSE, que já fez correr muita tinta e promete fazer correr ainda mais.

“Foi mesmo apenas uma viagem a França. Foi uma viagem em que só fomos lá perder tempo, gastar dinheiro, e acumular cansaço, mas isso está ultrapassado”, referiria Paulo Pereira no final do jogo com o Paço de Arcos.

Joca e Zé Pedro são, a par de Hugo Costa, as referências dos escalões de formação do emblema minhoto
Joca e Zé Pedro são, a par de Hugo Costa, as referências dos escalões de formação do emblema minhoto

“Agora temos de nos focar no Campeonato. Foi isso que os meus jogadores encaixaram bem e ficou demonstrado aqui, hoje, dentro do rinque, que a Taça WSE já passou à história”, relativiza, sobre uma “guerra” que ainda não está perdida. “O Barcelos protestou e, portanto, vamos esperar pelo resultado do protesto, mas isso fica agora para a Direcção. A nós, compete-nos dentro de rinque, no Campeonato, fazer o melhor possível e, se o melhor possível puder ser com três pontos, é o que nós queremos”, assegura.

Ricardo Silva, o único do plantel barcelense que já representou a equipa principal das águias (Gonçalo Nunes esteve na formação), procura ser garante defensivo de uma equipa virada para o ataque
Ricardo Silva, o único do plantel barcelense que já representou a equipa principal das águias (Gonçalo Nunes esteve na formação), procura ser garante defensivo de uma equipa virada para o ataque

Nas próximas quatro jornadas, em menos de um mês, defronta Benfica (este sábado), Oliveirense (dia 8) e Porto (22), depois dos dragões regressarem da Intercontinental. Pelo meio vai a Tomar (5) e até pode jogar nas competições europeias, dependendo da decisão do comité europeu sobre o protesto apresentado.

Para já, o adversário é o Benfica, cujo percurso no Campeonato está manchado por uma derrota no Minho, em Braga, por 6-3. “Quem conhece o treinador do Barcelos, sabe que o treinador do Barcelos joga com qualquer equipa para ganhar. Portanto, é esse o nosso objectivo. Contra o Benfica, é jogar para ganhar”, vinca. “Respeitamos todos os adversários igual. Vamos respeitar o Benfica como respeitámos hoje o Paço de Arcos. São todos adversários fortíssimos, todos merecem respeito”, ressalva.

Miguel Vieira visitará o Municipal de Barcelos com a camisola do Benfica pela segunda vez, depois de ter conquistado duas Taças CERS pelos barcelenses
Miguel Vieira visitará o Municipal de Barcelos com a camisola do Benfica pela segunda vez, depois de ter conquistado duas Taças CERS pelos barcelenses

E, apesar de pensar jogo a jogo, já se vislumbra o complicado calendário. “Sabemos que começam agora as maiores dificuldades. Adversários com outro valor, com outros objectivos no Campeonato, mas o nosso objectivo é ir para dentro do rinque, dignificar a camisola que vestimos e tentar conquistar os três pontos”, reitera.

«Remember, remember, the 31st of May»

A actual classificação do Óquei de Barcelos, ainda numa fase muito prematura da temporada, lembra a campanha do Valongo em 2013/14, em que, sob o comando de Paulo Pereira se escreveu história com um título inédito, vivida de muito perto, por exemplo, por Alvarinho, então ainda muito (mais) jovem.

Paulo Pereira logrou pelo Valongo um título que, desde 1973, não é senão de Porto (22 vezes), Benfica (12), Sporting (7)… e Barcelos (3)
Paulo Pereira logrou pelo Valongo um título que, desde 1973, não é senão de Porto (22 vezes), Benfica (12), Sporting (7)… e Barcelos (3)

Mas, para o técnico, as semelhanças são poucas. “Só se for pela classificação agora... se acabasse agora, era...”, suspira. “Não podemos ir por aí. Nesse tempo eram outros jogadores. Não vou dizer que são melhores ou que são piores, são jogadores diferentes agora. Os outros eram jogadores diferentes”, reforça, sem conseguir disfarçar a vontade de repetir o feito, ainda que tal pareça impossível. Como parecia àquele Valongo.

“Não gosto de comparar, gosto é de viver do presente e, no presente, temos de ir para dentro do rinque e, mais uma vez volto a dizer, dignificar a camisola e dar tudo lá dentro. Estes jogadores merecem, também por aquilo que trabalham durante a semana, estar no lugar que estão”, remata.

AMGRoller Compozito

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