«Espero um jogo difícil»
Ultrapassado o Riba d’Ave a meio da semana, com uma vitória por 7-2 apesar de ao intervalo se registar uma vantagem ribadavense de 1-2 –, o Benfica começou a pensar na deslocação a Valongo.
O Valongo ocupava, à partida para esta nona jornada, o nono lugar, em igualdade pontual com a Juventude de Viana (8º), num arranque de campeonato em que regista duas vitórias, dois empates e quatro derrotas.
Desde a derrota por 4-3 em 2013/14 – numa temporada que terminaria com o histórico titulo dos valonguenses – que o Benfica não perde no Municipal, mas os jogos são tradicionalmente divididos. Em 2014/15, os encarnados venceram por 3-5. Seguiu-se um tangencial triunfo das águias por 4-5 em 2015/16 e, na excepção que confirma a regra, um dilatado 2-7 e 2016/17. No entanto, repondo a “normalidade”, o confronto na pretérita temporada terminou num empate a dois.
“Qualquer equipa complica ‘mais’ a tarefa do Benfica, porque a motivação de jogar contra o Benfica é muito grande”, começa por afirmar Pedro Nunes, sobre se o percurso modesto – quiçá na perspectiva de expectativas de terceiros demasiado altas - do Valongo pode ser uma dificuldade acrescida. E o técnico encarnado recusa um mau momento do Valongo. “O Valongo este ano está mais abaixo?”, questiona, deixando um desafio. “Compara o Valongo das duas últimas épocas… não é uma equipa que comece bem o campeonato”, refere.
Desafio aceite, procurámos as oito primeiras jornadas das duas últimas temporadas.
Em 2016/17, à oitava jornada, o Valongo somava também oito pontos, perdendo também com Juventude de Viana e Sporting no Municipal (como nesta temporada), mas também na Luz e em Barcelos.
Na pretérita temporada, à oitava jornada, o Valongo registava mais um ponto, resultante de três vitórias, mas cinco derrotas. No entanto, dessas, quatro foram em Oliveira de Azeméis, Barcelos, Luz e João Rocha. E a outra, no Municipal, foi com o Porto…
Esta temporada, o Valongo ainda só defrontou o Sporting (derrota por 1-2) dos crónicos candidatos e recebeu o Barcelos (empate a cinco) e está numa série de três jogos sem ganhar. Naturalmente, a recepção ao Benfica, com um público sempre entusiasta, será a melhor maneira de mudar o rumo dos acontecimentos.
Algo que, mais cedo ou mais tarde, Pedro Nunes não duvida que acontecerá. “É uma equipa que acaba no lugar que lhe pertence por direito, imediatamente a seguir aos teóricos quatro candidatos ao título. Acho que este ano não vai fugir à regra”, considera.
E justifica. “O Valongo tem qualidade, é muito bem orientado, é um clube de hóquei. Tem ambiente, tem a força dos seus adeptos, e por isso espero um jogo difícil no domingo”, vaticina. “Não olho para a tabela classificativa para preparar jogos. Muito menos em Valongo, onde sabemos que o Benfica experimenta sempre grandes dificuldades”, recorda.
Este domingo, para além da deslocação do Benfica a Valongo, há também a recepção do líder Sporting ao Braga. A desvantagem de três pontos das águias para os leões é, para já, desvalorizada. “Importante é olharmos para cada jogo e pensarmos que os três pontos que estão em disputa têm de ser nossos. É esse o foco semanal e esta semana temos dois jogos”, frisa, referindo-se aos encontros com Riba d’Ave – já cumprido com a conquista dos três pontos - e Valongo. “É evidente que gostávamos de estar à frente, mas mais do que gostar de estar à frente agora, é chegar ao final em primeiro”, constata.
É Natal…
Depois de algumas temporadas com um mês de Dezembro (e início de Janeiro) mais intenso, o calendário desta temporada é “mais folgado”… “É Natal...”, graceja o técnico encarnado na comparação com outros anos.
Mais a sério, Pedro Nunes aponta ao planeamento federativo. “Essencialmente obriga a um planeamento diferente, porque o planeamento da federação também é diferente do planeamento dos anos anteriores. Não tem só a ver com o calendário competitivo. Tem a ver com a calendarização. Se não estou em erro, vamos parar duas ou três semanas... é diferente”, indica. Recorde-se que, na temporada transacta, o Benfica jogou com o Porto numa jornada a 30 de Dezembro. Este ano, o Campeonato tem jornada a 15 de Dezembro e depois só a 5 de Janeiro.
“Vamos ter de olhar para o trabalho de uma forma diferente, mas até ao Natal ainda há muito jogo para fazer. Ainda temos mais três jogos para efectuar... Valongo, Turquel e Oeiras, porque antecipámos a jornada com o Oeiras”, assinala, sendo que os encarnados recebem a equipa da Linha a 20 de Dezembro e só voltarão à pista para jogar a 12 de Janeiro.
“Vamos olhar para isso com toda a atenção e preocupação que se exige. Agora não escondo que é uma paragem demasiado extensa, na minha opinião”, reitera, apesar da antecipação do jogo com o Oeiras resultar num interregno de 23 dias em vez dos 21 previstos no calendário.
Nesta quadra, faltará qualquer coisa. “Vai faltar o calor dos jogos grandes na altura do Natal, mas também, no passado, já os tivemos na altura da Primavera... portanto... é o calendário, é jogar”, conclui.
Domingo, 9 de Dezembro de 2018, 11h01