Argentinos 'aditivados'

Argentinos 'aditivados'
Foto: Luis Ramirez @ World Skate America

A Taça Intercontinental tem a particularidade de permitir às equipas sul-americanas, cuja temporada a nível nacional já terminou, reforçarem-se pontualmente. E os argentinos não se fazem rogados.

A equipa feminina do Concepción, coroada campeã sul-americana no Recife em Agosto de forma inequívoca, abdicou de mais reforços. Dario Giuliani já tem às suas ordens, por exemplo, Maria Luciana Agudo (“Luchi”), Pamela Burgoa, Florencia Felamini, Eliaana Vera ou a guarda-redes Anabella Flores, todas presentes no recém-termina (com vitória albiceleste) Pan-Americano.

Concepción, com cinco recém-coroadas campeãs Pan-Americanas, abdicou de mais reforços
Concepción, com cinco recém-coroadas campeãs Pan-Americanas, abdicou de mais reforços

Já no Andes Talleres, havia espaço para melhorar… e chegaram nada menos que três reforços. Yanina Defeliche (Atlético Palmira) e Adriana Soto (Maipú/Giol) foram anunciadas em definitivo e deverão defender o emblema andino em 2019, mas chega também Jimena Ortiz (UVT) como reforço apenas para esta Intercontinental.

A equipa de Ariel Romero posiciona-se assim para tentar bater o pé ao Gijón, que tem nas suas fileiras Julieta Fernandez, ex-jogadora do Andes Talleres. Para isso conta também com Valentina Fernandez, que, com Adriana Soto, foi recém-coroada no Pan-Americano, e Agustina Fernandez, irmãs de Julieta.

Cinco reforços que davam uma equipa candidata

No masculino, os cinco reforços distribuídos por Leonardo Murialdo e Concepción davam, só por si, uma equipa de respeito: Avriel Svriz na baliza, Exequiel Tamborindegui, Julián Tamborindegui, Emiliano Romero e Carlos López.

O mais sonante de todos os reforços será sem dúvida Carlos López, que já venceu a prova por Liceo, Barcelona e Benfica. Acabado de capitanear a Argentina à conquista do Pan-Americano, “Carlitos” representará o Concepción de David Páez, com quem ganhou, por exemplo, o Campeonato do Mundo de 1999 e 2015 e a Taça Intercontinental, em 2006 e 2008, ao serviço do Barcelona.

De resto, David Páez, que há poucos dias completou 43 anos, só não esteve na conquista blaugrana da Intercontinental em 1983, numa edição que o próprio Barcelona não conta como oficial. Mais tarde, “Rei David” venceria em 1998 e… seria “espectador privilegiado” em 2014, derrotado pelos blaugrana quando estava ao serviço do Petroleros.

Resiliente, Carlos López volta a estar na Intercontinental depois de em 2017 ter sido reforço do Andes Talleres
Resiliente, Carlos López volta a estar na Intercontinental depois de em 2017 ter sido reforço do Andes Talleres

O Concepción, orientado por Miquel Belbruno, contará também com Svriz – campeão do Mundo, como suplente de Grimalt, em 2015 - e o avançado ex-Valdagno Emiliano Romero, que já representou o emblema “azul” no sul-americano, em Agosto.

Já o Leonardo Murialdo, que defrontará o Porto, ainda tentou a ida de Franco Ferruccio, determinante na conquista do sul-americano de clubes, mas os custos envolvidos na deslocação e regresso do agora jogador do Oeiras eram demasiado altos. O vigente campeão sul-americano terá de “contentar-se” com os irmãos Exequiel e Julián Tamborindegui, desconhecidos da maioria dos “aficionados” europeus, mas figuras do hóquei patinado argentino.

Polémica em 1985

Em 1985 disputou-se em San Juan aquela que muitos consideram a primeira edição da Taça Intercontinental. O Barcelona de Josep Enric Torner, Joan Torner e Quim Paüls, entre outros, seria surpreendido pelo Union Vecinal de Trinidad, num título que até hoje se mantém como o único sul-americano na prova.

Mas as supresas foram muito para além do desfecho, consagrado em dois jogos ganhos pela UVT, primeiro por 5-3 e depois por 5-4.

A equipa catalã orientada por Josep Lorent viajou a pensar que só haveria um jogo e que o UVT se apresentaria bem diferente. No cinco inicial, a equipa argentina apresentaria os “seus” Estrada e Alesi, mas ainda Oscar Hidalgo, que era na altura o dono da baliza da selecção argentina, bem como os também internacionais Mario Agüero e Pablo Cairo, respectivamente jogadores dos emblemas italianos do Monza e Pordenone. O Barcelona contestou fortemente a permissividade da federação internacional, então FIRS, mas redundou em nada...

Em Agosto de 1985, o Aldo Cantoni teve cerca de 8 mil pessoas no primeiro jogo da Intercontinental e cerca de 10 mil no segundo…

Segundo rezam as crónicas da altura, Mario Agüero apresentar-se-ia numa forma impressionante, numa altura em que na Europa até se estava no defeso, e seria fundamental nas vitórias da equipa argentina. Regressaria de pronto à Europa, onde, anos mais tarde, já como treinador, representaria a Oliveirense, chegando ao Porto em 2001.

A título de curiosidade, Agüero, para todos os efeitos, fica para a história como o treinador que deu início ao “deca” portista, sendo que, sob a sua vigência, a época começaria tão mal que teria de ser substituído muito cedo pelo adjunto Franklim Pais. Um ponto de viragem que resultaria na conquista de 10 campeonatos consecutivos.

AMGRoller

Partilhe

Facebook Twitter AddToAny
Outros artigos do dia