Benfica anuncia saída de Pedro Nunes
O Benfica anunciou esta sexta-feira a saída de Pedro Nunes do comando técnico da sua equipa após cinco anos e meio de ligação.
O “divórcio” surge depois de um empate em Oeiras a quatro golos, mas também de uma derrota em Braga e outro empate em Barcelos, quando os adversários directos ainda não perderam pontos a não no confronto directo com outros candidatos.
De resto, o Benfica saiu dos três confrontos da primeira volta com os outros candidatos com um excelente registo de duas vitórias e um empate – na casa do campeão Sporting – e parecia bem lançado na corrida ao título.
Mas, perdendo pontos em três das últimas quatro deslocações para o Campeonato – Braga, Barcelos e Oeiras -, a tarefa complicou-se e, no arranque de 2019, o Benfica pode mesmo ficar a cinco pontos do líder.
Percurso
Pedro Nunes, actualmente com 50 anos, chegou ao Benfica em 2013, vindo do Paço de Arcos e herdando uma equipa campeã europeia às ordens de Luís Sénica. Na sua primeira época, venceu a Taça Intercontinental, a Taça Continental e a Taça e Portugal, terminando o Campeonato em igualdade pontual com o campeão Valongo.
A temporada de 2014/15 foi de dobradinha, que teimava em escapar há duas décadas aos encarnados. A época seguinte, de 2015/16, foi de consagração europeia, com a conquista da Liga Europeia pela segunda vez na história do clube, a que se juntaria a celebração da conquista no Campeonato… no mesmo fim-de-semana. Foi o momento mais alto da ligação entre Pedro Nunes e o Benfica.
Nas duas temporadas seguintes, o Benfica, que vinha de uma dinâmica vencedora conquistaria, “apenas” uma Taça Continental, uma Elite Cup e a Taça Intercontinental.
O último defeso foi de indefinição. Pedro Nunes terminava contrato e a renovação e o respectivo anúncio tardou, fragilizando-o perante adeptos e jogadores.
Números
Analisando os números para o Campeonato Nacional, esta estava a ser claramente a temporada menos conseguida do postulado de Pedro Nunes, com um aproveitamento de 72.7% dos pontos em jogo contra uma média de mais de 87% nas cinco temporadas anteriores.
Com o registo defensivo ao nível da temporada passada e inclusivamente melhor do que três das quatro primeiras temporadas de Pedro Nunes, importa sublinhar os não mais de 4.4 golos marcados por jogo esta temporada, quando o pior registo era da pretérita temporada, com 6.2. Algo a que não será alheia a saída de João Rodrigues e a ausência de Carlos Nicolía.
Para a história fica uma temporada de 2014/15 quase perfeita, com um apenas “deslize” – um empate em Barcelos – em 26 jogos, num aproveitamento de 97.4% dos pontos em disputa. Curiosamente, em golos marcados (6.7 contra, por exemplo, 7.5 de 2016/17), essa temporada é só a quarta melhor de Pedro Nunes. Mas, defensivamente, seria a melhor, com pouco mais de dois golos sofridos por jogo.
Crítico da forma como a modalidade é tratada (em particular a nível federativo), com um “vivó hóquei” que fez escola, Pedro Nunes esteve no epicentro de dois momentos marcantes, mais subjectivos, relacionados com a arbitragem. Na sua primeira época, do título do Valongo, o visado foi Joaquim Pinto. Em 2016/17, apontaria baterias à arbitragem do derradeiro jogo, em Alverca, com o Sporting, ficando o Benfica fora da Final Four da Taça de Portugal em protesto.
Sucessor
Para o lugar de Pedro Nunes não tardaram a surgir rumores, sendo o nome mais insistentemente apontado o de Alejandro Dominguez, actual seleccionador espanhol e vigente campeão do Mundo e da Europa, com os encarnados Albert Casanovas e Jordi Adroher.
No entanto, há alguma margem para tratar do processo. O Benfica só regressa aos treinos após o Natal, treinando entre 26 e 28. E, depois de outra pausa (para o Passagem de Ano), os encarnados só voltam a jogar a 12 de Janeiro.
Sábado, 22 de Dezembro de 2018, 1h04