Paulo Freitas é o Treinador do Ano

Paulo Freitas é o Treinador do Ano

Paulo Freitas é o “Treinador do Ano” de 2018 na votação levada a cabo pelo projecto HockeyPatines.com. O técnico português do Sporting sucede a Erick Nasser (vencedor da primeira edição, em 2014), Pedro Nunes (vencedor em 2015 e 2016) e a Alejandro Dominguez (2017).

Paulo Freitas venceu a votação com uma esmagadora vitória nos votos do público, com 30% (3128 votos) das escolhas entre 25 escolhidos por um painel de 11 jurados, cujas votações tiveram um peso de 50% nas contas finais.

No cômputo dos votos do público e do painel de jurados, em segundo fica Albert Folguera, que conduziu o Lleida à vitória na Taça CERS, e Guillem Cabestany, do Futebol Clube do Porto.

Entre os técnicos portugueses nomeados, destaque para o segundo lugar de Nuno Domingues, ex-Tomar, entre os votos do público, com 1118 votos (11%), o quarto de Nuno Resende (635 votos, 6%), o oitavo de Pedro Nunes (387, 4%) e o 10º de Paulo Almeida (312, 3%).

Nota ainda para o 12º lugar na votação dos cibernautas do seleccionador espanhol Alejandro Dominguez (251 votos, 2%), detentor cessante do troféu e que orientará o Benfica a partir dos próximos dias.

Sporting campeão

O ano de Paulo Freitas fica inquestionavelmente ligado à conquista do Campeonato Nacional pelo Sporting, 30 anos depois de se ter sagrado pela última vez campeão. Mas também pelo regresso às meias-finais da Liga Europeia 29 anos depois da última presença nessa fase da mais importante prova de clubes.

Curiosamente, o ano de 2018 não começou da melhor maneira para as cores verde-e-brancas. Um empate e duas derrotas nos três primeiros jogos marcaram o mês de Janeiro. Mas, depois da derrota tangencial (2-1) no Dragão Caixa para o Campeonato, seguiram-se nove vitórias consecutivas até meados de Março, a melhor série do ano, mantendo a equipa na luta.

Paulo Freitas sagrou-se campeão nacional na véspera de completar 50 anos.
Paulo Freitas sagrou-se campeão nacional na véspera de completar 50 anos.

Chegados a Maio, os leões foram categóricos na Luz, vencendo por 4-7, e, no fim-de-semana seguinte, já em Junho, receberam e venceram o Porto por 4-3, garantindo matematicamente o título.

Em 2018, o Sporting de Paulo Freitas conta 41 jogos oficiais (incluindo-se aqui a Elite Cup, apesar de “oficiosa”), num total de 31 vitórias, cinco empates e cinco derrotas, com 185 golos marcados e 102 sofridos.

Das cinco derrotas, quatro foram com o Porto, uma em cada competição em que leões e dragões se defrontaram. Para o Campeonato, os leões perderam 2-1 no Dragão Caixa (na única derrota para o campeonato em 26 jogos em 2018), para a Taça de Portugal a desfeita foi nas grandes penalidades (5-8), na Liga Europeia, numa Final Four no Dragão Caixa, o Porto venceu por 5-2 e, já esta época, na Supertaça António Livramento, os dragões levaram a melhor por 1-4. A outra derrota dos leões foi em Lodi (7-4), na fase de grupos da Liga Europeia.

Sporting regressou às ‘meias’ da Liga Europeia 29 anos depois; a conquista do título máximo europeu – repetindo o feito de 1977 - é o grande desafio de Paulo Freitas
Sporting regressou às ‘meias’ da Liga Europeia 29 anos depois; a conquista do título máximo europeu – repetindo o feito de 1977 - é o grande desafio de Paulo Freitas

Actualmente, no virar do ano, o Sporting lidera o seu grupo da Liga Europeia com três vitórias em outros tantos jogos e o Campeonato Nacional como a única equipa invicta, tendo apenas consentido dois empates (na recepção a Benfica e Oliveirense) em 10 jogos. E a defesa continua a ser marcante.

No Nacional, apesar de não ir além do quarto melhor ataque com 39 golos marcados, os leões são a equipa menos batida, com 18 golos sofridos, a única a manter-se abaixo dos dois golos sofridos por jogo de média. E, na Liga Europeia, o Sporting sofreu apenas dois golos em três jogos…

A defesa que ganha campeonatos

Paulo Freitas construiu um Sporting de rigor táctico e assente numa máxima, conforme viria a reconhecer no final do jogo da Luz em Maio, em que o ataque ganha jogos, mas a defesa ganha campeonatos.

O técnico português teve o condão de transformar uma equipa em que muitos só viam dois defesas – Matías Platero e Henrique Magalhães – num bloco solidário e eficaz à frente de um Ângelo Girão que viria a ser decisivo.

Uma extraordinária exibição táctica na Luz, paradigmática do modelo dos leões, catapultou o Sporting para o título
Uma extraordinária exibição táctica na Luz, paradigmática do modelo dos leões, catapultou o Sporting para o título

Em nove campeonatos disputados após três épocas decididas em “play-off”, sempre no formato de Campeonato a duas voltas, o Sporting de 2017/18 sagrou-se campeão com o segundo “pior” registo ofensivo (5.3 golos por jogo) entre os campeões, só melhor que o do Valongo de 2013/14, também de Girão e Henrique Magalhães, a quem bastaram 4.4 golos marcados por jogo.

Mas os leões terminaram 2017/18 com o melhor registo defensivo - de longe –, com apenas 1.8 golos sofridos por jogo, sendo que nenhum outro campeão deste período ergueu o troféu sem sofrer menos de dois golos por jogo. Uma média de golos sofridos com que, curiosamente, fecha o ano civil no que ao Campeonato Nacional 2018/19 diz respeito…

Percurso

Paulo Freitas, que completou 50 anos ainda na ressaca da conquista do título de Campeão Nacional, terminou a sua formação enquanto jogador no Porto, mas, quando chegou a sénior, tinha Franklim Pais, um dos melhores guarda-redes da história do Hóquei em Patins pela frente. E, Paulo, conforme um dia confidenciou ao HóqueiPT, acabaria por se acomodar, não dando o salto que muitos preconizavam.

Vencedor da então Taça dos Campeões Europeus em 1990 pelos dragões, Freitas iniciou o seu trajecto como treinador uma década depois, nos escalões de formação dos azuis-e-brancos. Em 2004, assumiu o comando técnico do Académico da Feira, onde ficaria até 2006.

Em 2006, pegou numa Académica de Espinho, onde, em cinco temporadas, treinaria, entre outros, os agora campeões nacionais Ângelo Girão, João Pinto e Vítor Hugo.

Paulo Freitas levou o Óquei de Barcelos a três Final Four da Taça CERS consecutivas, erguendo o título em 2016
Paulo Freitas levou o Óquei de Barcelos a três Final Four da Taça CERS consecutivas, erguendo o título em 2016

Afastado das pistas entre 2011 e 2013, regressou para reerguer um Óquei de Barcelos adormecido. E cumpriu a sua tarefa. Fazendo do Municipal de Barcelos uma fortaleza, o Óquei “mordeu” os calcanhares às quatro potências económicas do Hóquei nacional e, sob o comando de Paulo Freitas, conquistou uma Taça CERS… e meia.

Depois da conquista em 2016 (e de uma presença na Final Four em 2015), Paulo deixaria o comando técnico dos barcelenses em Março de 2017, rumo ao Sporting com o adjunto Ricardo Gomes, já com o apuramento para mais uma Final Four garantido, para nova conquista, garantida já sob a orientação de Paulo Pereira.

Paralelamente, um sublinhado final para a prole de Paulo Freitas. O técnico dos leões tem dois filhos, ambos guarda-redes, ambos internacionais jovens – e campeões – por Portugal. Pedro Freitas, campeão do Mundo de Sub-20 em 2015, representa o Riba d’Ave, enquanto Tiago Freitas, campeão da Europa de Sub-17 em 2017, está na baliza das equipas “B” e Sub-20 do Sporting.

AMGRoller Compozito

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