Sobreviver à inferioridade, para 'matar' no final
O Sporting venceu este domingo na Luz o Benfica por 1-4.
Daquele Hóquei em Patins que na sua descrição genérica refere cinco jogadores de cada lado, houve pouco no Dérbi Eterno que marcou a primeira jornada da segunda volta do Campeonato Nacional, com diversas exclusões e respectivos períodos de inferioridade numérica.
O Benfica assumiu desde cedo o controlo da partida, mas sem impor aquele ritmo alucinante – também de risco – que tem caracterizado o seu modelo de jogo desde que Alejandro Domínguez chegou ao comando técnico. Aos sete minutos, Henrique Magalhães cometeu grande penalidade e ainda viu azul. Ângelo Girão, em destaque desde o apito inicial, negou o golo a Albert Casanovas, e o Sporting jogava um minuto em inferioridade numérica.
Um minuto, porque, volvido um minuto sobre o azul a Henrique era Nicolía que via o azul, levando Ferran Font para a marca de livre directo. O habitualmente eficaz catalão também não conseguiu bater o guarda-redes rival [Pedro Henriques], e o jogo seguia sem golos.
E o nulo persistiria até ao intervalo, ainda que os encarnados, em particular depois de um desconto de tempo a oito minutos do descanso, tivessem pressionado mais. Mas sem arte nem engenho para desfeitear Girão.
Se os primeiros 25 minutos não tiveram golos, na segunda metade do jogo viu-se o marcador mexer logo aos dois minutos. Raul Marin, que não entrara na primeira parte, iniciou em pista a complementar e, chamado para o duelo de grande penalidade com um ex-colega do Reus, bateu Pedro Henriques para o 0-1.
O Benfica carregava em busca do empate, mas não era consequente no ataque. Aos cinco minutos, um azul a Marin dava início a um longo período de superioridade dos encarnados, também pelo cartão mostrado ao catalão, mas principalmente pelo duplo azul a Ângelo Girão, por protestos.
Zé Diogo entrou em pista e negou a igualdade de livre directo a Lucas Ordoñez, opondo-se também com sucesso a todos os outros lances de perigo – ainda que a maioria fosse anulada pela muralha defensiva - que os encarnados criaram.
Pressionante, o Benfica somava faltas e, a 15 minutos do final, chegava à 10ª falta. Desta feita, Pedro Henriques ganharia o duelo a Raul Marin.
Pouco depois, as águias chegavam ao golo. Mas o lance tinha sido interrompido pouco antes para ser mostrado azul a Font (por protestos), e seria preciso um livre directo para fazer subir o golo ao marcador. No entanto, Adroher não conseguiu derrubar o estatuto de inultrapassável de Zé Diogo…
O Benfica insistia, mas sem conseguir desequilibrar decisivamente a defensiva leonina ou o entretanto regressado Ângelo Girão. A nove minutos do fim, o sexto azul aos leões – a um Gonzalo Romero que realizou uma grande partida – levou Ordoñez de novo para a marca de livre directo. E o argentino fez a igualdade e relançou o jogo.
Desacatos junto do banco leonino obrigaram à interrupção da partida (todos os elementos do banco do Sporting entraram para a pista) para repor a segurança e o jogo regressaria com tudo por decidir, mas com um “pormenor” que viria a ser determinante: o Benfica tinha 13 faltas e o Sporting cinco. E os leões também tinham Ferran Font…
A quatro minutos do fim, já com a 14ª falta encarnada, Nicolía viu o azul. Da marca de livre directo, Font fez o 1-3. Menos de 15 segundos depois, o Benfica fez a sua 15ª e, novamente chamado à marca de livre directo, Font – campeão da Europa pela Espanha às ordens de Dominguez – fez o 1-3. O que, perante a ineficácia encarnada, matava o jogo.
O Benfica balanceou-se definitivamente para a frente e, sem frescura num jogo em que Miguel Vieira e Miguel Rocha não foram opção nas águias, Pedro Gil fez o 1-4 que selava uma vitória de sacrifício do vigente campeão nacional.
Fechadas as contas da primeira jornada da segunda volta, a Oliveirense lidera com 35 pontos, seguida do Porto com 34 e do Sporting com 33. O Benfica tem 30.
Segunda-feira, 28 de Janeiro de 2019, 0h19