Luís Duarte: «É paixão»
Portugal sagrou-se, em Valongo, campeão europeu de Sub-20. Quando a hegemonia espanhola ainda assombra nos mais velhos, os Sub-20 juntaram esta conquista a outras três em Europeus consecutivos e a um Mundial, conquistado em 2013, na Colômbia.
A caminhada para o tetra continental teve início em 2008, sob o comando técnico de Luís Sénica. Em finais de 2009, Luís Duarte assumiu o cargo de seleccionador nacional de sub-20 para uma caminhada a que só faltou a conquista do Mundial do escalão em 2011, em Barcelos.
O HóqueiPT esteve à conversa com Luís Duarte.
Os títulos
Grato pela oportunidade que a Federação de Patinagem de Portugal lhe deu, Luís Duarte diz que o primeiro título – Europeu - terá sempre a importância de ter sido o primeiro. Destaca também o Mundial da Colômbia, onde o grupo mostrou desde cedo a sua união e, seguindo a já certeza Hélder Nunes, conquistou um título inédito numa prova com a participação da eterna rival Espanha.
Antes, a derrota no Mundial de Barcelos ficou “atravessada” mas serviu como uma motivação suplementar para ganhar algo em território luso. A oportunidade surgiu este ano e, com os adeptos a serem muito importantes (desde o estágio no luso), a vitória não escapou.
A ambição
O trabalho de seleccionador, principalmente num trajecto marcado por vitórias, é recompensante. Mas bem diferente do trabalho diário num clube. Luís Duarte confessa sentir-se bem e satisfeito onde está e que, actualmente, pese os convites que todos os anos tem recebido, é muito complicado do ponto de vista financeiro estar ligado a um clube.
Mesmo dentro da Federação, o cargo de seleccionador sénior, não é um objectivo para tão cedo. Há muito trabalho para fazer nos Sub-20 e os seniores estão bem entregues a Luís Sénica.
A caixinha das medalhas
Luís Duarte levou ao nosso encontro a sua caixinha de medalhas. Oferecida pelo enfermeiro Rui Mendes, guarda as medalhas dos últimos cinco anos, inclusive a “amarga” de Barcelos. Nas conquistas, não esquece os seus jogadores a quem faz questão de lembrar que a selecção de Sub-20 é só um momento de passagem e que importante, o corolário de todo o trabalho na formação, será chegar à I Divisão e conseguir estar num clube a lutar pelos primeiros cinco, seis lugares.
A paixão
O hóquei ocupa grande parte da vida de Luís Duarte. 24 horas por dia, dirão alguns. É uma paixão que Luís Duarte descreve de forma emocionada e que só é ultrapassada quando a conversa passa pelo filho. Fugindo do assunto para não deixar fugir (mais?) lágrimas, o seleccionador não encontra um porto seguro. O filho mais velho, as Clínicas de Verão que completaram 14 anos, embargam-lhe também a voz, em particular quando fala dos jogadores que não esquecem a sua passagem e fazem questão de voltar todos os anos.
No que é um trabalho conjunto com Carlos Pires, Luís Duarte não esquece os monitores que tornam as Clínicas possíveis. Já em off, não quis deixar de sublinhar e agradecer o trabalho de Nuno Carrão, Filipe Martins, João Calado, Diogo Alves, João Candeias, Ricardo Paulino, Diogo Rodrigues, Frederico Borges, Cristóvão Carreira, Catarina Coelho, José Dias e João Santos.
Selada uma conquista, Luís Duarte já pensa na próxima e aponta ao bicampeonato Mundial em 2015. Até lá, há muito trabalho pela frente. E a necessidade de uma caixinha maior para mais medalhas…
Terça-feira, 28 de Outubro de 2014, 20h45