Do 'Camp de Tarragona' para o Clássico maior
Foto de capa: Luis Velasco HeviaCompleta-se esta quarta-feira a 17ª jornada do Campeonato Nacional da I Divisão, depois dos jogos das equipas envolvidas – os ditos quatro candidatos – na Liga Europeia terem sido necessariamente adiados.
Um deles é o embate que tem tido mais impacto no Hóquei em Patins nacional nos últimos anos, o Clássico entre Porto e Benfica.
O Benfica joga no Porto por uma (ténue) réstia de esperança, sem Nicolía, lesionado.
Na primeira volta, os encarnados venceram por 4-3 sobre o apito, num jogo a motivar forte contestação dos dragões. Mas, apesar desses três pontos e de outros quatro nos confrontos com os outros candidatos, o Benfica – contra apenas um conquistado pelos azuis-e-brancos - chega ao Dragão Caixa a distantes oito pontos do líder… Porto.
E os encarnados chegam também com novo timoneiro, depois de Alejandro Dominguez ter sucedido a Pedro Nunes no virar para 2019.
Quatro anos de duelos em Espanha
Se o confronto num Clássico entre dois treinadores estrangeiros será novidade, o mesmo não se poderá dizer do confronto entre as equipas, as ideias e os ideais de Guillem Cabestany, de 42 anos, e Alejandro Dominguez, de 47.
Alejandro foi o primeiro a pegar numa equipa principal, o Reus, em 2009. Era uma equipa que tinha acabado de se sagrar campeã europeia pela mão do mítico Carlos Figueroa, mas a precisar de “sangue novo”. Um ano volvido, Guillem era apresentado como treinador de um Vendrell que regressava à OK Liga 16 anos depois. E começavam quatro anos de duelos entre os dois clubes rivais e os dois técnicos.
Alejandro conduziria o Reus ao título em 2011. Cabestany seria figura maior nas quatro temporadas de glória do Vendrell, conduzindo-o à conquista de duas Taças do Rei e a uma inédita presença na Final Four da Liga Europeia.
Separados geograficamente por menos de 50 km, Vendrell e Reus defrontaram-se, às ordens de Cabestany e Dominguez, oito vezes para a OK Liga e duas vezes para a Taça do Rei.
Para a OK Liga, Cabestany só logrou vencer Dominguez por uma vez, em 2011/12, por 6-3, contando-se cinco triunfos do técnico argentino e dois empates, com 31 golos marcados pelo Vendrell e 38 pelo Reus. Mas o catalão “vingar-se-ia” na Taça do Rei, com dois triunfos extremamente saborosos.
Em 2013, numa final inédita, o Vendrell bateu o Reus em golo de ouro, por 4-3, num jogo abordado vezes sem conta nos “clinics” de Domínguez. A sua equipa vencia por 1-3 a dois minutos do fim, mas não abdicou do seu ataque vertiginoso. E deu-se mal. O Vendrell chegou à igualdade e levou o jogo para um prolongamento em que Xavi Barroso – agora na Oliveirense - decidiu.
No ano seguinte, os técnicos voltaram a encontrar-se, mas nas meias-finais. Os 50 minutos deram empate (2-2) e nem o prolongamento resolveu a contenda. Resolveria Sergi Miras, com três grandes penalidades concretizadas no desempate pela “lotaria”. E o Vendrell levantaria o segundo título consecutivo, numa final com o Barcelona.
O último duelo, antes de Cabestany rumar ao Breganze, deixa água na boca. A 23 de Maio de 2014, o Reus venceu em Vendrell por empolgantes 7-8… Nesse jogo estavam, para além de Cabestany e Dominguez, Puigbi (Oliveirense) e Sergi Miras (ex-Sporting) no Vendrell, e Casanovas e Adroher (Benfica) e Jepi Selva (ex-Oliveirense) no Reus. Casanovas e Adroher, que hoje sobem ao Dragão Caixa de águia ao peito, marcaram um golo cada.
O Clássico tem honras de transmissão televisiva na TVI24, a partir das 20h30.
Do Dérbi de “Camp de Tarragona” ao Clássico, Cabestany e Dominguez prometem um grande jogo esta quarta-feira, a partir das 20h30, com transmissão em directo na TVI24.
Atentos estarão, a um ponto do Porto, Oliveirense (que recebe o Tomar, 21h) e Sporting (que recebe o Valongo, 21h30).
Óquei de Barcelos falhou (para já) ‘assalto’ ao quarto lugar
A 17ª jornada teve já quatro partidas realizadas, com destaque para o empate a quatro entre Óquei de Barcelos e Oeiras.
Em caso de vitória, os barcelenses subiam ao quarto lugar, mas, a vencer por 4-0 a meio da segunda parte, não segurariam a vantagem.
O ponto conquistado permitiu ao Oeiras alcançar o Paço de Arcos na classificação, com 14 pontos. A equipa de Luís Duarte perdeu na deslocação a Braga por 4-2, com o capitão bracarense, Ângelo Fernandes, a rubricar um hat-trick.
A vitória do Braga permite à equipa de Rui Neto ascender ao sexto lugar (em igualdade pontual com o Riba d’Ave), com sete pontos acima da linha de água.
O Riba d’Ave é “apanhado” depois de um empate a cinco no Parque das Tílias. O visitante Turquel chegou ao intervalo a vencer por 2-4, mas os anfitriões reagiriam, num jogo que ficou marcado pelo golo que dá o 4-4, sofrido por… André Pimenta. Os guarda-redes Diogo Almeida e Gonçalo Duarte tinham visto azuis e Pimenta equipou para o duelo, de livre directo, com Tomás Pereira, que o jovem atacante – que bisou no jogo - venceria. João Souto também bisou e Luís Silva assinou um hat-trick.
Na Marinha Grande, o Marinhense conquistou a primeira vitória às ordens de Nuno Domingues, a segunda sobre a Juventude de Viana esta temporada. A equipa da Embra venceu desta feita por 3-2, depois de em Monserrate ter vencido por 2-4, e relança-se na luta pela permanência.
O Marinhense soma agora 10 pontos, menos um que o Tomar (que joga esta quarta-feira em Oliveira de Azeméis) e menos quatro que Oeiras e Paço de Arcos.
17ª jornada
Jogos
• Braga 4-2 Paço de Arcos
• Riba d’Ave 5-5 Turquel
• Marinhense 3-2 Juventude de Viana
• Óquei de Barcelos 4-4 Oeiras
• Porto vs Benfica, 20.Fev, 20h30
• Oliveirense vs Tomar, 20.Fev, 21h
• Sporting vs Valongo, 20.Fev, 21h30
Classificação
1º Porto* (40 pontos), 2ºs Oliveirense*, Sporting* (39), 4º Benfica* (32), 5º Óquei de Barcelos (31), 6ºs Riba d’Ave, Braga (21), 8º Juventude de Viana (20), 9º Valongo* (18), 10º Turquel (16), 11ºs Paço de Arcos, Oeiras (14), 13º Tomar* (11), 14º Marinhense (10)
* com menos um jogo realizado
Quarta-feira, 20 de Fevereiro de 2019, 8h20