A decisão é entre Liceo e Barcelona
É o segundo título em disputa da temporada e o segundo título que será decidido entre Liceo e Barcelona, depois da Supercopa ter “caído” para o lado da equipa galega nos instantes finais.
O Liceo carimbou o lugar na final frente ao Lleida, que até entrou melhor, mais coeso e mais dinâmico. A equipa de Juan Copa conheceu mais alguma tranquilidade e equilíbrio com as entradas do veterano Martin Payero e de Marc Coy, ainda que este esteja fisicamente condicionado. De resto, para além do condicionamento de Coy, o Liceo está a contas com a ausência dos irmãos Lamas, Josep por castigo e Edu por lesão.
No entanto, mesmo com o Liceo a melhorar, as ocasiões de maior frisson continuaram a pertencer aos detentores da Taça CERS, em particular em iniciativas individuais de Robert Di Benedetto. Sem golos no marcador, o Liceo tentou várias vezes nos últimos três minutos da primeira parte uma jogada estudada mas ainda a precisar de afinação e seria o Lleida a estar perto de desfazer o nulo, num remate do capitão Andreu Tomàs ao poste da baliza à guarda de Maliàn.
Na etapa complementar, o Lleida adiantar-se-ia quando era o Liceo que estava mais perto de o conseguir, ameaçando a baliza de Lluis Tomàs em dois contra-ataques rápidos. César Candanedo, de grande penalidade, inaugurou para a equipa listada aos três minutos.
O Liceo assumiu então o jogo, e lograria virar o resultado. Aos sete minutos e meio, uma exímia triangulação entre Carlo Di Benedetto, Sergi Miras e Dava Torres valeu o empate por este último e, apenas meio minuto volvido, depois da 10ª falta do Lleida, Carlo não perdoou e fez o 2-1.
A igualdade poderia ter sido reposta pouco depois, mas Roberto não repetiu o feito do irmão e permitiu a defesa a Maliàn. E o Lleida teve de ir atrás do resultado.
O passar dos minutos jogava a favor dos galegos e a minuto e meio do final, Albert Folguera teve de “pôr a carne toda no assador”. Atacou com cinco jogadores de pista… mas correu mal. O Liceo recuperou a bola e, com Sergi Miras a preferir segurá-la, o Lleida seria punido com um azul – muito contestado -, a César Candanedo, que praticamente sentenciava o jogo.
Carlo Di Benedetto não concretizou o livre directo, mas, com Folguera, mesmo com menos um, a tirar o guarda-redes, o Liceo voltaria a recuperar a bola e, a passe de Dava, Sergi Miras rematou para a baliza deserta para o 3-1 final.
Barça tenta o tetra
Na sua meia-final, o Barcelona defrontou um Caldes, actual sétimo da OK Liga, que vendeu muito cara a derrota.
O Caldes é uma equipa jovem, mas muito aguerrida e muito intensa, que não mostrou medo do “tubarão” blaugrana e levou a questão do apuramento em aberto até ao apito final.
O Barcelona assumiu o jogo, mas quase sempre a só conseguir chegar à baliza de Cesc Campor de meia distância. O jogo blaugrana ganharia mais intensidade e mais velocidade com as entradas de Nil Roca e, principalmente, Alabart, mas Edu Castro continuava a não estar contente.
A seis minutos do intervalo, o técnico trocaria quatro de uma vez – regressando ao cinco inicial depois de ter lançado todas as opções de pista – para procurar o golo antes do descanso. E consegui-lo-ia. Pau Bargalló lançou de longe para a baliza e Pablo Alvarez “ajeitou” para o primeiro do encontro. O Barcelona pressionou individualmente a campo inteiro, mas não conseguiria dilatar a vantagem nesta primeira parte.
O Caldes regressou dos balneários em busca do empate, jogando de igual para igual com o Barça. Embora, quando o franzino Roger Acsensi lutava por espaço com Sergi Panadero se notassem claras diferenças, desvanecidas pela garra do “caldense”.
Aos 10 minutos, o empate esteve muito perto… num erro de João Rodrigues, a permitir a picadinha de Xavi Rovira, outro dos bons valores do Caldes. O internacional português não se poupou no reconhecimento do erro, completamente esquecido junto da outra baliza, quando fez o desvio letal a mais uma assistência de Nil Roca para dois golos de vantagem.
Sem baixar os braços, o Caldes relançou-se no jogo quando podia ter ficado definitivamente fora dele… Aos 15 minutos, Alabart poderia ter feito o terceiro na 10ª falta da equipa de Edu Candami, mas Cesc Campor, numa grande exibição, negou-lhe o golo. Mais eficaz foi Xavi Rovira, logo depois, na 10ª blaugrana, batendo Sergi Fernandez.
Com o marcador na diferença mínima e quase 10 minutos para jogar, tudo estava em aberto, mas a solidez do Barcelona não permitiu a “gracinha” ao Caldes, num apuramento que seria inédito. No último lance da partida, ainda se pediu penalti na área de Sergi Fernandez, mas o jogo seguiu e acabou logo de seguida, com o Barcelona a carimbar a 36ª presença na decisão em 76 edições realizadas.
Antes da final deste domingo, o Liceo soma nove títulos, tendo vencido o Barcelona na final em 1984. Depois disso “verdes” e “blaugrana” defrontaram-se na decisão outras cinco vezes, sempre com o Barcelona a somar títulos ao seu recorde que conta 22, o último dos quais conquistado no ano passado… frente ao Liceo.
No entanto, o Liceo é a única equipa a ter batido o pé internamente ao Barcelona nos últimos três anos, vencendo as Supercopas de 2018 e 2016, acalentando por isso legítimas esperanças ao 10º título e a voltar a mostrar que o Barcelona não é imbatível. Mas, de facto, anda muito perto disso…
Reacções
No final da partida entre Caldes e Lleida, Xavi Rovira e Edu Candami mostravam natural insatisfação por terem falhado um momento histórico, mas mostrando esperança num futuro risonho para uma equipa pautada pela juventude.
Do lado do Barcelona, com João Rodrigues a responder a questões colocadas em catalão, castelhano e português, quer o avançado português, quer o técnico Edu Castro reconheceram uma partida pouco conseguida e alertaram para a dificuldade do encontro com o Liceo.
Copa del Rey
Quartos-de-final
• Liceo 5-1 Igualada
• Reus 1-2 Lleida
• Caldes 3-1 Voltregà
• Barcelona 4-2 Noia
Meias-finais
• Liceo 3-1 Lleida
• Caldes 1-2 Barcelona
Final
• Liceo vs Barcelona • 24.Fev, 17h
(* hora local)
Domingo, 24 de Fevereiro de 2019, 10h03